Um Natal De Lembranças

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Na manhã seguinte, minha cabeça doía como sempre faz quando bebo demais. Eu estava jogado na cama de qualquer jeito, ainda usando as roupas de ontem a noite. Eu lembro vagamente de me ofecerem vodka e eu ter aceitado, aquilo é álcool puro. Me levantei e foi logo pro banho, vestindo roupas mais confortáveis, ou seja, calça de moletom e moletom. Desci as escadas já querendo voltar para a cama. Quando cheguei na sala vi dois pés saindo de um lado do sofá e cabelo ruivo do outro.

- Rony? - murmurei me aproximando. - Rony! - o balancei.

- Hm... - grunhiu e girou, caindo do sofá, mas nem assim acordou.

- Rony, acorda - joguei uma almofada na cara dele.

- Daqui a pouco, mãe - murmurou pegando a almofada e a abraçando.

- RONALD! - falei alto e ele pulou assustado, se sentando. Logo a cara de susto se tornou uma careta de dor.

- Ai, minha cabeça - levou a mão para as têmporas.

- Tá fazendo o que aqui? Não devia estar na Toca? - perguntei o ajudando a levantar.

- Eu... - fez outra careta. - Por que você tá tão bem? Parece que passou um caminhão por cima de mim.

- Você vai ficar melhor - assegurei. - Monstro - chamei e o elfo apareceu em minha frente.

- Sim, meu senhor.

- Você pode fazer dois sucos daquele que melhora ressaca, por favor?

- Sim, senhor - desapareceu da minha frente.

- Por que me deixou beber tanto? - choramingou deitando a cabeça nos braços cruzados sobre a mesa.

- Porque eu estava ocupado em um estado bastante parecido com o seu - respondi. Eu também estava sentindo dor, mas já estava começando a me acostumar com isso de tantas vezes que eu já acordei assim.

- Minha mãe vai me matar - grunhiu com o rosto escondido.

- Você avisou pra ela que estaria aqui?

- Espero que não. Imagina se eu falei com ela estando bêbado? Ai, ela vai me matar.

- Aqui, meu senhor - Monstro voltou com os dois copos. - Vou servir o café da manhã - assenti e ele estalou os dedos fazendo a comida aparecer. - Com licença - se retirou.

- Bebe isso, Rony - coloquei o copo em sua frente.

- Não quero saber de beber nunca mais - murmurou.

- Vai melhorar se você beber, não tem álcool - falei. - Você não quer aparecer assim na sua casa, quer?

- Não - respondeu, já pegando o copo e virando. - Tem gosto de... - começou com uma careta de nojo, porém suas feições viraram de surpresa. - Alivia mesmo.

- Eu sei - assenti bebendo do meu copo. - Come aí.

- Maravilha - disse feliz enchendo o prato.

Depois do café da manhã, Rony parecia mais relaxado, porém ainda reclamava de estar se sentindo mal.

- A poção ou sei lá o que é aquilo, não resolve 100% - expliquei enquanto vestíamos os nossos casacos para ir à Toca.

- Tem experiência, é? - perguntou com as sobrancelhas erguidas.

- Hm? - me fiz de desentendido para ganhar tempo de arranjar uma desculpa.

- Você já ficou de ressaca antes, né? Você mora sozinho, sem ninguém pra pegar no seu pé... - sugeriu. Às vezes eu queria alguém pra pegar no meu pé.

DELICATE ☆ HinnyOnde histórias criam vida. Descubra agora