𝐌𝐄 𝐄𝐍𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐀 || 𝘮𝘢𝘵𝘶𝘦

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ISABELA'S POINT OF VIEW

1 mês depois

Estava tão animada por estar indo para Minas. Não via minha família desde o natal. Antes, não os visitava com frequência por conta da grana, hoje em dia, por mais que o cachê tenha aumentado, a quantidade de trabalho também aumentou. Ou seja, não tenho tempo.

Ficaria por alguns dias em Belo Horizonte, na casa da minha mãe, e depois ficaria por 4 dias em São Thomé das Letras. Acontece que uma vez por ano ocorre o STL Festival, um festival de raggae, rap e rock. E todo ano eles convidam duas jornalistas para cobrir o evento. Eu fui uma das felizardas.

Eu amo São Thomé! Passei uma boa parte da minha vida indo para a cidade. A vibe é sempre sensacional! Fui ao festival uma vez, em 2018, e foi insanamente bom, então, eu estava muito empolgada para esse trabalho.

Assim que o avião pousou em BH mandei mensagem para minha irmã, ela que viria me buscar no aeroporto. Bia era filha apenas de minha mãe. Meus pais se separaram quando eu tinha 3 anos de idade, e aos meus 5, Beatriz Alves veio ao mundo.

Meu pai é paulista, e quando se separou, voltou para São Paulo. Antes de se casar com minha mãe ele teve dois filhos, André e Henrique. Meus irmãos são maravilhosos, assim como meu pai. Mesmo com meus pais separados tive uma família muito bem estruturada e uma infância ótima!

Na saída do aeroporto vejo minha irmã me esperando. Assim que saio pela porta de vidro, corro para abraçá-la.

- Que saudade! - exclamo sem soltá-la.

- Nem me fala! Você não sabe como senti saudades! - Bia se afasta, mas continua segurando minhas mãos.

- Vamos pra casa! Estou morrendo de saudades da mamãe! - digo enquanto pego minhas mala que eu havia derrubado no chão.

- Ela vai adorar te ver! - me ajuda com minha mala de mão. - Eu disse pra ela que eu precisava do carro para ir ao cinema!

- Não acredito que você já dirige, e pior! Não acredito que vou ter coragem de entrar num carro com você no volante! - meu comentário faz ela revirar os olhos.

- Pro seu governo, eu estou dirigindo muito bem!

- Vamos ver!

- Mudando de assunto, estou tão animada para o festival! - sorri batendo palmas. - Nem acredito que irei assistir o show do Matuê!

Eu levaria Beatriz no STL, e sim, Matuê era uma das atrações.

- Agradeça por ter uma irmã jornalista que te consegue fazer entrar de graça nesses eventos.

- Muito obrigada, irmãzinha! - faz um carinho e me solta um sorriso sarcástico.

Não é que Bia estava dirigindo super bem! Mas eu jamais assumiria isso para ela, se não, seu ego iria ir nas alturas.

Chegamos na casa de nossa mãe, e enquanto minha irmã entra pela porta da frente eu dou a volta e entro pela porta de trás, para poder assustá-la. Ela sabia que eu iria visitá-la, mas ela pensava que eu iria chegar só daqui dois dias.

- Cheguei, mãe! - escuto Beatriz falar. - Tenho uma surpresa pra você!

Fico aguardando na cozinha e vejo ela tapando os olhos de nossa mãe com as próprias mãos. Me aproximo dela pé por pé.

- Sentiu minha falta? - no momento em que digo isso Bia tira as mãos dos olhos dela e só escuto um grito agudo de dona Roberta.

- VOCÊ VEIO MAIS CEDO, ISA!! - ela me envolve em um abraço, o melhor do mundo.

- Que saudade, mãe! - digo sem soltá-la.

- Vamos, senta na mesa! Vou preparar algo para você comer! - esse era o modo dela de demonstrar carinho, cozinhando. Ela era um cozinheira de mão cheia! - Me conte as novidades!

- Muito trabalho, mãe! Graças a Deus!

- Torço tanto por você, filha! É tão bom ver você e sua irmã realizando os sonhos de vocês! - vejo ela colocando uma água para ferver, provavelmente para fazer um café. - Você está se dando tão bem como jornalista, e sua irmã... - ela corta o assunto.

- O que tem a Bia? - pergunto me virando para trás para olhar para minha irmã e vejo que ela não está na cozinha.

- Calma, filha! - minha mãe olha para mim rindo.

De repente, Beatriz aparece saltitante com um cartaz escrito: "APROVADA NA UNESP"

- Você está falando com a mais nova aprovada em Publicidade e Propaganda da Unesp! - eu levanto da cadeira gritando e ergo ela em meu colo.

- QUE ORGULHO! - giro com ela ainda em meu colo. - Espera! VOCÊ VAI MORAR EM SÃO PAULO! - aquilo significa que minha irmã voltaria a morar comigo, e eu não poderia estar mais feliz.

Chamamos nossa mãe para um abraço em família e passamos o resto da tarde conversando.