VII

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Pedro Tófani
São Paulo - ponto de vista

Chamei o Jão para jantarmos. Estávamos chegando perto do dia da peça e não queria brigar com ele pelos beijos técnicos com a Júlia que terão durante.

Resolvemos ir ao nosso restaurante favorito. O restaurante se chama quintal, pois fica literalmente em um quintal.

Durante a noite velas sobre a mesa e luzes ambientes de led pressas nas árvores, além de vários drinks deliciosos.

Eu estava com uma blusa branca, social, deixando dois botões apertos, juntamente de uma calça preta normal, obviamente não poderia faltar meu samba da Adidas no pé. Passei um pouco do perfume e estava pronto.

Desci pra' garagem indo para a casa do Jão. Eu ainda comprei um presente pra' ele, eu realmente estava com medo da nossa relação estar faltando atenção, por isso ele estava meio daquele jeito comigo.

Eu comprei um colar com um pingente de uma bola de vôlei, e atrás uma letra P. Eu acho que ele vai gostar.

Assim que cheguei na casa dele, mandei uma mensagem e ele não demorou para descer.. ele estava com uma blusa preta de botão, como a minha e uma calça meio solta, preta também. Ele entrou no carro e pude sentir o aroma do seu perfume se misturar com o meu.

- Oi..- Eu sorri, nunca perdemos a mania do "oi"

- Oi.- Ele deu um sorrisinho. Fiquei com medo de me aproximar para um beijo, então apenas me virei para pegar o colar na caixa no banco de trás.

- Eu tenho uma coisa para você.

- Ah, sério!?

- Uhum..- Peguei a caixinha preta com o escrito dourado na tampa e entreguei para ele. - Uma lembrança apenas..Pra' dizer um pouquinho do meu amor por você.

Ele abriu um sorriso maior e pegou a caixa.

- Obrigado! - Ele abriu rapidamente a caixa, no veludo vermelho que tinha por dentro, estava ali pendurado a peça de prata, uma bola de vôlei no pequeno colar.

- Duas das suas maiores paixões, o vôlei e eu. - Ele franziu a testa. - Vira o pingente.

Ele virou e viu o P destacado em letra caixa alta. Ele sorriu.

- Eu adorei.. isso é lindo demais.. - Ele tomou a iniciativa e me puxou pela nuca pra' um selinho doce e suave, diferente do nosso último, que tinha sido frio.

Bom eu acho que ele só estava cansado mesmo.

- Quer ajuda para colocar? - perguntei vendo ele retirar lentamente a peça prateada que reluzia a luz dos postes. Ele segurava com delicadeza e cuidado, olhando cada mínimo detalhe.

Eu entendo, também fiquei completamente encantado quando chegou na minha casa.

- Claro! - Ele se virou no banco, ficando de costas para mim, na medida do possível, por estarmos dentro do carro. Assim então peguei o pingente de sua mão e passei pelo seu pescoço.

Abri a tarraxa do colar, prendendo ao outro lado do colar, assim fechando. Deixei um leve beijo em sua nuca, percebendo rapidamente seu arrepio.

Ele se virou novamente tocando no pingente pendurado agora, finalmente em seu pescoço, admirando aquilo.

- Muito obrigado, meu amor.

- De nada, lindo. - Assim dei partida no carro para então irmos ao restaurante.

Assim que ligamos o rádio a nossa playlist se iniciou. Até mesmo quando não estou com ele escuto essa playlist.

A música que se iniciou foi exatamente a nossa música. Trevo (tu) da AnaVitória.

Do teatro para vida, meu amor. | pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora