Pov: Lisa Manoban.
— Me fale da sua família — Disse Jennie enquanto retornava ao sofá depois de observar Jisoo ir.
Sentou-se a seu lado, e ela automaticamente se curvou em seus braços, sem importar que ainda estivesse nua debaixo da manta. Os braços dela se envolveram a seu redor, fortes, reconfortantes, e apoiou a bochecha contra seu peito, sentindo o forte batimento de seu coração.
— Por que não se comunicou com seus pais? Devem estar muito preocupados.
Respirou profundamente e se afastou para poder olhá-la, embora seus braços continuaram rodeando-a.— Tentei chamá-los enquanto estava no trabalho. Não estava segura se podia confiar em você a princípio — Disse simplesmente. — E agora?
Seus olhos marrons a penetraram, um raio de esperança esquentando as escuras esferas.
— Confio em você.
A satisfação brilhou apesar de que não demonstrou nenhuma outra reação externa a sua declaração.
— Então me conte — Disse.
Confiava nela. A férrea determinação se refletia em cada uma de suas ações, em suas palavras. Sabia que a protegeria e não a trairia. E isso tinha um efeito inquietante nela. Queria esta mulher. Queria-a com um doloroso desejo. Um que se construiu e crescido do momento em que seus braços a envolveram.
Lambeu os lábios, sabendo que diria tudo. Contaria coisas que nunca havia dito a nenhuma outra pessoa.— Meu pai é o grande urso Kodiak . Minha mãe, uma águia majestosa. É por isso que vivemos na Alaska a princípio. Eles podiam mover-se com relativo anonimato porque a ilha em
que habitávamos era uma zona com condições saudáveis para ambos. Então nasceu minha irmã, e o espírito guia a dotou com um puma. E depois nasci eu e obtive o guepardo. De menina, passei
mais tempo na forma animal que outros meninos de minha raça. Era brincalhona e travessa, e meus pais temiam que fosse descoberta, ainda quando vivíamos tão afastados.Mas então, Uma quebra de onda de dor se enroscou em seu peito. Tinham passado muitos anos, mas a perda
ainda se sentia fresca e vibrante em sua mente.
— Então o que? — Perguntou Jennie suavemente.
— Minha irmã foi capturada. Acreditam que foi capturada. Simplesmente desapareceu, e nunca a encontramos. Meus pais estavam angustiados. Quase os destruiu. E então estava eu,
passando mais tempo na forma de guepardo que de humana. O guepardo sempre foi forte em mim, e era muito jovem para aprender a dominá-lo. Passamos um ano procurando, esperando, mas então meus pais tiveram que confrontar a realidade de que se foi, e estavam tão assustados de que me acontecesse o mesmo. Assim que mudamos a África.Um de nossa espécie dirige uma reserva de caça. É um troca forma de leão. Fomos ali, assim estaria mais segura, assim podia estar com mais indivíduos de minha própria espécie. Foi duro para meus pais porque agora eram eles os que se viam obrigados a ser muito cuidadosos. Passavam muito tempo em sua forma humana, mas nosso eu animal tem que ser nutrido ou a relação se estremece. Há confiança entre o humano e o animal. Um vínculo que não pode romper-se.
— Quando fui o suficientemente grande e o suficientemente amadurecida para controlar melhor a linha divisória entre a humana e a guepardo, retornamos ao Alaska. Meus pais e eu dispomos de uma hospedagem para viajantes. Foi durante uma visita a África que fui capturada
pelos caçadores. Irônico, não?— Riu, mas a risada se quebrou e saiu sem energias — O único lugar no que verdadeiramente me sentia segura. Livre. Foi o lugar onde fui capturada. Fui estúpida e descuidada.
Jennie alisou o cabelo em sua face e a puxou contra seu peito.
— Tem uma vida tão assombrosa. Uma história tão incrível. Nem sequer posso chegar a compreender que há gente ali fora como eu, só que são animais.
Deteve-se por um momento, e ela pôde sentir a outra pergunta urdir-se.
— Como é que todos são tão diferentes? Teria pensado que era genético, e entretanto, seus pais, você, sua irmã, são todos completamente diferentes. Uma espécie totalmente diferente.
Sorriu. Ela era lógica, e ela tinha destruído sua compreensão do mundo no que vivia.
— Não nascemos de um animal determinado. É um dom que nos concedeu. O que são nossos pais não suporta ao que vai se converter um menino. Quando uma mulher fica grávida, é visitada pelo espírito guia. Suponho que pode chamá-lo de Deus. É ele seu Deus? Isso não o posso responder. Talvez sejam os mesmos. Há uma escritura na Bíblia, entretanto, que sempre levo comigo. “Antes de se formar no útero te conhecia”. Porque quando uma mulher está grávida, lhe dá uma visão do dom que será outorgado a seu filho. Com essa escritura sempre me senti identificada. O espírito guia me conhecia antes de estar no útero de minha mãe. Sabia do dom que
levaria comigo. Acho isso reconfortante.
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Golden eyes. Jenlisa G!P (Shifter)
FanfictionQuando a Xerife Jennie Kim encontra uma fêmea de guepardo ferida em suas montanhas, leva-a a sua casa, determinada a descobrir o que fazia nessas terras e deter os caçadores ilegais que pretendiam caçá-la. Quando pretende mais tarde olhar a ferida...