XXIV

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Pedro Tófani
Fortaleza - ponto de vista

Depois de toda essa situação, enquanto eu arrumava a cama e sabia exatamente o que eu tinha feito durante a noite, eu podia ouvir Jão choramingando no banheiro.

Resolvi bater na porta mais uma vez.

- Jão, sai daí, vamos conversar.

- Eu não preciso conversar!

- Precisa sim!

- Eu preciso de uma coisa, que você não pode me dar.

- Me mostra o que é, posso tentar. - Uns 10 minutos de silêncio se estabeleceram.

Então finalmente a porta foi destrancada, me afastei levemente da porta, ela foi aberta lentamente. João estava parado de pijama, os olhos secos, mas levemente vermelhos.

As bochechas pálidas mostram as marcas das lágrimas escorridas, e quando eu menos esperei ele juntou nossos lábios fortemente.

Não tive tempo de reagir, ele se afastou, soltando meu rosto, não me encarou, apenas fugiu, passando pela porta do quarto, fechando ela e dando bom dia para a galera na sala..

Eu fiquei em choque. E em pânico.

Choque pela situação.
Pânico pois eu traí minha namorada.

Bom, eu não queria, mas meio que pedi sem nem saber que eu queria.

Eu traí mesmo ela?

Droga.

Fui trocar de roupa, e quando eu saí do quarto, dei de cara com o Jão, provavelmente ia entrar para se trocar.

Eu fui para um lado para deixar ele passar, e ele foi pro mesmo lado. Ficamos assim até finalmente ele passar e eu seguir meu caminho.

- Bom dia pepe! - Malu me abraçou por trás, eu sorri.

- Bom dia, quer me pedir algo?

- Sim! Vamos num restaurante almoçar agora.. Depois vamos no fim do por do sol para um luau. Vai com a gente?

- Claro! - Eu realmente precisava sair e tirar o beijo de pouco atrás da cabeça.

- Tá todo mundo esperando o Jão se trocar pra gente ir- Renan disse, deitando a cabeça no ombro do sofá.

- podem sentar então. Esse aí sempre demora - Vi eles se entre olharem, eu revirei os olhos e me sentei no sofá

Eu sei muito bem que eles se olharam pelo meu comentário, por eu simplesmente já ter namorado o Jão e saber o quanto ele demora para se trocar, e blá blá blá.

Mas ele realmente demorou, ficamos vários minutos esperando o menino. Uns 20 minutos.

- Pelo amor, ele quer agradar o Pedro!? - Zebu exclamou e eu joguei uma almofada nele, enquanto Renan ria.

- Ri que eu jogo em você também! - Ameacei jogar nele e ele jogou a que estava com zebu em mim. - Quer guerra!? - E assim começamos a tacar almofadas um no outro dentro naquela sala. 

Gio passou entre nós escapando, e foi até o meu quarto, chamar Jão. Não demorou para que eles voltassem, e assim, a gente parasse a guerra.

- Finalmente! Eu tô morrendo de fome! - Exclamou o Lucas. Todos concordaram e então fomos para o restaurante. Andando mesmo, por ser perto da praia.

Do teatro para vida, meu amor. | pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora