O Delegado

Capítulo 42

Abro lentamente meus olhos que doíam pela claridade de onde eu estava, minha visão ainda turva vai ficando normal com os segundos, olho ao redor e vejo que estou em um quarto azul, olho para minhas mãos e minhas vestes e já percebo onde estou.

"Hospital... O que aconteceu... Estou a salvo?"

Olho para o lado e meu coração palpita ao ver o homem que amo ali deitado no sofá e meu corpo alivia ao ver que estou segura, ele me encontrou.

- Lo-Lorenzo... A-amor...

Ao ouvir minha voz ainda fraca Lorenzo acorda em sobressalto e vem em segundos até mim.

- Oi amor! Você acordou!

Seu lindo sorriso estava presente, me confortava, sorrio de volta levemente para ele.

- O-que aconteceu... Você me salvou... O Marco...

- Shh... Meu amor não se esforce tanto... Você está segura meu bem... Ninguém mais vai te machucar, eu estou aqui contigo agora...

- Eu tive tanto medo... Eu...

Choro, minha fala some dando voz aos meus soluços de choro.

- Não meu amor... Não chore... Eu estou aqui, vou te proteger... Me perdoa amor... Me perdoa por não ter impedido que te levassem...

- Você não tem culpa Lorenzo... Você é a pessoa que mais me protegeu e me protege... Nada do que aconteceu é sua culpa... Você me achou... Me salvou...

- Eu sempre vou proteger você Aurora você é tudo pra mim...

Ouvimos a porta ser aberta dando visão do médico.

- Bom dia! Aurora vejo que acordou! Preciso examina-la agora tudo bem?

Aceno para o Dr. Confirmando. Mas vejo que Lorenzo rosna baixinho e o olha sério, arqueio a sobrancelha sem entender nada.

- É... Delegado... O senhor nos pode dar licença...

- Não, vou ficar aqui.

- É... Claro... Claro...

O médico se tremia e eu me segurava para não rir, Lorenzo com seu ciúme provavelmente ameaçou o pobre do médico que só faltava melar as calças.

O Dr. Faz todos os exames físicos e sanguíneos, os físicos estavam tudo bem, mais tarde ele traria o resultado dos de sangue.

- Como se sente linda?

- Bem...

Sorrio ternamente para ele que retribui.

Lorenzo não saiu do meu lado um só minuto, meu pai e meus sogros vieram me visitar, mesmo meu pai insistindo para ficar comigo Lorenzo não permitiu e ficou, agora após meus sogros e meu pais irem embora Dante e Valentina vieram me ver e ao que parecia, havia se reconciliado.

- Sua louca você nos deu um baita susto amiga.

Sorrio.

- Está tudo bem agora, eu estou bem.

- Certo e o que aconteceu com Marco, Lara, Katrina?? Eles foram presos né?

Logo fico séria e Lorenzo a olha com um olhar mortal, Dante a olha e a puxa ternamente ela para seus braços.

- Desculpa amiga... Eu não queria...

- Mas fez!

- Lorenzo cara... Ela não sabe...

- Amor, ei, está tudo bem...

Seguro a mão de Lorenzo ternamente que me olha preocupado.

- Está tudo bem amiga, é só difícil pra mim relembrar o que aconteceu...

- Me perdoa Aurora, não foi minha intenção...

- Bom... Nós já vamos indo, está tarde...

- É, está tarde, Aurora precisa descansar.

Olho para Lorenzo o repreendendo mas ele não dá importância, o que me faz bufar.

- Claro... Amiga eu volto amanhã para te ver...

- Claro amiga, obrigada por terem vindo, obrigada por tudo, e Dante, cuida dela em? Se não eu mesmo vou me resolver com você!

O clima ruim é quebrado dando voz a gargalhadas.

- Pode deixar cunhada!

Gargalhamos.

- Bom, thau para vocês, boa noite, até amanhã!

- Thau, thau!

Dante e Valentina vão embora ficando somente eu e Lorenzo, o olho em silêncio o repreendendo pelo comportamento grosseiro e ele da de ombros.

- Precisava disso amor?

- Você precisa descansar e não ficar falando de um trauma.

- Lorenzo... Ela não sabe o que aconteceu, Dante deve tê-la poupado, assim como você também faria se fosse comigo...

- É, eu sei, mas eu também te poupei de falar algo que te faz mal.

- Mas não precisava ser grosso assim amor...

Ele sorri irritado com essa conversa.

- Tá bom, estou errado.

Ele se levanta para sair.

- Amor... Onde vai?

- Tomar um ar, volto em breve.

E sai do quarto do hospital me deixando só suspirando fundo.

Entendo que para ele é duro falar do meu sequestro, Lorenzo se sente culpado, impotente, mas Valentina também não teve culpa, ela não sabe ainda que eles morreram...

Passo as mãos nos cabelos deixando meus pensamentos abertos até pegar no sono totalmente.