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Pedro Tófani
São Paulo - ponto de vista

Essa é a primeira semana do mês, e todos no grupo já estavam avisando como foi a divisão dos quartos.

Eu me senti irritado quando vi que iria dividir quarto com João, e entojado quando vi que vamos ter que dividir uma cama de casal.

Tentei protestar, mas estava sendo impossível.

Eles estão lá desde segunda, que foi o primeiro dia do mês, hoje é sexta-feira, o último dia das minhas gravações.

Acordei cedo, e agora mesmo eu estou no estúdio.

Estou em chamada de vídeo com a Júlia, enquanto um cabeleireiro prepara meu cabelo, e uma maquiadora tampa algumas imperfeições.

"Chamada whit Júlia

- E quando que o filme fica pronto?

- Amor.. provavelmente pelo ano que vem.. A gente vai na estreia juntos.

- Por favor! Eu amo todos os seus filmes..

- Você viu que tem um filme meu que vai ser reprisado nos cinemas?

- Sério? Qual?

- Um tio quase perfeito.

- Eu assisti quando lançou! Esse filme é ótimo! Eu super vou!

- Queria ir com você, mas eu vou estar na casa de praia. - Revirei os olhos.

- Você tá assim só pelo Jão? Esquece ele, pensa que você vai estar com seus amigos! Vai refazer um grupo incrível!

- É.. Eu estou com saudades deles. E hoje de noite a gente vai sair pra jantar?

- Se você quiser, claro que vamos.

- Então as 19:30 eu passo aí, beijo, te amo.

- Beijo!

"Chamada whit Júlia off

Assim que terminaram minha produção, eu levantei, pegando um café, indo para o estúdio das minhas cenas de hoje.

O último dia de gravação é sempre assim, cheio de cenas e chororo por conta de amigos que fizemos.

Uma menina, de 10 anos, que está atuando nesse filme, acabou ficando muito próxima de mim. Ela já era minha fã, e quando me viu ficou encantada. O nome dela é Mia.

E hoje vamos fazer nossas última cena juntos, no nosso último dia juntos.

O final de um filme é sempre triste.

(...)

Eu estava saindo do estúdio, já tínhamos nos despedido. Agora era esperar o convite para a pré estréia.

Mia veio correndo até mim.

- Peu! Peu! - Eu me virei, olhando ela. Nas suas mãos tinham um papel.

- Oi pequena! - Sorri. Ela me entregou o papel.

- É uma cartinha para você. - Eu abri os braços, abraçando ela.

Do teatro para vida, meu amor. | pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora