Golden eyes. Jenlisa G!P (Shifter)

Capítulo 03.

Pov: Jennie Kim.

Jennie ia fechar a porta, mas a mulher se agitou, e os mesmos olhos dourados do guepardo devolveram o olhar. O medo brilhava em seus olhos e envolveu os braços a seu redor protetoramente e sem energia tentando ocultar sua nudez. Podia vê-la tremer, e o sangue correr
por sua perna.
O mal-estar dela a levou a ação, apesar do raciocínio de que tinha perdido sua sanidade.
— Santa mãe de Deus — Murmurou enquanto se ajoelhava a seu lado.
A mulher se separou dela, e um som de medo escapou de seus lábios.
— Shhh, não te farei mal — A tranquilizou. Alargou a mão para ela, tocando-a para oferecer conforto de algum jeito.

Esticou-se quando pousou a mão em seu ombro, mas não se afastou dela. Grandes e assustados olhos o olharam inquisitivamente.
— Não te farei mal — Disse outra vez.
— Estou aqui para te ajudar.
Relaxou-se um pouco debaixo de seus dedos, e o medo em sua expressão se voltou dor.
— Quem é? —murmurou — O que é?
Ela abriu a boca e umedeceu os lábios. Um som rouco se formou em sua garganta e franziu o cenho. Sua mão agarrou o pescoço e o massageou. Parecia ter dificuldades para falar.
Sentia-se culpado por tê-la colocado no quartinho da entrada. Fazia frio e era incômodo, só que, Cristo, tinha pensado que era um guepardo. Ela era um guepardo. Os guepardos tinham
pelagem. Esta mulher estava nua. Muito nua. E muito linda.

— Não fale — Disse com firmeza quando ela abriu a boca outra vez — Me deixe te levar para sala, onde possa esquentar.
— A flecha — Sussurrou — Tem que sair.
Sua baixa voz se deslizou sobre ela com um sobressalto. Não podia localizar o sotaque.
Colocou os braços por debaixo de seu corpo e a levantou com cuidado, tratando de não tocar sua ferida.
Um pequeno gemido escapou de seus lábios enquanto Jennie a acomodava contra seu peito.
— Sinto muito.
Ela não respondeu. Simplesmente deixou que sua cabeça se afundasse em seu ombro.
Levou-a a sala e se maravilhou pelo fato de que provavelmente pesava mais como gato que como ser humano. Como um humano? Poderia chamar humano a alguém que tinha sido um guepardo fazia só uma hora?

— Pode se estirar no sofá frente ao fogo. Trarei algo para te cobrir e darei uma olhada nessa flecha.
— Obrigada.
A simples palavra soou muito sincera, e pôde sentir a dor atrás dela.
Com supremo cuidado, colocou-a de lado no sofá, depois tomou a manta que pendurava no respaldo. Sua pele estava gelada ao tato. De novo sentiu uma pontada de culpa por tê-la metido
no quartinho da entrada.
Acomodou a manta sobre a parte superior de seu corpo e sobre suas costas para preservar o suficiente sua modéstia enquanto mantinha o material a uns centímetros da flecha. Ela se agarrou
aos extremos da manta e puxou com mais força para o queixo.

Sem pensar, passou a mão pelo cabelo, retirando o de sua face por trás da orelha. Era linda.
Incrivelmente.
E era um guepardo.
Retirou sua mão e se balançou sobre seus calcanhares. Já haveria tempo para paralisar-se depois. Talvez depois de ter conseguido tirar a flecha da perna. Jesus! Como ia tirá-la sem cortar a
perna? Necessitava um médico, mas, como diabos ia explicar como tinha chegado aí a flecha? Por não falar de que se ela a levava ao hospital e fizessem análise de sangue. Ficariam todos loucos, porque não era um ser humano?

Já podia ver as manchetes dos jornais.
— O que é? — Pergunto em voz baixa.
— De onde vem?
As manchas de cor bronze em seus rasgados olhos resplandeceram quando o olhou. Podia ver o guepardo nela, sabia que estava ali, não importava a louca que soasse.
Procurou em seu rosto como se tratasse de decidir se podia confiar nela. Evidentemente, ela decidiu que não podia, porque a incerteza alagava seus olhos, e olhou para baixo. Interessante. O guepardo tinha acreditado nela. A mulher não o fazia.
— Meu nome é Lisa Manoban. — Disse.
Bom, isso era algo que ela supunha. Deu uma olhada à ferida de sua perna. A ponta da flecha estava incrustada por completo na coxa, provavelmente tocando o osso. Não havia forma
de que fosse empurrá-la. Não o faria.