XXVI

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Pedro Tófani
Fortaleza- ponto de vista

Eu não tive tempo de pensar, o beijo já tinha esquentado. Mas eu parei e pensei, que merda eu estava fazendo.

Eu não sou babaca, não sou canalha, e Júlia não merece isso, nem um pouco.

Me afastei do beijo rapidamente.

- Para..

- Que foi? - Jão me olhou. - Se arrependeu e não quer voltar pro ex?

- O problema é que eu estou sendo babaca..Eu namoro. Não dá pra continuar assim..

- Mas você quer?

- João, eu te quero mais que tudo! - tirei meu celular do bolso, digitando tudo muito rápido, nem olhando erros de escrita ou pontuações.

João me olhava confuso, então desliguei o celular, tirando minha aliança com Júlia..

- Pera, você acabou de terminar com ela? Por telefone! Porra, isso dói!

- Eu marquei de me encontrar com ela e explicar tudo.. Não posso ficar com quem eu não amo, e não quero ser babaca..

- Você foi muito, muito, muito babaca agora! - João começo a vir para cima.

- ah, fui?

- Muito! Não se deve terminar por telefone.

- Ah.. Desculpa, vou colocar minha aliança de novo então...- Ele me parou.

- Não! Não. - Ele me beijou novamente, forte, enquanto levava as mãos a minha cintura.

A minha mão alcançou a cômoda, deixando minha ex aliança e o celular ali.

Jão me deitou e retirou a camisa, eu percebi um brilho no seu pescoço, puxando para mim.

- Você ainda usa..? - Era aquele colar que eu havia dado para ele.

- Nunca tirei.. Eu te amo mais do que você pode imaginar. Nunca deveria ter te deixado ir.

- É.. Eu também não deveria ter ido, ou te deixado ir. Eu te amo muito também. - Ele passou a mão no meu cabelo levemente, e eu sorri. - Senti sua falta.. Não posso negar. - Ele riu suavemente.

- Eu também senti sua falta.. - Assim ele começou a distribuir beijos pelo meu pescoço. Eu sabia que a coisa não poderia ir muito longe por estarmos em uma casa com nosso amigos.

Seria completamente constrangedor nos pegarem.

Quando percebi Jão já estava descendo cada vez mais. E eu arrepiei completamente.  Eu senti tanta falta dele e não percebi. Eu quero estar com ele pelo resto da minha vida, pois é ele que eu amo e o único que pode ser chamado de meu amor.

- Ta com pressa, lindo? - Vi ele se desconfigurar com o apelido.. Eu sorri de canto e ele prosseguiu.

- Pra te ter para mim? Sempre tenho pressa com isso..

O que aconteceu dali pra frente é nossa própria intimidade.

(...)

Do teatro para vida, meu amor. | pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora