XXIII

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Autora vision
Fortaleza.

As coisas melhoram bem desde a conversa. Pedro apagou seu ódio, enquanto Jão tentou afogar os reais sentimentos.

Os garotos não se comunicavam muito, mas estavam bem juntos.

Durante as noites no quarto eles trocavam algumas ideias bem legais. E estava tudo bem.

As vezes durante a noite, as costas dos dois se encontravam e Jão agora já não dormia como pedra. Já estava mais solto.

Tanto que nessa linda manhã, completando mais uma semana na casa, dando assim o início da 3° semana, também a penúltima. Jão acordou virado de costas, mas não para o Pedro, e sim virado de costas para o armário. O que significa que ele está dormindo virado para as costas de Pedro.

Mas assim que ele abre os olhos, percebe que não, ele está virado para o rosto de Pedro.

Os rostos tão próximos que era possível sentir a respiração calma do moreno em seu sono profundo.

Jão se afastou rápidamente no susto, fazendo um barulho alto.

Pedro não acordou.

Ele então acalmou e começou a ter paranóias.

E se os corpos deles estiverem se chamando? E se os garotos ainda precisam um do outro? E se eles ainda se chamam. Se o coração ainda arde e palpita?
E se o Pedro estiver se pagando de superado?

O loiro deitou na cama novamente, se aproximando levemente do corpo do menino deitado. Ele queria tocar o rosto de Pedro e sentir ele na suas mãos pela última vez.

Ver o seu corpo ardendo com o toque, novamente. Saber como seria viver uma vida perfeita com o amor da sua vida.

E ele fez. Sua mão aproximou lentamente do cabelo de Pedro. Pousando devagar, fazendo paradas para verificar o sono do homem. E quando encostou totalmente, Jão começou um afago leve e tranquilo ali.

Seu corpo esquentou, enquanto sua mão sentia a sensação macia dos cabelos de Pedro novamente.

A vontade de ter Pedro para si novamente ardeu em seu coração, gritando o nome do seu ex amor. E assim novamente Jão se emocionou..

Ele se levantou bruscamente, indo para o banheiro, fechando a porta com força. Esse barulho acordou Pedro, que levantou e foi até a porta, batendo duas vezes..

- Jão.. Tá tudo bem? - pela primeira vez, Pedro estava chamado ele de Jão, com todas as palavras, de um jeito dócil e preocupado.

- Tá tudo bem,Pedro. - a voz chorosa do garoto trancado saiu.

- tem certeza? Por que você tá chorando?

- Não é nada Pedro. - Pedro se afastou da porta e foi arrumar a cama.

Tudo que o garoto não esperava era que o próprio Pedro tinha se aproximado, rosto a rosto na noite.

Que o Pedro estava acordado sentindo o carinho em seus cabelos e adorando a sensação de estar sendo cuidado.

Ele dizia tanto estar feliz com Júlia, amava ela, que tinha superado o Jão, mas infelizmente todos os acontecimentos tem mexido com sua cabeça e a verdade se torna mentira, e a mentira se torna verdade.

E o ponto principal é. O coração dele não estava em chamas, e ele, seu coração, ainda pede sim pelo Jão. E toda essa verdade está sendo mais difícil de negar cada vez mais.

Os dois garotos estão em um jogo. Onde um precisa achar o seu caminho, e o outro precisa superar o caminho anterior.

Mesmo sendo dois adultos, eles ainda são jovens, e não sabem lidar com isso.

E de toda essa história, o mais triste era que eles se amavam, mas eram jovens demais para saber como amar.

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Do teatro para vida, meu amor. | pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora