O amor é paciente

894 98 86
                                    

— O que você quer dizer com 'outra chance?! — Divina praticamente grita em seu ouvido.

Enid faz uma careta e se afasta alguns centímetros dela na cama king-size. Ela está dormindo aqui desde a festa na sexta-feira e agora é domingo de manhã.

Bem, na hora do almoço de domingo, porque os irmãozinhos de Divina sabem que não devem interromper seu descanso de beleza.

— E tudo isso aconteceu na festa e você só está me contando agora?! — Ela acrescenta, o volume ainda em boa saúde.

— Desculpa! — Enid diz, virando o rosto de Divina para longe do dela para redirecionar os gritos para outro lugar. — Eu simplesmente não sabia o que pensar sobre isso, então não queria dizer nada.

— Pare de me pressionar, vadia, deixa eu falar! — Enid ri disso e arqueia uma sobrancelha, duvidosa que Divina vá ficar só falando. — Então vocês estão namorando agora? O que é essa 'segunda chance' que vocês querem dizer?

— Eu não sei, Divina. — Ela suspira. — Nós tipo, ficamos um pouco depois daquela conversa, e foi bom, sabe? Mas então ela se levantou para ir ao banheiro e enquanto ela estava fora nós tivemos que ir embora, então eu só mandei uma mensagem para ela para dizer tchau e ela não respondeu. — Ela olha para o teto, tentando encontrar forças dentro dela para não se sentir triste. — E ela não mandou mensagem, nem ligou, nem fez nada desde aquela noite. Eu não tenho ideia do que ela está pensando.

— É possível que ela não tenha recebido a mensagem?

Enid pega o telefone na mesa de cabeceira e mostra a Divina o sinal de "lido" em sua última mensagem para Wednesday.

— Droga, e era uma mensagem fofa também! — Divina zomba, ofendida como se tivesse acontecido com ela pessoalmente. — Vou mata-la no treino amanhã.

— Não, chega disso. — Divina olha para ela, mas Enid ignora. — Talvez ela estivesse chapada quando viu a mensagem e não se lembra de ter visto, então ela acha que eu sou a culpada. — ela oferece, sem entusiasmo. — Ou talvez ela se arrependa daquela conversa. Eu realmente não sei.

— Quer dizer, sem ofensa, mas ir de inimigos mortais, para inimigos mortais que fazem sexo, para inimigos mortais que não falam um com o outro, para amigos em terreno muito instável para namoradas é meio que um grande salto de fé, — Divina diz, acariciando o ombro de Enid em um gesto reconfortante. — Talvez você só precise amanhã na escola para esclarecer o ritmo e vocês ficarão bem de novo.

— Eu nem tenho certeza se ela quis dizer namoro? — Enid se vira para esconder o rosto no travesseiro. — Está tudo tão obscuro e agora ela nem está falando comigo, então me lembre de não levar as pessoas não sóbrias ao pé da letra.

— Você disse que ela mencionou o Baile de Inverno?

— Sim, mas não no sentido de ‘vamos juntas’. Nós apenas conversamos sobre isso como… um tópico, eu acho.”

— Você poderia convidá-la para o baile, não?

— Eu não quero. Não é a hora certa. — Enid se senta na cama, se movendo para que seus pés toquem o chão e suas costas fiquem para Divina. — Vamos ver como será amanhã. Agora ligue para Bianca e diga a ela que chegaremos atrasadas para a sessão do grupo de estudos na casa dela.

— Não entendo por que falta uma semana para as férias de Natal e você quer ter sessões de estudo em grupo, mas claro, Sra. Superdotada.

Enis apenas mostra o dedo do meio antes de desaparecer no banheiro.

(...)

— Enid?

Ela se vira para ver Wednesday caminhando em sua direção, recém-tomada de banho após o treino de futebol. — Ei. — Ela sente que está corando e ajeita o cabelo atrás das orelhas para disfarçar de alguma forma.

Girl's WickedOnde histórias criam vida. Descubra agora