Sem palavras, foi isso que fiquei após Lorenzo sair do quarto me deixando lá sozinha e completamente confusa, eu não sabia se estava triste ou irritada, era um misto de sentimentos que eu não sabia o que exatamente era.
"Que merda... E porque diabos estou pensando nesse beijo?"
Entro no carro de Lorenzo completamente em silêncio até que no caminho ele decide falar, porém eu acho que era melhor ele ter ficado de boca fechada.
- Olha Aurora, me perdoe... Aquele beijo foi um erro, eu agi por impulso, não sabia o que estava fazendo...
Uma facada, foi o que senti após essas palavras, eu não conseguia, xingar, ou perdoar, nada, eu não conseguia falar nada, a não ser...
- Ok.
E o assunto morreu pelo resto do caminho até a casa do cara que eu iria interrogar, ao chegarmos tinham 4 policiais na porta.
- Dr. Trajano.
- Boa tarde, onde ele está?
- Na sala esperando Dr.
- Ok, iremos entrar.
- Eu quero ir sozinha.
- Isso não é uma boa ideia...
- Ele não vai falar nada que eu precise com um delegado em sua frente.
Ele suspira fundo concordando.
- Tudo bem, estarei aqui fora esperando, qualquer coisa grite.
Eu não o respondo e entro na casa onde vejo o réu sentado no sofá, fico de frente para ele e o olho no fundo dos seus olhos.
- Boa tarde me chamo Aurora, sou estudante de direito e...
- Eu sei quem você é e porque veio, vamos começar com isso logo.
- Tudo bem... Me relate o fato.
- A vagabunda era teimosa, eu só queria a porra do carro, ela ficou insistindo que não ia entregar, aí implorava, igual uma porca quando vai pro abate.
Um ódio me consumia ali da forma que ele falava.
- Então eu atirei, simples.
Respiro fundo e o olho sério.
- Você não teve nenhum remorço? Ou se arrependeu?
Ele gargalha friamente.
- Qual é dona, eu sou ladrão porra, faço isso em toda a minha vida, eu vou ter remorço do que!?
Eu estava possessa, imaginava como o desgraçado que matou minha mãe se sentia bem quando tirou a vida dela, tento me manter profissional o mais possível que posso.
- Então vamos falar de sua entrada nesse mundo, porque?
- Eu era moleque dona, minha mãe passava fome, e eu também, vivíamos em uma puta favela onde eu não tinha nem estudos, até que um dia eu passei na rua para comprar pão, e uns parças me pararam, ofereceram esse emprego e disseram assim eu ganharia muito.
"Emprego!?"
- E você, aceitou na hora?
- Claro, qual é dona, eu não vivia em um berço de ouro como a dondoca deve ter nascido não, eu comecei primeiro com roubos de celulares, e nas vendas fui ganhando muito dinheiro, mas não era pra usar drogas, esse dinheiro eu dava para minha mãe, eu ajudo ela.
- E ela sabe o que você é?
- Tá maluca dona? Claro que não, minha mãe infartaria.
- Continue.
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O Delegado
RomanceLorenzo, um homem sério, forte, lindo e considerado o melhor delegado da Itália, com apenas 26 anos, cobiçado por todas a mulheres onde passa, mas tem seu coração completamente fechado após a morte de sua ex noiva Katrina, desde que ela morreu Lore...