XIV

138 10 21
                                    

Jão Romania
São Paulo - Ponto de vista

No dia seguinte, acordei menos tarde. Já são 3 dias após o término, e estou me saindo muito bem, não ando chorando, nem tendo crises existenciais.

Assim que me levantei e olhei no espelho, minha corrente que o Pedro me deu estava virado para o lado do P.

Senti um aperto no peito e coloquei ela para dentro da camisa. Descendo para cuidar dos meus gatos e tomar um café da manhã..

Quando peguei meu telefone de um número desconhecido. Era Leonardo, da noite anterior..

Evitei responder de primeira e fui no twitter, onde várias especulações sobre eu e Pedro estavam rodando.

Senti a plena vontade de dizer que acabou, pois aquilo ia me doer demais.

Não dava mais para ver coisas sobre nós, coisas românticas..Eu precisava dizer para que respeitem nosso momento, até porque, imagino que Pedro esteja sofrendo também.

Agora ficar vendo cada especulação vai me doer ainda mais, de saber que nenhuma é real e que a verdade é plana e curta. Nós dois acabamos..

Fiz um pequeno texto e postei, desligando o celular me olhando no espelho.

Deitei minha cabeça levemente pro lado direito, tentando entender quem eu era partir de agora. Eu ainda sou o Jão que joga vôlei. Mas e o João apaixonado? E o João cuidadoso, e o João que quer casar.. e o João da escola, aonde ele está?

Aonde ele se escondeu? Bem no momento em que eu mais preciso dele para ser feliz.

Por que a vida tinha que mudar tanto? Tão do nada meus amigos me deixaram, tão do nada as coisas mudaram..

Tão do nada eu cresci e a vida adulta me esmagou com todas suas regras e condutas que me deixam cada vez mais exausto.

Sei que eu não sou o que mais sofre nesse mundo, até porque eu tenho que eu da escola queria. Boa qualidade de vida, dinheiro para sobrevivência, sou jogador de vôlei. Tenho fãs que me apoiam.

Mas aquele garoto da escola, me olha e ri da minha cara, falando que também tem tudo que eu quero. Não tem preocupações, tem amigos, joga na escola, não se preocupa com notas, tem cara de garoto de comercial, sai o tempo todo com os amigos, discute com a irmã.. E tem melhor namorado do mundo.

Eu nunca quis fama, apenas jogar.. E essa fama me cansa as vezes, colocam tanto o meu nome na boca me julgando por coisas que ninguém sabe se eu realmente faria, pois nem me conhecem..

Mas por outro lado eu tenho alguns fãs que me tem como ponto seguro, e eu tenho eles como ponto seguro também. Eles querem me ver bem e respeitam meus momentos.

Porra, eu sou um ídolo, inspirações para várias pessoas. Não me faz sentido ficar deprimido e abatido na minha cama o dia inteiro.

Eu sinto falta do Pedro.. mas não cabe a mim agora voltar. Minha decisão foi tomada, e por mais que ela doa, uma hora eu deixarei de amar o Pedro. E assim, vice-versa.

"Pode ser que não estejamos escritos no pra sempre. Mas por mim, eu fico com ele pela eternidade. Se eu for condenado por amar alguém, que eu seja condenado, mas não me tire, o amor que eu tenho por ele."

- Jão em amor teatral.

A sensação que eu tenho é como se meu cérebro tentasse expulsar o amor que eu tenho pro Pedro, tirar o amor que eu tenho por ele e me condenar por amar ele.

Mas é tão difícil deixar de amar Pedro.

Seus cabelos brilhosos e sedosos na luz.
Seu sorriso.
Seus carinhos.

O jeito em que ele cuidava de mim e demostrava seu amor.

Eu queria o meu Pedro de volta. Mas já era, acabou. Não queremos mais nos ver e tudo foi para o ralo.

Quando eu vi, estava chorando de novo, agarrado a corrente. Chorando no chão, com chicória do meu lado e Vicente na minha frente.

- Vocês vão sentir falta dele também, não é? 

Assim eu resolvi tirar aquela dor do coração, depois de um tempo chorando eu me levantei e entrei na conversa com Leonardo.

Ele me chamou para sair, e eu decidi que vou.

Vamos nos encontrar em um bar, sendo mais direto o mesmo em que ele pediu meu número. Eu vou dar a chance de conhecer ele e esquecer Pedro. Tempos novos, tempos de glória.

(...)

Por volta das 20:40 eu já estava pronto, esperando a confirmação de Léo, de que eu já poderia ir.

Não demorou pro meu celular vibrar, não sei o porquê caralhas a minha cabeça pensou ser o Pedro.

Era Léo confirmando. Então em coloquei a corrente para dentro da minha blusa e fui para o carro, colocando qualquer música animada da Taylor Swift, menos, you belong whit me.

Eu estava com uma blusa amarela de botão,  não dirá amarela, amarelaaa, mas nessa paleta de cores. Uma calsa preta, um tênis da Adidas e um boné rosa.

Quando cheguei no bar, Léo já estava ali. Ele estava bonitinho, mas não se comparava ao que eu via anteriormente nos meus encontros.

- Eai! - Eu disse para ele.

- Eai! - Ele me respondeu, apontando pro banco. Eu me sentei. - Vou me apresentar pra' você.. Eu sou o Leonardo, tenho 23 anos e sou professor de inglês. E muito apaixonado em você. - Ele deu uma risadinha e eu forcei outra, para não pesar o clima..

Ele pediu um drink, eu também, e ele falava muito, muito mesmo.

Quer dizer, não sei se ele era tagarela demais, ou eu que não estava nem um pouco a vontade ali.

ANTES DESSA CAPÍTULO TEM UM, QUE FOI LANÇADO HJ TAMBÉM, PORÉM NÃO SAIU NOTIFICAÇÃO! VOLTEM UM CAPÍTULO

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


ANTES DESSA CAPÍTULO TEM UM, QUE FOI LANÇADO HJ TAMBÉM, PORÉM NÃO SAIU NOTIFICAÇÃO! VOLTEM UM CAPÍTULO

Do teatro para vida, meu amor. | pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora