Cap 5 🦂

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Zulema combinou de nos encontrar no cinema. Ela estava trabalhando em uma loja de bicicletas e ia para casa tomar banho primeiro. Helena, Fabio e eu compramos o ingresso dela antes que esgotasse.

— Helena, você tem certeza de que a mina vai aparecer? — Fabio riu.

— Ela vai, sim. — Helena olhou para mim com incerteza. Sendo sincera, eu não fazia ideia se Zulema estava mesmo pretendendo aparecer, e rezei para que ela não viesse. Quando Helena mandou mensagem para ela dizendo que íamos entrar na sala de cinema mais cedo para guardar assentos, ela não respondeu.

Enquanto esperávamos na fila, Fabio colocou o braço em volta dos meus ombros, me fazendo enrijecer. Aquilo pareceu precoce, já que estávamos apenas nos conhecendo. Ele cheirava bem e estava muito bonito usando roupa preta social. Eu costumava achar Fabio um gato. Hoje em dia, todo cara ou mulher que eu via parecia sem graça em comparação a Zulema, que havia se tornado meu maior medidor de atração física.

Eu queria esmagar esse medidor com uma marreta. Helena estava estritamente instruída a não contar a Fabio que Zulema era minha meia-irmã. Como Zulema nunca falava comigo na escola, a maioria das pessoas ainda não fazia ideia de que morávamos juntas. Eu preferia que ficasse assim.

Senti alívio quando a sala de cinema escureceu, e os trailers começaram na tela. Coloquei meu celular no silencioso. Talvez Zulema não fosse mesmo aparecer, afinal. Meu corpo começou a relaxar, enquanto Helena checava seu celular a cada dois segundos e ficava olhando em volta, procurando por ela. Os créditos do filme começaram. Afundei mais no assento e apoiei os pés na cadeira vazia à minha frente. Fabio me ofereceu um pouco de sua pipoca. Fiquei comendo por um tempo e estava realmente curtindo o filme, até que quase engasguei ao sentir o cheiro de cigarro de cravo misturado com perfume.

E então, ali estava ela. Meus joelhos tremeram quando ela passou perto da gente no escuro, indo para o assento vazio do outro lado de Helena. Eu queria bater na cara dela para desfazer aquela expressão de alegria. Quando Zulema se inclinou e beijou a bochecha de Helena, meu apetite pela pipoca transformou-se rapidamente em náusea. Entreguei a pipoca para Fabio e fingi estar interessada no filme.

Para ser sincera, eu estava encarando diretamente a tela, mas a comédia rapidamente pareceu estar toda em outro idioma, minha cabeça não assimilava nem uma palavra. Tudo o que eu estava realmente fazendo era inspirando o cheiro de Zulema. Sua presença me deixou mais irritada do que eu previra. Em determinado momento, Fabio segurou minha mão, envolvendo-a com a sua. Congelei. Helena, que tinha bebido uma Coca-Cola Diet enorme antes de Zulema chegar, sussurrou no meu ouvido que ia ao banheiro.

Meu coração começou a martelar com mais força depois que ela saiu, porque assim eu não tinha mais como bloquear Zulema de vista. Eu podia sentir pelo canto dos meus olhos que ela estava olhando para mim. Mesmo com as risadas das outras pessoas em volta, o peso de seu olhar parecia engolir todo o resto. Me recusei a olhar para ela, até mesmo a me mexer. Apenas continue olhando para a tela, Maca. Meu celular vibrou na minha perna.

Zulema: Você está treinando para ser um manequim de vitrine? Eu não podia exatamente responder à mensagem, porque Fabio poderia ver. No entanto, cedi e olhei para Zulema, me arrependendo na mesma hora.

Seus cabelos, normalmente desordenados, estavam arrumados. Ela também estava mais bem-vestida do que o normal, usando calça jeans escura e uma jaqueta de couro. Sua boca se abriu em um sorriso genuíno e raro, que me fez sentir como se algo estivesse apertando meu coração.

Então, ela riu, fazendo com que eu risse de mim mesma também. Ela estava certa. Eu estava ali sentada tão dura quanto uma tábua. Estava sendo ridícula. Helena interrompeu meu momento com Zulema quando passou por mim e sentou-se, obstruindo minha vista mais uma vez. Ela inclinou-se em direção a Zulema, e aquela foi minha deixa para voltar a fitar a tela.

Minha Meia-irmã Zulema Zahir 🦂Onde histórias criam vida. Descubra agora