Além das Algemas

Capítulo 8

Enquanto nos aventurávamos pelas estradas tranquilas do sul, uma sensação de inquietação crescia dentro de mim. Eu, liderava nosso pequeno grupo com determinação, mas escondia um segredo que me pesava cada vez mais. Durante nossas patrulhas noturnas, enquanto nos movíamos silenciosamente sob a luz das estrelas, algo estranho começou a acontecer.

Em uma noite particularmente escura e tempestuosa, enquanto me afastava do grupo para uma patrulha solitária, uma sensação de formigamento percorreu meus braços. O vento uivava entre as árvores, e as nuvens encobriam a lua, deixando a escuridão ao meu redor quase palpável.

—"Preciso encontrar um lugar para me abrigar", pensei, apressando meus passos para evitar a chuva iminente.

Foi então que algo estranho aconteceu. Uma luz suave e azulada começou a emanar de minhas mãos, iluminando o caminho à frente. Surpresa, parei por um momento, olhando maravilhada para minhas mãos.

—"O que está acontecendo?" murmurei para mim mesma, hipnotizada pela luz que eu estava emitindo.

A luz pulsava suavemente, respondendo aos meus pensamentos enquanto eu tentava controlá-la. Experimentei, concentrando minha mente na luz e vendo-a intensificar-se e diminuir conforme eu desejava.

—"Eu posso controlar a luz", sussurrei para mim mesma, o assombro misturado com uma ponta de medo.

Com cautela, continuei minha patrulha, não podia deixar meus amigos sozinhos. Explorei os limites de minhas novas habilidades. Descobri que podia criar pequenos flashes de luz para iluminar o caminho ou criar bolas pequenas de luminosidade. Era como se um novo mundo se abrisse diante de mim.

No entanto, ao mesmo tempo em que me maravilhava com meus poderes recém-descobertos, um medo persistente me assombrava. E se meus amigos descobrissem? E se, por medo ou acidente, eu os machucasse?

Aquela noite, isolada sob o céu tempestuoso, eu percebi que teria que esconder meus poderes. Não por vergonha, mas por proteção. Proteção deles e de mim mesma.

Com o coração pesado, voltei ao acampamento antes do amanhecer, mantendo meus novos poderes em segredo enquanto me juntava ao grupo. A luz suave que ainda emanava de minhas mãos desapareceu lentamente quando eu me concentrei em ocultá-la, também insisti em usar camisetas de manga comprida para ocultar meus braços.

Nos dias que se seguiram, enquanto nos movíamos pelas paisagens diversas do sul, mantive meus poderes em segredo, apenas observando e aprendendo a controlá-los melhor. Lutando contra um equilíbrio entre o fascínio e o medo que me assombravam.

E assim, enquanto continuávamos nossa jornada rumo ao sul, eu carregava não apenas o peso de nossos desafios, mas também o segredo que me tornava diferente dos outros. Um segredo que, por enquanto, eu precisava manter guardado a sete chaves.