Capítulo 08.

238 31 2
                                    

Pov: Jennie Kim.

Já era tarde quando Jennie retornou. Deteve o automóvel frente à casa e ficou um momento ali sentada, com as mãos agarrando o volante com força. A fadiga pesava nos músculos, mas ao mesmo tempo a expectativa percorria a pele. Enquanto caminhava para a porta de
entrada, deu-se conta de que queria que ela estivesse ali. Não queria entrar em uma casa vazia como fazia todos os dias.

Pôs a chave na fechadura, girou-a e depois fez uma pausa enquanto deslizava a mão para o pomo. Silenciosamente, abriu a porta e entrou.
O alívio tirou um peso do peito.
Feito um novelo sobre o sofá frente ao fogo estava Lisa. Estendida de lado, com os joelhos perto do peito e um braço pendurando por sobre a borda do sofá, estava profundamente adormecida.

A cena tinha um aspecto pavorosamente doméstico. Como qualquer casal que chega a casa depois de um comprido dia de trabalho para encontrar a sua mulher esperando-o. Suave. Gostosa.
Aproximou-se dela, impulsionado pela atraente imagem que apresentava. Ao aproximar-se, franziu o sobrecenho. Sua pele se estremecia com minúsculos tremores. Seus músculos se crispavam e sacudiam, e tinha o cenho franzido, os lábios apertados em uma linha tensa.
Ajoelhou-se frente ao sofá e pôs a mão no ombro. Ela tinha posta uma de suas camisas de flanela. Deslizou a mão pelo braço, depois pelo quadril e pela pele nua da perna.

Seus dedos tomaram a borda da camisa e a levantaram para revelar a ferida.
Ainda tinha aspecto doloroso, mas não conseguia imaginar a ninguém que curasse tão rápido. E aparentemente ela acreditava que demorava muito.
Jennie pousou os lábios uns centímetros por debaixo da borda irregular da ferida e a beijou. Sob sua boca, ela se removeu. Jennie elevou a vista e viu que o estava observando com um sorriso em seus lábios cheios.
— Olá — Murmurou.
— Olá.
Lisa baixou a mão para incorporar-se. Jennie tomou pelo ombro e a ajudou.
— Está bem? — Perguntou.
Esfregou os braços com as mãos e soltou um tremulo suspiro.
— Sim, estou bem.

Jennie tocou sua bochecha, delineando seus lábios com os dedos. Seus olhos ardiam com ouro líquido quando se esfregou o rosto contra sua palma.
— Estou morta de fome. Vem me fazer companhia enquanto preparo algo de comer.
Ela sorriu e assentiu.
— Quer algo? — Perguntou Jennie enquanto a ajudava a ficar de pé.
— Se está se oferecendo a cozinhar…
— Sorriu — Comi algo que tirei de seu refrigerador, mas sou um desastre na cozinha. Minha experiência culinária consiste só em abrir latas.
Olhou as pernas nuas e depois voltou a olhar a Jennie.
— Não tenho o que pôr. Sua camisa foi a única coisa que encontrei. Espero que não se incomode que a tenha tomado emprestada.
Ela passou o dedo pela lapela e com a ponta do dedo acariciou a pele que o decote em V deixava exposta.
— Esta camisa nunca ficou tão bem como em você.

Lisa voltou a sorrir e se dirigiu à cozinha.
— Teria que ter pensado em te conseguir um pouco de roupa — Disse enquanto a seguia — Agora já deve ter fechado tudo, mas posso ir amanhã a primeira hora e te trazer algumas coisas.
Subiu contente a um dos bancos altos, com as pernas nuas balançando-se.
— É muito amável de sua parte, agradeço-lhe isso — Inclinou a cabeça para um lado e o estudou — Parece cansada. Teve um dia muito comprido?
Um quente prazer percorreu as veias diante a preocupação dela. Colocou uma frigideira sobre a bancada e se estirou para tocar sua mão.
— Encontramos um leão morto.
O olhar dela se encheu de pena e logo baixou os olhos. Ela acariciou a bochecha.
— Sinto muito.
Olhou-a, com os olhos brilhando pelas lágrimas.
— Tinham-no tirado da mesma reserva que a mim. Era um animal formoso.

— Lisa, encontrarei às pessoas que fizeram isto a você, aos outros animais, prometo isso.
Não voltarão a te machucar.
Ela assentiu com a cabeça, com a pena ainda visível em suas feições. Jennie se afastou e começou os preparativos para um jantar rápido.
Poucos minutos depois, tinha preparado omeletes para as duas. Ela atacou o seu com entusiasmo e suspirou de prazer enquanto comia um bocado.
— Comida de verdade, isto é o paraíso.
Ela levantou a vista de seu prato.
— Sim, imagino que não deve ter tido exatamente o que se diz comida decente ultimamente
— Então recordou seu próprio oferecimento de um filé cru e fez uma careta.
Lisa comeu rapidamente e com grande entusiasmo. Quando afastou seu prato com um bocejo, ela também sentiu que a fadiga percorria o pescoço.
— Talvez devêssemos ir para cam.
— Disse enquanto recolhia os pratos e os deixava na pia
— Mmm, eu dormirei no sofá.
— Não queria assumir nada embora tivessem tido sexo a noite anterior.

Talvez ela já se arrependeu.
Deu-se volta para vê-la e olhá-la fixamente, os olhos dourados refulgindo à luz.
— Não quero dormir sozinha.
— Afirmou suavemente.
Ela sentiu que o peito esticava. Não queria dormir no sofá. Preferia voltar a tê-la nos braços.
Lisa se aproximou e se deteve poucos centímetros diante dela. Seus corpos estavam tão perto que quase se tocavam. O calor de Lisa se estendia para ela, rodeando-a, suave e feminino, como ela.
Pôs uma mão sobre o peito e o olhou, com um rogo nos olhos.
— O que está pedindo? — Perguntou ela com voz rouca.
— Que me abrace, e talvez…
— Talvez o quê?
Colocou sua mão sobre a dela, deslizando os dedos do pulso às pontas de seus dedos.
— E talvez poderia me tocar.
— Sussurrou.
— Sabe o que está me pedindo?
Ela tocou sua bochecha.
— Sei o que estou pedindo, Jennie. A pergunta é, pode me dar isso?

SE POSSÍVEL, VOTEM E COMENTEM E ME SIGAM.

XOXO.

Golden eyes. Jenlisa G!P  (Shifter)Onde histórias criam vida. Descubra agora