TRAFALGAR LAW
Nos dias seguintes, nossa relação se fortaleceu ainda mais. Mas, aos poucos, percebi que algo ainda pesava no coração de Luffy. Um dia, enquanto estávamos sentados no sofá assistindo a um filme, ele desligou a TV e se virou para mim, com um olhar sério.
- Torao, tem algo que preciso te contar- ele começou, sua voz mais baixa do que o habitual.
- Claro, Luffy-ya. O que houve? - perguntei, preocupado.
- É sobre minha antiga casa e... meus irmãos. Eles morreram há algum tempo, e eu tenho evitado lidar com isso, mas acho que chegou a hora.
Fiquei em silêncio, esperando que ele continuasse.
- Preciso resolver algumas coisas, limpar a casa e, talvez, vender. É difícil, mas acho que é o que preciso fazer para seguir em frente - Luffy falou por fim.
Aproximei-me e segurei sua mão - Você não precisa fazer isso sozinho, Luffy. Eu vou estar com você, o tempo todo.
Ele sorriu, um sorriso triste mas agradecido - Obrigado, Torao. Realmente significa muito para mim.
No fim de semana seguinte, fomos para a antiga casa de Luffy. Era uma casa modesta, mas cheia de memórias. Ao entrar, senti o peso da tristeza e da perda. Luffy parecia estar lutando para manter a compostura.
Começamos pelo quarto de seus irmãos. Havia brinquedos, roupas e fotos espalhadas. Luffy pegou uma foto de seus irmãos e a segurou por um momento antes de colocá-la cuidadosamente em uma caixa.
- Eu sempre quis protegê-los - ele murmurou - Mas agora, acho que preciso deixá-los descansar em paz.
- Você está fazendo a coisa certa, Luffy -eu disse, ajudando a colocar os itens na caixa.
Passamos o dia limpando a casa, guardando os pertences dos seus irmãos e organizando o que podia ser doado ou vendido. À medida que a casa se esvaziava, senti que um peso estava sendo retirado dos ombros de Luffy.
Quando terminamos, nos sentamos na sala vazia, exaustos. Luffy olhou ao redor e suspirou.
- Acho que é isso - ele disse, sua voz cheia de melancolia e alívio - Eles merecem descansar em paz, e eu preciso seguir em frente.
- Você está fazendo isso, Luffy. E eu estou aqui com você, para o que precisar respondi, puxando-o para um abraço.
Ele se aninhou contra mim, e ficamos ali, em silêncio, aproveitando a companhia um do outro.
Nos dias seguintes, Luffy começou a tomar as providências para vender a casa. Apesar da tristeza, ele parecia mais leve, mais em paz. Sabia que tinha tomado a decisão certa.
Uma noite, enquanto estávamos deitados na cama, Luffy virou-se para mim e sorriu.
- Torao, obrigado por estar ao meu lado. Não sei o que faria sem você.
- Você nunca estará sozinho, Luffy. Estamos juntos nisso - respondi, segurando sua mão.
Ele fechou os olhos e suspirou, um suspiro de contentamento e alívio. E enquanto adormecemos, eu sabia que, apesar de todas as dificuldades, estávamos prontos para enfrentar qualquer coisa juntos.
O processo de venda da casa foi concluído em algumas semanas. Luffy se despediu do lugar com um último olhar, e juntos, voltamos para minha casa, prontos para começar um novo capítulo de nossas vidas.
Uma noite, enquanto estávamos deitados na cama, Luffy virou-se para mim com um olhar pensativo.
- Torao, tem algo que quero fazer - ele disse.
- O que seria, Luffy-ya? - perguntei, curioso.
- Quero fazer uma viagem para um lugar onde meus irmãos sempre quiseram ir. Quero honrar a memória deles dessa forma, levar suas lembranças para um lugar especial.
A ideia era comovente - Aonde eles queriam ir? - Perguntei
- Para uma praia isolada que ficava a algumas horas de viagem daqui. Eles sempre falavam sobre nadar no mar e brincar na areia.
Sorri e segurei sua mão - Vamos fazer isso, Luffy. Vamos honrar a memória deles juntos.
No fim de semana seguinte, partimos para a praia. A viagem foi tranquila, e Luffy parecia mais animado à medida que nos aproximávamos do destino. Quando chegamos, o som das ondas e o cheiro do mar nos receberam, trazendo uma sensação de renovação.
Passamos o dia na praia, rindo e brincando, como se estivéssemos cumprindo um sonho que pertencia tanto a Luffy quanto aos seus irmãos. Luffy trouxe um pequeno frasco contendo um pouco das cinzas de seus irmãos, e ele encontrou um lugar especial na praia para deixá-las.
Ele se ajoelhou na areia e abriu o frasco, deixando as cinzas serem levadas pelo vento. "Vocês estão livres agora. Espero que encontrem paz," ele sussurrou, lágrimas rolando pelo seu rosto.
Aproximei-me e coloquei uma mão em seu ombro - Eles estão em paz, Luffy. E você também merece estar.
Ele se virou para mim e me abraçou com força, chorando abertamente - Obrigado, Torao. Obrigado por estar comigo.
- Eu sempre estarei com você - respondi, segurando-o firme.
À medida que o sol começava a se pôr, nos sentamos na areia, observando o horizonte. O momento era solene, mas também cheio de esperança. Luffy parecia mais leve, como se um peso enorme tivesse sido tirado de seus ombros.
- Seus irmãos ficariam orgulhosos de você, Luffy," eu disse, quebrando o silêncio.
- Eu espero que sim - ele respondeu, sorrindo - E eu espero que eles saibam o quanto eu os amo.
- Eu tenho certeza que sabem - afirmei ao menor ao meu lado.
Ficamos ali, abraçados, vendo o sol desaparecer no horizonte. Era um novo começo, uma chance de seguir em frente sem esquecer o passado, mas também sem ser assombrado por ele.
Voltamos para casa naquela noite, cansados, mas em paz. Luffy se deitou na cama e me puxou para perto.
- Torao, obrigado por tudo. Por me ajudar a enfrentar isso e por estar ao meu lado.
- Você não precisa agradecer, Luffy. Eu faria qualquer coisa por você.
Ele sorriu e me deu um beijo suave - Eu sei. E eu faria o mesmo por você.
Nos aconchegamos, sentindo a segurança e o conforto de estarmos juntos. E assim, com o coração mais leve e a memória dos irmãos de Luffy honrada, adormecemos, prontos para encarar o futuro juntos, um passo de cada vez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Sunshine - Lawlu
RomanceJá estava em meu terceiro copo quando vejo alguém sentar ao meu lado. - Não sabe que é perigoso um garotinho andar sozinho por lugares como esse? - dizia um moreno alto - E eu não sabia que tinha gente que gostava de cuidar da vida dos outros...