melodia parte 01 | CB97

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Não sei o que quero ser, mas sei muito bem o que não quero me tornar.

Agenda sempre lotada, compromissos até o pescoço e sempre com uma câmera apontada para o rosto capturando todos seus passos, falhas e sucessos: essa é a vida atual de CB97. Ele não podia reclamar, afinal, trabalhou duro para chegar onde chegou, e estava grato por milhões de pessoas reconhecerem isso.

O dia amanheceu e os raios de sol adentraram pelas cortinas acinzentadas da suíte de Christopher, obrigando o rapaz a acordar aos poucos. Passou alguns minutos ainda deitado, aproveitando os poucos momentos de sossego que tinha antes de começar a cumprir a agenda pré programada para o dia.

Levantou com preguiça, arrastando os pés lentamente até o banheiro, realizando os afazeres matinais e retornando para o quarto com a toalha presa a cintura. Sentou na cama e pegou o celular particular para o trabalho, vendo várias mensagens, mas resolveu focar apenas na mensagem da sua assessora. Leu a mensagem várias vezes até digerir o que estava escrito. Uma collab. Com outros dois artistas, em um país estrangeiro e não podia negar o pedido, já que poderia ser super importante para a carreira do rapaz.

Christopher deixou o celular em um canto, não dando a divida importância. Vai ser só mais uma collab, pensou com um suspiro, tratando de começar a se vestir. Quantas vezes já teve que colaborar com outros artistas, com quantos já trabalhou? Christopher perdeu as contas. Era só mais uma, talvez durasse alguns meses, mas no final ele voltaria para Austrália e continuaria a vida como sempre fez.

Tomou o café da manhã enquanto lia as últimas notícias do dia sobre ele. Recebia comentários positivos e negativos em suas fotos, como de costume. Rumores sobre ele carregavam de monte em sites de notícias australianos e mundiais. Terminou o café e colocou na pia a xícara, pegou a mochila com seu notebook inseparável e saiu de casa, esperando o carro da empresa vir buscá-lo.

Cerca de oito minutos depois, já estava a caminho da filial da JYP Entertainment na Austrália. Chegando em frente ao grande prédio, Christopher viu várias garotas paradas, provavelmente à espera do Bang. Dois seguranças entraram na pequena multidão e auxiliaram na segurança do músico até as portas da empresa. Christopher tentava ao máximo sorrir para as suas fãs e acenar, mesmo com todo alvoroço.

Deu bom dia para a recepcionista ao finalmente estar dentro da empresa, caminhando até o elevador para seguir ao terceiro andar. Menos de cinco minutos já estava na porta do estúdio, seu cantinho, ali onde Christopher podia ser quem quisesse, podia fazer sua arte sem se importar com os comentários maldosos das pessoas. Ali ele era apenas Christopher Bang, o produtor musical, compositor e rapper.

Começou o trabalho com um sorriso satisfeito, carregado de orgulho próprio. Ajeitou a mesa de produção e começou a ver o que tinha pendente para está manhã no computador. Poucos minutos depois, ouviu batidas na porta, já imaginando quem seria. Gritou um "está aberto" e voltou a prestar atenção na tela do computador.

- Bom dia, Chris. - A voz calma de Ameya, sua assessora e amiga, chamou sua atenção. - Pronto para ir conhecer a Coréia Do Sul?

Ameya era uma mulher australiano alta e de cabelo ruivo natural, Christopher a via como uma amiga próxima apesar dela ser sua manager. Mesmo com as questões profissionais do trabalho e todas as vezes que ela o repreendeu por seus tropeções como artista, ela era a pessoa mais próxima que tinha, não só na empresa mas como também em sua vida privada. Ameya, por muito tempo, foi a única que se dispôs a aguentar seus dramas particulares e suas dores, mesmo não sendo o trabalho dela. Para Christopher, ela sempre seria muito especial.

- Não é a primeira vez que eu vou pra lá, querida. - Se virou para ela, carregando um sorriso convencido, confortável o suficiente para usar um tom brincalhão.

- Oh, me desculpe, todo poderoso Cb97. - Ameya disse, fazendo uma breve reverência, o tratando como um príncipe que a mídia às vezes pregava. Christopher riu, puxando uma cadeira para que ela se sentasse ao seu lado. - A viagem é amanhã de manhã, okay? Vou passar na sua casa uma hora antes para te chamar, já que a estrelinha é o rei dos atrasos. - Ameya se senta. - Daqui a uma hora temos uma reunião para acertar algumas coisas da sua próxima turnê, não se atrase. - Continuou, com seu inseparável caderninho de anotações.

Christopher balançou a cabeça, fingindo estar ouvindo enquanto a mulher dialogava sozinha sobre a agenda dele para restante do dia: Entrevistas em programas de variedades, live no caminho para casa, talvez ele devesse postar uma selfie antes de dormir para acalmar os ânimos dos fãs e todas as outras coisas que ele deveria fazer - mas talvez não fizesse.

A ideia de voltar para Seul o perturbou um pouco durante o dia, se pegava pensando em como seria voltar para aquela cidade. Apenas a ideia que estaria em um voo para la apertava seu peito e o deixava meio apreensivo, mas faria pouco caso. Era só uma colaboração que provavelmente duraria um ou dois meses, talvez até menos. Só precisava se manter distante de relações paralelas e fazer seu trabalho, e logo estaria de volta na sua zona de conforto.

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