Desmoronamento

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Eu não tinha tido contato com os Weasley nessas duas últimas semanas, então não saberia essas coisas. Mas devia ter algo de errado, já que em circunstâncias normais, Rony nunca teria aceitado eu ter ficado duas semanas sem ter contato com ninguém e sra. Weasley teria me forçado a almoçar lá no mínimo 8 dias da semana.

- Você pode me contar o que aconteceu? - perguntei receoso. Tinha ficado precupado com sua resposta.

Ela me encarou de soslaio. Não chegou a responder, somente segurou o meu braço firmemente e aparatou, sem eu estar de fato preparado. Chegamos em uma estradinha, que parecia não ser usada a bastante tempo, com árvore dos dois lados.

- Onde a gente tá? - perguntei a seguindo, já que tinha começado a andar.

- Do lado contrário do que estamos acostumados da Toca. Ela é pra lá - apontou para trás.

Assenti devagar, um pouco perdido ainda.

- Você não foi na Toca nesses dias? - ela perguntou.

- Hm... Não.

- Certo - assentiu devagar e respirou fundo. - Quando minha mãe e meu pai foram médico pra confirmar o bebê, George já estava com muita raiva, se lembra?

- Sim. - Conseguia me lembrar bem de George sendo agressivo com ela.

- Então, quando confirmou e ainda por cima disse que era menino, minha mãe ficou um pouco confusa. Ela ficou falando que era a reencarnação de Fred, que ele era o bebê - suspirou cansada e a olhei preocupado. - Ela falou em um dos almoços de domingo que o nome devia ser Frederich. Ninguém concordou com isso, mas George foi o pior. Ele gritou e quebrou tudo, mamãe não ficou quieta e falou um monte de besteira pra ele.

Passou a mão no cabelo nervosa, a sua mão tava tremendo, então quando a abaixou, a peguei na minha. Não deixando de a acompanhar pelo caminho. Eu pensei que fosse soltar minha mão, mas apenas a apertou mais forte.

- Depois desse dia, papai ficou enfurnado na garagem, fazendo sabe se lá o quê, e mamãe ficou muito mal, nem saía do quarto. Gui vendo que não dava pra eles ficarem sozinhos pediu que fossem para o Chalé, mas eles se negaram. Então foram pra casa da tia Muriel, mas eles não aguentaram ela por muito tempo, por isso eles preferiram ir pra Irlanda.

As árvores do caminho tinham começado a desaparecer e dava vista para um campo muito verde.

- Eles não me deixaram aqui - disse como se isso fosse ridículo e a machucasse. - Eles estavam na casa da tia Muriel quando eu voltei, mas eu não quis ir pra lá. Então disse que ficaria com Gui, eles se convenceram. Só que eu e Rony nem avisamos pra ele.

- Vocês ficaram sozinhos na Toca? - perguntei surpreso.

- Só uma noite - respondeu. - Gui descobriu ontem e nos obrigou a ficar lá na casa dele, a gente foi.

- Então seus pais viajaram...

- Antes de ontem, depois que me buscaram na estação.

Era muito pra absorver e muitas dúvidas apareceram.

- O Rony ficou sozinho esse tempo todo?

- Não. Ele foi com meus pais na casa da tia Muriel, aí como eu me neguei ir pra lá, ele aproveitou e fez o mesmo.

Assenti devagar. Ela tinha saído do caminho e caminhava colina acima por meio do campo aberto.

- O George tá bem? - perguntei.

Ela ficou calada enquanto subia. Quando chegou no topo, andou até o pé de uma árvore e se sentou. Fiz o mesmo ao seu lado e quando olhei pra frente arregalei os olhos.

DELICATE ☆ HinnyOnde histórias criam vida. Descubra agora