III.

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P.O.V Arthur

[Terça-feira 09:40 - Nexus Company]

A manhã parece se arrastar o que me deixa mais estressado ainda. Olho pela janela atrás de minha mesa dando um longo suspiro ao ver o lindo dia que está lá fora e eu aqui preso nesse escritório.

— Que saco! - passo a mão pelo rosto tentando espantar o sono, não deu certo.

Me debrucei na mesa sentindo minha cabeça latejar de tanta dor, em poucos minutos acabei adormecendo naquela posição.

[...]

— ARTHUR SANTORO!

Acordei no susto com o grito, levantei a cabeça muito rápido o que me deixou zonzo, fechei meus olhos com força enquanto passava a mão pelo rosto puxando meus cabelos para trás.

— Desde quando a sua sala virou seu quarto para você estar dormindo? - escuto a voz brava do meu pai parado na frente da mesa me encarando.

— Foi só alguns minutos... - abro meus olhos encontrando o olhar de repreensão dele.

— Alguns minutos? - ele ri em desdém. — Olha para rua!

Me virei devagar vendo o sol já se pondo. Merda! — Okay, talvez tenha sido um pouco mais de alguns minutos.

— Pouco mais? Desde quando você se tornou tão irresponsável? - me viro para ele me levantando da cadeira.

— Calma aí! Eu só dormi hoje, porque eu estava cansado demais. - o encaro de volta. — Isso não é sinal de irresponsabilidade, só cansaço mesmo!

— Era para estar na reunião do meio dia, você e seus irmãos são os herdeiros de todo o meu negócio, tem que estar preparado para resolver um problema ou assumir o comando quando eu não estiver! - fiz a volta na mesa ficando frente a frente com ele.

— Eu nunca quis assumir nada, sabe muito bem disso, então não exija que eu seja perfeito, eu apenas faço o mínimo aqui dentro. - vejo ele me encarar furioso.

— Você não tem escolha, é a sua herança!

— Então eu não quero! - sinto ele segurar a gola da minha camisa e me empurrar até a parede me prendendo ali.

— Olha aqui moleque, eu não lutei para construir tudo isso para no fim você jogar fora por uma besteira! - ele me encara segurando com força minha camisa enquanto seus olhos parecendo pegar fogo.

— Construiu para você, eu nunca quis isso aqui, mas você me ouviu? - empurro ele com força fazendo o mesmo soltar minha camisa e se afastar um pouco. — Desde quando você me escutou? NUNCA!

— Não me vem com drama, garoto! - ele passa a mão na barba, uma mania de quando ele está nervoso. — Você tem responsabilidade com essa família.

— Foda-se tudo isso! - me afastei da parede caminhando para a frente da mesa novamente pegando meu celular e o pondo no bolso.

— Vai fazer igual sua mãe que colocou tudo a perder? - me virei devagar respirando fundo.

— Não me compare a minha mãe! - aponto o dedo na cara dele. — Eu nunca fui e nunca serei igual à ela!

Minha mãe infelizmente é uma mulher que não tenho orgulho de chamar de mãe. Ela nunca deu atenção, carinho ou educação para meus irmãos e eu, quem fazia isso era as empregadas ou meu pai quando tinha tempo, o que era quase nunca, a paixão dela era sair com as amigas, fazer as unhas, cabelos e comprar roupas. Até um dia meu pai cansou disso e mandou ela embora, depois daquilo ela nunca mais voltou ou deu notícias.

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