Levantou-se atrasado, arrumou-se com pressa, e saiu sem tomar seu café da manhã. Estava atrasado, era seu primeiro dia de aula, não podia se atrasar. Conviver por quatro horas com adolescentes de diferentes idades - sua escola comportava alunos do 6ª à 9ª série - era algo insuportável para Leo. A única coisa que Leo gostava era da aula da professora Rosa, de Língua Portuguesa. Atenta, observava tudo, não deixava escapar nada. Conhecia os alunos, e sabia quando fingiam prestar atenção. O que fazia os alunos se comportarem, às vezes dava algumas indiretas para que ficassem atentos e lembrassem que ela estava de olho em tudo.
Chegou na escola no último minuto antes de precisar ir à diretoria por atraso. Foi direto para sala de aula. Como de costume, sentou-se no canto da sala ao lado da parede onde havia uma enorme janela de vidro, sentou-se inclinado para frente da cadeira, em seguida tirou o material da mochila, apoiou a cabeça na janela e esperou a aula começar. A primeira aula era do professor Tobias, de matemática, chato, apenas esse adjetivo poderia ser dado a ele. Tocou o sinal e o professor entrou na sala com uma nova, aluna, bem não era nova de fato, apenas tinha sido transferida da outra sala. Era Emilly, a garota mais bonita de toda a escola e de toda região.
William que se sentava logo atrás de Leo, se aproximou dele, e deu leves cutucadas com o dedo nas costas de Leo para tentar chamar a sua atenção e poder saber da opinião dele sobre a transferência de Emilly. Os dois não eram tão próximo, mas como William não era tão idiota, e até tratava ele bem, Leo não se incomodava com a companhia de William. Mesmo que seja resumida em empréstimos de lápis, e algumas ajudas em matemática.
— Será que ela foi transferida para cá, depois do que aconteceu ontem? — perguntou William sussurrando para que apenas Leo o escutasse.
Sem se virar para trás, apenas se aproximando as costas na cadeira assim ficando mais próximo de William, respondeu sussurrando — O que aconteceu ontem?
— Não sabe o que aconteceu ontem? Ela deveria ter se apresentado ontem no festival, representando nossa escola, mas acabou desaparecendo, e o que dizem é que só apareceu de noite em casa. Dizem também que ela apareceu desmaiada no chão da casa
— Não sabia, e não sei o motivo do porquê ela foi transferida.
Emilly se sentou na única cadeira vaga, no meio da sala, onde todos podiam observá-la. Era desconfortável estar em volta de vários olhos observando como uma águia observa sua presa no alto de seu ninho. Sentiu vergonha, deixando seu rosto avermelhado. Leo sentiu que não queria estar na situação dela, não gosta nem um pouco de ser o centro das atenções.
Patrícia chegou na sua escola, a escola Princesa Isabel. Uma das mais antigas e tradicionais escolas da cidade, onde a elite da cidade estudava. Já se preparava para as perguntas sobre seu sumiço do dia anterior, mas ninguém falava sobre isso. Só se falava de uma coisa, o sumiço de uma garota, uma certa Emily Middlemist. Acostumada a ser o centro das atenções, quando não era, ficava irritada. Até o final do dia, nas duas escolas já não se falava sobre o desaparecimento. O que serviu de alívio para Emilly, passou o restante do dia tranquila, sem perguntas, sem sentir vergonha.
No final da manhã, ao final das aulas, Leo não foi para casa como de costume, passou primeiro em um beco um pouco perto da escola. Já sabia quem iria encontrar, não seria a primeira vez que fizeste isso, desde o final do ano passado que encontrava Jennifer, ali, em um beco escuro. Quando fez pela primeira vez deixou sua avó muito preocupada, apesar disso explicou que antes de voltar para casa tinha parado para ver uma amiga. Depois disso, voltaram a se encontrar algumas vezes. Naquele dia estava um pouco preocupado, Jennifer havia faltado a aula, ontem e hoje. Jennifer costumava usar esse local, entre outros, para fumar às escondidas. Quando se aproximou da amiga, ela virou seu rosto, para que não visse o estado dela. Leo preocupado, pergunta:
— O que aconteceu? Por que não que mostra o rosto?
— Não aconteceu nada — respondeu Jennifer em tom baixo.
— Foi algo feito pela sua mãe? Não foi?
— Já disse que não foi nada.
— Sei que aconteceu algo, se não tivesse, não estaria escondendo o rosto, saber que pode confiar em mim, não seria a primeira vez que ela faz algo.
Então Jennifer mostra o rosto com uma marca roxa de um soco bem dado.
— Mas dessa vez não foi um tapa.
Leo ficou sem reação ao olhar para a amiga daquele jeito.
— Ela me socou, pois eu apareci de repente em casa à noite após passar o dia fora, mesmo eu não me lembrando muito bem. Me chamou de vagabunda e que deveria estar bem atrás de me satisfazer meus desejos imundos com uma menina de venda. Me disse que meu destino era com um homem que desse fortuna. E faria de tudo para que isso acontecesse.
— Não sei o que dizer. Isso é terrível, ela não pode fazer isso com você? Ela deve pagar por tudo isso — disse Leo, perplexo.
— Se eu pudesse me vingaria por tudo que aquela puta fez comigo, mas é complicado — disse Jennifer
— Queria poder ajudar.
— Ninguém pode.
Enquanto Emilly foi direto para casa sem distrações, tinha que chegar em casa rápido, sua mãe ficaria com raiva se fizesse Dr. Júlio espera. Ele era um dermatologista que sua mãe tinha chamado para verificar uma pequena queimadura, bem pequena, que surgiu quando Emily chegou na noite anterior. Porém tinha se cicatrizado na manhã seguinte, praticamente sumido. O que não impediu a mãe da Emilly de chamar um dermatologista. Não fim, não se deu em nada. Sua pele mostrava que estava em perfeitas condições, como que nunca tivesse sido queimada.
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Astraia e os seis destino - Um chamado da Mãe celestial
FantasíaAstraia e os Seis Destinos: Um Chamado da Mãe Celestial é uma envolvente narrativa de fantasia e aventura que segue a jornada de cinco jovens protagonistas: Leo, Emilly, Jennifer, Rita e Patrícia, que se encontram unidos pelo destino em uma missão m...