Figurinhas de Heróis

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Ela tinha me levado para o lado de fora e andado em direção a praia, então conjurou uma toalha e colocou sobre a areia se sentando.

- Senta, Harry - disse impaciente, já que eu tinha ficado parado olhando pra ela. Eu já estava a um total de três meses sem beijar ela, então não era minha culpa eu ficar do nada hipnotizado e querendo isso mais que tudo. Eu me lembrava de como era o beijo muito bem. Ainda podia sentir, mas não era a mesma coisa.

Eu acho que tinha ficado traumatizado com aquela rejeição do beijo e tinha medo de forçar ela a algo. Sei que ela não uma garota em apuros, ela me bateria com certeza, mas eu continuaria me sentindo mal. Me sentei ao seu lado e logo ela se virou me olhando.

- É o seguinte: você disse que bebe quando fica com insônia, tem pesadelo ou quando pensa demais, certo?

- Sim - respondi incerto do que ela queria com isso.

- Não sei se você se lembra, mas eu te contei que tive uns problemas com um remédio. - Eu me lembrava bem disso, então assenti. - Enfim, depois que eu parei de tomar, quando minha mente começa a divagar, eu procurava me distrair com outra coisa - ela ergueu o pulso mostrando as pulseiras. - Eu tinha duas caixas de sapato cheias delas. Agora eu só tenho uma por um acidente com fogos de artifícios da Gemialidades, mas não vem ao caso.

- Você tá falando pra eu fazer pulseira? - perguntei.

- Não pulseira - respondeu. - Mas se você quiser, não vou julgar - acrescentou. - Tô falando pra você procurar algo pra te distrair nesses momentos mais complicados.

- Ah - assenti devagar. - O quê?

- Sei lá - deu de ombros. - Tem que ser algo que você goste ou esteja interessado, senão não vai dar certo.

- Do que eu gosto? - perguntei.

- E eu que vou saber? - revirou os olhos.

- Eu não consigo pensar em nada - murmurei e era a mais pura verdade.

- Ler?

Fiz uma careta e respondi rápido:

- Não.

- Sirius tocava, por que não aprende? - sugeriu.

- Tocar? - repeti. Eu já tinha visto uns alunos nascidos-trouxas tocando no pátio ou nos jardins de Hogwarts, as garotas gostavam muito. Será que Gina gostaria? - É difícil de aprender?

- Pelas minha curta experiência tentando aprender com Gui digo que é muito difícil, nem sei porque tocam. Dói o dedo pra caramba - fez um careta.

- Dói? - perguntei confuso, não sabia disso.

- Sim. A ponta dos dedos que ficam apertando as cordas. Além de deixar o dedo calejado - terminou.

- Por que sugeriu isso então? - perguntei juntando as sobrancelhas.

- Sei lá. Vai que você se interessava por inspiração no Sirius - deu de ombros. - Você não escreve ou desenha ou sei lá.

- Eu sou um péssimo escritor - fiz uma careta. - Eu desenhava quando era criança. Meu primo ganhava um monte de cadernos de desenho ou de pintura, porque minha tia dizia que ele era muito bom e que seria artista, mas ele nunca usava nenhum deles. Então eu roubava todos eles e escondia embaixo da minha cama, nem sentiam falta. Aí quando ficava de castigo ou os amigos de Duda iam lá, eu pegava o caderno e me trancava no meu quarto. Eu ficava desenhando até super tarde da noite.

- Tá aí. Tenta desenhar - falou. - Isso ajudava a te distrair quando era criança?

- Muito - assenti com convicção. Tinha mesmo. Me lembro das muitas vezes que eu tinha apanhado e só conseguia me acalmar quando começava a desenhar e me perder no meu mundo.

DELICATE ☆ HinnyOnde histórias criam vida. Descubra agora