Capítulo 02.

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Pov: Jennie Kim.

Jennie se deteve para descansar e recuperar o fôlego. Não é que arrastar o felino fosse muito árduo, mas ter que agachar-se enquanto puxava e caminhava por todas essas rochas e
montes era um inferno para suas costas.
Enquanto se inclinava para tomar as mangas e continuar a caminhada para sua caminhonete, ouviu o estalo de um ramo ao ser pisado por uma pessoa.
Automaticamente tomou seu rifle.
— Se eu fosse você não faria isso.

Jennie se voltou cautelosamente para ver, a uns dez metros de distância, um dos caçadores ilegais apontando com o cano de um rifle. Merda. Seu olhar desceu até o guepardo para
comprovar que ainda estava tranquilo, não sabia se dormindo ou inconsciente.
— Só quero o felino. Coopera e não te machucarei.
Jennie franziu o cenho. Pelo menos distintivo estava no bolso e não era visível.
Esse pequeno pedaço de informação provavelmente teria feito que atirasse no ato.
— Esta é sua presa? — Perguntou casualmente — Encontrei-a a meio quilômetro daqui.

Pergunto-me como chegou um guepardo a estas montanhas.
O homem riu ligeiramente entre dentes.
— Isso não é da sua conta. E sim, ela é minha presa. Agradeceria se recuasse.
Jennie manteve as mãos em alto para indicar que não era uma ameaça enquanto dava vários passos para trás. Não valia a pena arriscar sua vida por um guepardo ferido, mas o fato de
que este idiota mantivesse a ponta da pistola para reclamar sua pele a incomodava em extremo.

O caçador se adiantou, indicando a Jennie que se girasse e desse as costas.
— Joga seu rifle nos arbustos dali.
— ordenou — E continua recuando.
Jennie tirou a correia do ombro, envolveu sua mão ao redor da culatra e jogou a arma, tão suavemente como pôde, para o monte.
— Agora de joelhos. Mãos nas costas.
Jennie  apertou os dentes, mas o fez.
Uns momentos mais tarde, Jennie sentiu uma corda queimar ao redor de seus pulsos quando o caçador atou suas mãos.

— No caso de ter a ideia de pegar sua arma — Murmurou o homem.
Filho de puta. Em que confusão se transformou tudo isto. E tudo porque se sentia mal por um guepardo de merda. Um gato que nem sequer deveria estar em suas montanhas.
Jennie puxou as cordas que rodeavam seus pulsos enquanto via como o caçador retornava para o guepardo. Ele se deteve e, cautelosamente, utilizou o cano de seu rifle para empurrar o
felino.

Ao não obter resposta, o caçador relaxou. Depois de uma rápida olhada na direção de Jennie e decidindo que aparentemente não era nenhuma ameaça, o caçador colocou o rifle no
ombro, inclinou-se para o guepardo e tocou na nuca com a mão.
O guepardo se equilibrou para cima, golpeando o homem e o fazendo cair sobre seu traseiro. Não deu tempo a reagir. Lançou-se sobre ele antes que pudesse recuperar sua arma. Ela
agarrou a sua mão, e seus gritos encheram o ar.

Jennie viu com fascinado horror como ela tratava o homem como seu brinquedo para mastigar. Em um dado momento, o homem se afastou, encolhendo-se em uma bola de proteção.
O guepardo grunhiu e riscou um círculo a seu redor, preparado para saltar de novo.
O homem ficou de pé decidindo, evidentemente, que preferia morrer correndo. Para surpresa de Jennie, o guepardo não fez nenhum esforço para persegui-lo. Em seu lugar, voltou
seu olhar dourado para Jennie.

Uma profunda inquietação arrepiou suas costas. Ela estava tão vulnerável como um peru presa para Ação de Graças.
O guepardo se situou atrás dela, e Jennie sabia que não tinha muito sentido tratar de levantar e pôr-se a correr. Uma corrida com o animal terrestre mais rápido do mundo? Sim, com certeza que tinha uma oportunidade real de ganhar.

Ficou tensa quando sentiu seus dentes perto de suas mãos. Esperou, preparada para a dor, preparada para fazer algo para defender-se.
Ela começou a puxar e mastigar. Às cordas. Não a suas mãos. Fodidamente incrível. Estava-a libertando!
Uns poucos puxões mais e a corda se afrouxou. Pôs as mãos na frente e esfregou os pulsos, sem compreender por que não a tinha mordido.
Com cuidado, ficou de pé e pouco a pouco se voltou para olhá-la. Ela a olhou com complacência, como se não acabasse de atacar o caçador. Por estranho que parecesse, seu
traseiro acabava de ser salvo por um guepardo.

Golden eyes. Jenlisa G!P  (Shifter)Onde histórias criam vida. Descubra agora