Capítulo 7

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O caminho parece que nunca chegava, o clima era completamente silencioso e eu estava desconfortável e irrita com Lorenzo, entendo que ele quis me ajudar, mas mexeu muito comigo sua mentira.

"Minha mulher".

Eu não queria que Marco me ligasse, mas eu resolveria, não tinha porque mentir, até porque ele trabalha infelizmente não mesma delegacia de Lorenzo, não queria trazer problemas para ele, muito menos que mentisse por mim.

- Olha Aurora... Eu sei que o que fiz foi errado... Eu peço perdão... Mas eu só queria te proteger...

- Você não tem o direito de se meter nos meus assuntos, não é porque você voltou que acha que pode mandar em tudo ao seu redor.

Ele me olhava profundamente agora furioso, vi a merda que falei mas não retiro, meu orgulho é maior, ele encosta o carro e para.

- Tá maluco? Estamos no meio do nada!

- Eu sou o delegado afinal, está em segurança senhorita boquinha afiada.

- Me leva pra casa agora.

- Eu vou levar, não se preocupe mas antes eu quero entender qual é a sua.

- Como?

- Qual é a sua garota? Eu estava lhe defendendo, sei o que aquele cara fez pra você, e ao invés de me agradecer você só faz me dá patada!?

Gargalho debochadamente.

- EU NÃO PEDI QUE VOCÊ FIZESSE NADA OK!?

- EU SEI!

Ele bate no volante e tomo um susto.

- Porra eu sei, mas quando ouvi você discutindo com ele na chamada e eu sabia quem era eu não aguentei, eu fiquei furioso! Eu agi por impulso! Me desculpe por ter invadido sua privacidade! Mas talvez se nos conhecêssemos antes, eu não permitiria você passar por tanto o que passou com aquele idiota!

Eu o olhava boquiaberta com tudo o que ele falou.

- É, mas você não me conheceu, e eu resolvi esse assunto.

- E mesmo seu pai o ameaçando ele ainda te liga!

- EU NAO SEI O QUE FAZER OK!? EU JÁ MUDEI DE NUMERO, EU JÁ BLOQUIEI ELE EM TUDO! MAS ELE SEMPRE TEM UM JEITO DE FALAR COMIGO! EU NAO TENHO CULPA!

Choro descontroladamente, minha respiração fica acelerada, começo a ficar tonta e com falta de ar, eu estava tendo uma crise de ansiedade, depois de muito tempo eu estava tendo uma crise de ansiedade ali.

- Aurora, respire fundo, preciso que você respire fundo.

- Não dá! Não dáaaa...

Eu chorava e soluçava, vejo que Lorenzo retira o meu cinto e o dele, sai do carro e abre minha porta.

- Vem, vem comigo, precisa de ar fresco.

Ele me dá a mão e a pego, saio do carro e ele me puxa contra ele encostado no carro e me abraça fortemente, eu não entendia bem, mas meu coração palpitava, borboletas em meu estômago de remexiam com seu toque em meu corpo, me envolvo ainda mais em seus braços e sinto sua respiração pesada em meu pescoço que me fazia arrepiar, seu corpo quente me faz afundar ainda mais nele enquanto meu choro vai se cessando, minha respiração vai controlando.

- Isso... Está tudo bem... Eu estou aqui...

Ele repetia essas palavras até eu me acalmar por completo, quando vi como estávamos me afasto de seu abraço lentamente, ele reluta um pouco mas permite meu afastamento, nos olhamos profundamente, eu não entendia o que se passava ali, mas Lorenzo me acalmava e eu não queria sair de perto dele.

- Co-como você fez isso...

Ele sorri ternamente para mim enquanto coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

- Você estava tendo uma crise de ansiedade...

- Eu sei... Mas como... Como conseguiu me acalmar...

- Técnicas de respiração e ar fresco ajudam muito...

- Eu sei... Mas isso nunca funcionou comigo...

Ele sorria lindamente.

- Talvez porque a pessoa certa não te ajudou corretamente...

Sorrio levemente.

- É... Pode ser... Obrigada...

- Aí meu Deus, ela sabe agradecer!

Ele fala brincalhão e me tira uma gargalhada gostosa.

- Idiota...

- Ei, não se fala assim com um delegado tem medo de ser presa por desacato não?

Ele fala brincando e gargalho ainda mais.

- Acho que precisamos ir... Está tarde...

Ele para de sorri me olhando profundamente e concordando.

- Vamos... Mas essa conversa não acabou está bem?

Aceno confirmando.

- O que acha de jantarem lá em casa amanhã?

"Que merda eu fiz!?"

Ele sorri com as sobrancelhas arqueadas.

- É... Você e sua família claro, ah e seu amigo também, Valentina vai adorar ver ele.

Gargalha gostosamente.

- Com certeza ele também vai, tudo bem Aurora, eu aceito, vou avisar aos meus pais e Dante, e amanhã conversamos, quero te ajudar de alguma forma com esse problema de ex maluco.

Rio gostosamente e entramos novamente no carro e fomos o caminho todo cantarolando as músicas que tocavam no carro.

- Ah! Te mandei um oi no WhatsApp para salvar meu número.

- Ok, vou salva como "senhorita brava".

Gargalho.

- Paraaaa...

- Não mesmo, coitado do cara que recebe um fora seu.

Gargalho ainda mais.

- Vou mudar seu contato para "Idiota" se continuar me enchendo.

Gargalhamos.

- Tá bem, parei.

- Olha, me desculpa, por ter sido grossa... E obrigada por ter me ajudado...

- Não precisa se desculpar, eu entendo seu lado, eu fui um idiota...

- Não, não foi, você só quis me ajudar e obrigada por isso...

Nos olhamos sorrindo.

- É muito "obrigada" para uma bravinha falar em...

Gargalho.

- Você não deixa de ser um idiota mesmo né?

Gargalhamos e "infelizmente" chegamos em minha casa, nos olhamos profundamente, o clima estava quente, meu coração palpitava, Lorenzo se aproximava de mim mas em um lapso de consciência falo.

- Obrigada por me trazer Lorenzo, a noite foi incrível, até amanhã!

Ele se afasta e me cumprimenta.

- Até amanhã Aurora, tenha uma boa noite.

- Você também!

Saio de seu carro e entro em casa, olho pela janela e vejo que ele ainda estava lá olhando para minha casa, mas minutos depois ele vai embora, entro no quarto e fecho a porta, suspiro fundo me deitando na cama e me pego pensando em tudo que aconteceu hoje, pego no sono mas acordo com meu celular vibrando.

WhatsApp on.

- Cheguei em casa bravinha, boa noite, foi muito bom te conhecer.

- Boa noite idiota, também foi muito bom te conhecer.

WhatsApp off.

Me pego sorrindo com a mensagem.

Me levanto da cama, tomo um banho, coloco um pijama e volto para a cama dormindo profundamente.

O DelegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora