Capítulo 17.

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Pov: JENNIE KIM.

Jennie algemou a outro suspeito e sem nenhuma contemplação o meteu na parte traseira de uma das caminhonetes. Estava bulindo pela impaciência de retornar com Lisa.
Levantou a vista para ver a Jisoo correndo em direção a ela, uma expressão sombria em seu
rosto. Jennie levantou uma mão.
— Não tenho tempo para algo que seja, Jisoo. Tenho que retornar a Lisa.
— Lisa se comunicou por rádio, Jennie. Está com problemas.
Jennie deu uma portada e se voltou para Jisoo.
— O que aconteceu?
— Comunicou-se por rádio e disse que havia dois homens, dois dos caçadores aproximando-se de sua localização. Não quis que respondesse pelo que deviam ter estado perto.

Um disparo de rifle soou ao longe. Depois outro. Então silêncio e um terceiro disparo. Pelo som, tinha que ser ao menos a um quilômetro de distância. Talvez a dois. Mas era inegável que era
o som de um rifle de alta potencializa.
O medo esteve perto de paralisá-la. Agarrou Jisoo pela camisa.
— Vem comigo.
Gritou uma rápida explicação um dos outros ajudantes, e Jisoo e ela subiram a dois dos veículos SUV confiscados no acampamento. Jennie se dirigiu precipitadamente para a direção
onde tinha deixado Lisa com Jisoo pisando nos calcanhares.
Levou uma eternidade recuar ao lugar aonde a tinha deixado. Quando finalmente chegaram, Jennie saltou do SUV e subiu sobre as rochas para onde tinha deixado Lisa.

Seu sangue se transformou em gelo quando viu os restos esfarrapados de sua roupa jazendo sobre o chão. Seu rádio e o GPS estavam no chão ao lado da manta e de sua mochila, mas não
havia rastros de Lisa.
— Jennie — Jisoo a chamou — Tem que ver isto.
Jennie levantou a vista para ver Jisoo a cinquenta metros por acima do escarpado olhando fixamente para baixo. Não gostou do tom da voz de Jisoo absolutamente.

Correu.

Quando viu sangue sobre o terreno, seu coração quase se deteve.
— Não. Oh Deus, não.
— Há restos de pelagem, Jennie — A voz do Jisoo era sombria — Estava em forma de guepardo quando atiraram. Encontrei pelagem e sangue. Bastante, e se dirige para o ravina.
As náuseas alagaram o estômago de Jennie enquanto cambaleava atrás de Jisoo. Havia um claro rastro de sangue, e podia ver os rastros de patas, e então um racho onde ela obviamente tinha caído. Tinha estado tentando deixar cair pela borda.

— O sangue termina aqui, e há o bastante. Deteve-se aqui — Disse Jisoo. — Se deteve aqui, provavelmente desabou. Jennie ficou olhando o chão, tentado encontrar mais evidências, algo que dissesse o que tinha ocorrido. Rastros de botas. Humanos. Sangue misturado. Tinham-na seguido até aqui. E então o que?
Divisou outra mancha de sangue mais perto da bordo do escarpado, e o pânico apertou o peito. Rapidamente fez os passos que faltavam para chegar a borda, baixando o olhar sobre as
singulares salpicaduras de sangue.
O rastro conduzia diretamente a borda. Havia marcas de arranhões na terra, rastros de patas justo no final. Quando baixou o olhar pelo escarpado, pôde ver mais sangue derramado sobre as
rochas. Caindo no rio.

— Eles se dirigiram ao sul, Jennie.
— Jisoo advertiu.
Jennie afastou o olhar do rio e se apressou para onde Jisoo estava parada.
— Caiu no rio — Disse com voz quebrada.
— Vão atrás dela — Disse Jisoo — Posso pedir apoio e iremos atrás dos caçadores.
Jennie vacilou.
— Não vá atrás deles você sozinha.
— Ordenou — Chama Cal. Que se encontre aqui com você com ao menos dois homens mais. Terei meu rádio. Se a encontro… E se a encontro viva,
levarei-a de retorno à cabana, e então voltarei para ajudá-los a terminar com isto.
Jisoo sustentou o olhar.

— Vá, Jennie. Podemos dirigir isto sem você. Ela está ferida, e te necessita. Não pode deixá-la — Empurrou sua mochila para Jennie, a que continha fornecimentos médicos e equipamentos de sobrevivência.
Jennie a agarrou e correu de retorno ao escarpado. Quando chegou à borda, ficou de cócoras, olhou ao redor e deixou que seus pés começassem a descer.

A pressão em seu peito era insuportável. Sentia uma sensação de terror que não tinha sentido desde dia em que a tinham informado que seus pais se foram. Lisa tinha que estar viva.
Não podia perdê-la desta maneira.
Cambaleou para baixo pela descida rochosa, o som da água fazendo-se mais forte em seus ouvidos. Escureceria logo, e estava ficando mais frio. Se ela se mergulhou dentro do rio, e se houvesse trocado a sua forma humana, poderia sofrer hipotermia em um breve prazo.
Quando chegou no fundo, esquadrinhou a ribeira, procurando qualquer indício de que ela houvesse meramente saído correndo para algum lado. Nada de sangue. Nenhuma pelagem.

Fechou os olhos e engoliu o pânico. Lisa havia contando com ela. Já tinha falhado, tinha quebrado sua promessa de mantê-la a salvo.
Tirou a lanterna de suas calças e olhou além da rochosa borda, uma fervente oração escapava de seus lábios. Seguiu o sinuoso caminho que se curvava através do pequeno vale. Em um ponto se estreitava como se atravessasse um ravina e então descia rapidamente para fora outra vez formando um terreno plano. Um quarto de quilômetro mais à frente o rio se fazia menos profundo até um ponto onde a corrente possivelmente não poderia arrastar um corpo,
guepardo ou humano.

Sua respiração se incrementou até que sua visão se voltou imprecisa. Encontraria-a jazendo nessas águas mais tranquilas? Encaminhou-se para frente, quase correndo agora. Seu peito ardia enquanto se obrigava a ir mais rápido.
Quando rodeou a curva do último lance de corrente rápida, seu olhar caiu sobre as águas mais calmas que chegavam até os tornozelos. Não sabia se sentir-se aliviada ou assustada de morte quando não viu sinal dela por nenhuma parte. A água seguia seu curso como se nenhum
distúrbio jamais tivesse ocorrido.
E então ela viu. Sangue. Só uma pequena salpicadura sobre as rochas diante de seus pés.

Apontou com a lanterna sobre a terra. A adrenalina atravessando suas veias quando viu outra pequena mancha sobre as rochas que conduziam para o bosque.
Ela tinha sobrevivido o rio.
Resistindo o desejo de meter-se entre as árvores para ir atrás dela, obrigou-se a seguir o rastro de sangue. Suas mãos se sacudiram quando viu que as manchas de sangue eram maiores que as que tinha visto perto do rio. Ainda estava sangrando muitíssimo.
Deteve-se quando chegou a um atoleiro de sangue que era maior e mais denso que o rastro anterior. Seu coração começou a pulsar furiosamente. Ela tinha se detido aqui.
Sacudiu a lanterna dentro de uma pequena área, e o viu. Um rastro humano no chão ensanguentado. Tinha trocado.

— Lisa — A chamou — Lisa!
Apressou toda sua atenção para seguir os rastros, deixando-se levar pelo sangue quando o terreno se voltava muito rochoso para registrar os rastros de seus pés.
— Lisa! — Chamou-a outra vez enquanto revistava a seguinte custa. Balançou a luz para baixo e através da área em frente dela. Congelou-se, sua mão deteve o movimento quando a palidez da carne humana se refletiu no resplendor da lanterna.

Golden eyes. Jenlisa G!P  (Shifter)Onde histórias criam vida. Descubra agora