CAPÍTULO 7 - Iggy

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Um estrondo me acordou naquela noite. Pelo menos, achei que fosse um estrondo. Um som real, não algo que eu tivesse sonhado ou imaginado.

Estar na ilha, isolado, sem ninguém para conversar por dias e dias, havia tornado a linha entre as coisas reais e as imaginadas bem tênue. Eu me sentia nervoso e à beira do limite.

Eu me lembrava de sonhar com uma equipe de resgate. Soldados usando armaduras de alta tecnologia e carregando poder de fogo suficiente para garantir que todos saíssemos vivos. Como algo saído de uma história em quadrinhos ou de um filme. Eles arrombavam portas e fritavam dinossauros. Faziam muito barulho.

Eu não fui imediatamente verificar o estrondo que me acordou. Esperei por muito tempo onde era seguro. Nenhum outro som veio, mas meus nervos não se acalmaram.

Comecei a pensar — e se uma equipe de resgate realmente viesse? Será que eles usariam megafones e refletores, fazendo o tipo de barulho que atrairia dinossauros? 

Faria mais sentido serem silenciosos. Discretos. Fazer barulho só por acidente. Eles eram humanos. Podiam cometer erros, assim como eu cometi.

Comecei a imaginar os resgatadores indo de sala em sala, sem me encontrar, e indo embora.

"É melhor mudarmos aquela mensagem no telhado para 'ERIC ESTEVE AQUI'", um dos resgatadores diria.

Levantei-me do sofá e, silenciosamente, removi as barricadas da porta. Em seguida, prendi um cinto de ferramentas que eu havia carregado com coisas que poderiam ser usadas como armas e fui para o corredor.

Não precisei da lanterna que eu carregava. O sol estava nascendo, e uma névoa alaranjada se filtrava pelas janelas altas e gradeadas.

Depois de passar por alguns escritórios vazios, atravessei a sala de recreação. Quase tropecei em alguns pesos livres. Verifiquei meia dúzia de armários.

Finalmente, encontrei o que tinha causado o barulho. Apontei minha lanterna para o chão de um dos escritórios com as janelas tapadas. Vi livros e pesos de papel. Uma estante havia desabado.

"Caramba," eu disse.

"Grmmmm-mrrrrph?" uma voz chamou.

"Yaaah!" gritei, caindo para trás e iluminando com a lanterna. Vasculhei a sala escura e vi escamas e garras!

Um rugido profundo ecoou quando minha luz atingiu os olhos negros de um dinossauro. Um braço escamoso balançou para fora, e outro estrondo veio quando livros, impressos e um globo caíram no chão.

Eu estava de costas para a porta. Tudo o que precisava fazer era dar um salto para trás, e eu conseguiria chegar ao corredor — mas e se o dinossauro não estivesse sozinho?

Arrisquei um olhar para trás e não vi nada. Mas ouvi o dinossauro no escritório correndo na minha direção. Tentei puxar a porta para fechá-la, mas o dinossauro foi rápido demais. A porta bateu em seu pé e uma garra cortou o ar!

Saltando para trás, desviei da garra e perdi o equilíbrio. Caindo, peguei uma chave inglesa pesada do meu cinto de ferramentas e a girei. Então, caí de costas, minha mão tremendo, a respiração ofegante.

O dinossauro virou as costas e começou a destruir o escritório de verdade. Em segundos, ele alcançou a janela e arrebentou as tábuas que eu havia pregado!

A luz alaranjada do sol caiu sobre o dinossauro, e eu vi que era o Iguanodon que tinha me ajudado a evitar virar comida de raptor no estacionamento.

"O que está acontecendo, Iggy?" perguntei. "O que foi que eu fiz, te tranquei aqui comigo?"

Jurassic Park Adventures 1: SobreviventeOnde histórias criam vida. Descubra agora