A Volta Para Casa

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Até que enfim estávamos arrumando nossas coisas para sair dali. Eu não iria mais aguentar ficar ali nem por mais um dia. O frio tinha piorado desde que cheguei, parecia que tinham deixado a geladeira aberta e aos poucos o vento frio saía, contaminando tudo. Outra coisa que me sentia aliviado de sair dali era que eu não precisaria mais ter que ficar de guarda na frente da cela de Sirius, nem ficar de guarda do lado de fora tentando barrar meus pensamentos impulsivos de querer pular dali e a imaginação que o mar tinha diversos Inferi, inclusive em uma dessas vezes eu tinha quase surtado ao ver algo na água, mas no fim das contas tinha sido só um peixe, mas parecia muito um Inferius, então não tinha como me julgar.

No fim do período da nossa estadia o cansaço e sono eram tão grandes que não cabia dentro de mim. Fomos levados para o mesmo coreto de pedras, no qual tínhamos chegado, e foram dados as mesmas bolinhas prateadas, para conseguirmos sair dali. Quando tínhamos finalmente chegado no Centro de Treinamento 1, onde ainda tivemos que assinar diversos papéis e documentos, não demorou muito para sermos liberados.

- Ei, você vai pra Toca? - Rony perguntou andando ao meu lado. Ele também parecia bastante cansado. - Duvido que mamãe reclamaria.

- Hm... - pensei e não queria ter contato com ninguém por enquanto. Eu mal estava me aguentando, imagine outras pessoas. - Acho não. Quero tomar um banho decente e dormi o dia todo se possível. Tô morrendo de sono.

- Nossa, verdade - assentiu. - Parece que lá dormir é uma coisa completamente inútil. Dorme com sono e acorda com sono, segue o dia com sono.

- Aham - balancei minha cabeça em afirmativa.

- Então, amanhã? - perguntou esperançoso. - No almoço.

- Só se eu estiver completamente recuperado, o que eu acho pouco provável - expliquei.

- Depois eu que sou dramático - revirou os olhos e aparatou no Sede dos Aurores, eu fui logo atrás, aparecendo ao seu lado. - Tchau, então - ergueu a mão e eu a apertei.

- Tchau.

- É pra ir mesmo, tá? - questionou antes de ir.

- Hum - assenti. Não queria prometer nada.

Logo depois aparatamos, cada um para sua casa, separados. Eu percebi que não deu muito certo voltar pra casa, porque do mesmo jeito que Azkaban era uma prisão para Sirius, o Largo também tinha sido, um pouco melhor, claramente, mas não excluía o fato. As únicas coisas que melhoravam minimamente eram eu pensar que ali não tinham dementadores e que ali tinha bebidas. Senti falta delas nos meus momentos de surto ou insônia.

- Bem vindo de volta, meu senhor - Monstro aparatou bem na minha frente, me fazendo tomar um leve susto. - Perdão. Monstro não teve a intenção de assustar o senhor. Perdão.

- Tá tudo bem - murmurei. Se não respondesse era capaz de ficar repentindo isso sem parar.

- Está com fome, senhor? Monstro pode preparar uma refeição para o senhor - disse prestativo.

- Não tô, não. Eu tô cansado. Acho que vou dormir um pouco.

- Sim, meu senhor. Quando o senhor quiser comer é só chamar Monstro. Com licença - fez uma reverência e então desapareceu.

Coloquei minhas coisas no sofá e antes de subir passei na adega secreta, pegando um garrafa de Hidromel. Assim que cheguei no meu quarto tomei um banho rápido e então pude me deitar na minha cama, que bem mais confortável que aquela dura do dormitório, bebendo o hidromel. Eu preferia uísque de fogo à hidromel, no quesito de me fazer dormir, mas o gosto de hidromel é mais forte e pra uma pessoa que tá tendo problemas pra sentir gosto, isso é bastante atrativo. Depois de mais da metade da garrafa bebida, apaguei. Era disso que eu tava falando, sem insônia e sem pesadelos. É maravilhoso.

DELICATE ☆ HinnyOnde histórias criam vida. Descubra agora