VII.

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P.O.V Arthur

Quatro dias passaram, trabalhei com meu pai sem questionar muito o que ele me mandava fazer, resolvi problemas da empresa e eu ainda não consegui parar de pensar nela. Aquele sorriso que parece iluminar o ambiente, os cabelos cacheados escuros como a noite, cada traço faz sua presença se tornar marcante e inesquecível.

— Arthur? Está ouvindo? - saio de meus pensamentos com a voz do Matheus me chamando a atenção, ele esta sentado à frente da minha mesa.— Está com a cabeça aonde?

— Nada, só estava longe. - suspirando voltando a olhar os papéis à minha frente.

— Porque não chama ela para sair? - ele me questiona.

— Quem? - me faço de sonso.

— A morena que está nos seus pensamentos, chamada Verônica! - vejo ele dar um sorriso. — Eu sei que ficou interessado nela...

— Não quero colocá-la nisso, ainda mais que ela é do FBI.

— Nada que um acordo não resolva... - escuto a voz do meu pai na porta da sala. — Conquiste ela, você saí feliz e nós também. 

— Não, isso é uma péssima ideia! - falo rapidamente o olhando.

— Pai, deixa o Arthur decidir o que ele quer fazer, se ele não quer a moça no meio disso, então não vamos forçar. - me surpreendo ao escutar Samuel falando, ele nunca discorda do papai.

— Bom, eu já terminei meu serviço, vou ir descansar. - me levantei pegando minha jaqueta e meu capacete.  — Até mais.

Saí da sala, desci até o estacionamento do prédio, subi na moto e coloquei meu capacete. Liguei a moto e saí marcando o chão, minha cabeça está uma bagunça, eu quero conhecer ela, ter uma amizade ou até algo a mais, sorrio ao lembrar do breve momento que conversamos no carro enquanto ela me levava para casa. Sou tirado de meus pensamentos quando uma pessoa se atravessa na frente da moto, joguei a moto para o lado freiando em seguida, mas acabo caindo na grama da calçada, fico deitado recuperando o fôlego.

— Moço, você está bem? - eu conheço essa voz, abri meus olhos vendo a morena que está preenchendo meus pensamentos, Verônica. — Você está bem?

— Devíamos nos encontrar de uma forma mais normal... - tirei o capacete e vi ela rir baixo.

— Deveria prestar atenção no trânsito, também! - ela me ajuda a levantar.

— Você que se atravessou na minha frente! - vejo ela apontar para o semáforo e o mesmo estava fechado, dei um riso sem graça coçando a nuca. — Não vou ser preso, né?

— Se você me pagar um lanche, eu posso deixar passar!- ela pisca para mim dando um sorriso ladino.

— Você está ocupada agora? - levanto a moto.

— Não, tenho compromisso só mais tarde. - tirei o capacete do baú e alcancei para ela.

— Então você vai faltar esse compromisso, pois vou te sequestrar agora! - vejo ela dar uma risada e colocar o capacete.

Coloquei meu capacete e subi na moto, estiquei a mão para ajudar ela a subir. Ela se ajeita no banco e segura minha cintura ficando um pouco longe de mim.

— Pode me abraçar! - liguei a moto e acelerei sentindo ela me abraçar.

Durante o caminho eu me senti tão bem com aquele abraço, nunca quis que um lugar ficasse tão longe como agora, só para aproveitar aquele calor aconchegante dela.

[...]

Parei em frente da lanchonete desligando a moto e ajudando ela a descer, desci logo em seguida tirando o capacete e acabei rindo ao ver ela bufar por não conseguir tirar o capacete.

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