VIII.

7 0 0
                                    

P.O.V Verônica

Os últimos dias foram cansativos e entediantes, Raphael e Apollo não me deixaram fazer nada do serviço e em casa só podia fazer coisas simples. Aproveitei que eles saíram hoje, tomei um banho rápido, coloquei uma calça preta, uma blusa de manga curta, minha jaqueta de couro, um coturno de salto baixo e por último soltei meus cachos. Peguei minha chave de casa, carteira, os fones e meu celular.

- Já volto meus amores. - faço carinho nas meninas e depois saio fechando a porta.

Caminhei até o parque perto de casa, as vezes eu ficava horas aqui, sentada na grama apenas olhando o lago e pensando em como organizar minha vida, mas hoje os meus pensamentos estão todos naquele serzinho de cabelos escuros e olhos claros. Não consigo entender como uma pessoa consegue preencher nossos pensamentos quase 100% do dia.
Levantei limpando minha roupa indo em direção a faixa para através a rua, antes de chegar na faixa olhei o celular e tinha uma mensagem do número desconhecido.

"Três pessoas morreram em um assalto ao banco central, haviam cinco ladrões dentro do banco, quando o FBI tentou entrar eles abriram fogo contra as vítimas. "

Era uma notícia do ano passado, havíamos perdido tres pessoas na operação por causa de um assaltante disfarçado, mas a mídia não contou isso, eles apenas disseram que a culpa era nossa das pessoas terem morrido. Suspirei voltando a andar, o sinal fechou e comecei a atravessar a rua, mas parei quando quase fui atingida por uma moto, o rapaz desviou de mim e acabou caindo.

- Moço, você está bem? - me abaixo ao lado dele o vendo tirar o capacete.

Arthur! Estava pensando em você, pensei ao ajudá-lo a levantar. Nossa tarde depois desse encontro inesperado foi divertida, fomos na minha lanchonete favorita, falamos de coisas aleatórias e por um momento, tudo pareceu desaparecer, era como se o mundo tivesse parado nada de preocupações e nenhum perigo eminente.

Ele me beijou!

Aquele beijo me pegou de surpresa, mas confesso que eu também já estava querendo saber como seria beijá-lo, foram quatro dias pensando nesses olhos verdes, aquela boca que parecia estar sempre me chamando... Aí, céus! É nesse momento que eu percebo que estou começando a me enrolar, agora fica aquele impasse, deixo rolar ou não?

Só se vive uma vez, vamos ver no que dá!

Para finalizar o passeio, meu ex Bernardo, apareceu querendo bancar o "macho alfa" e claro não perdi a oportunidade de acertar a cara dele, ele também tentou me acertar, mas Arthur se intrometeu e deixou ele com a boca sangrando, vou confessar que ele ficou diferente quando bateu no Bernardo, sua voz engrossou, seus músculos ficaram rígidos e tenho certeza que seus olhos ficaram frios.
Depois de mandar aquele idiota embora com a boca sangrando viemos para minha casa, resolvi fazer uma janta e aproveitar a presença dele. Quando tirei a jaqueta na cozinha e vi que ele me olhava lembrei das marcas nos meus braços, ele deve estar assustado, peguei a jaqueta para por de volta, mas com muita delicadeza e calma ele não me deixou por.

- Você é linda! - fiquei sem saber o que dizer, coloquei a jaqueta de volta na guarda da cadeira e o olhei suspirando.

- Só não fica me encarando assim, me sinto desconfortável. - desviei o olhar, eu não sei como reagir à elogios.

- Desculpa, não faço mais. - ele sorri e então passa a mão no meu rosto. - Quer ajuda com o que?

- Vai lá no meu quarto e pega minhas pantufas, enquanto eu começo a fazer a massa...

- E onde estão as suas pantufas? - ele caminha até a porta da cozinha.

- Dentro do closet, você vai ver logo que entrar!

Herança de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora