𝐎 carro que há poucos minutos se encontrava em completo alvoroço - com vozes altas e uma impaciente descomunal de ambos os presentes, agora estava em silêncio, farto de constrangimento, repulsa e uma pitada amarga de orgulho. A quietude era tão mais desagradável do que em qualquer outra ocasião. Era vergonhosa e constrangedora ao mesmo tempo que se tornava matura. O silêncio pouco irritante era um espelho que refletia fazendo jus ao que Know e Jisung estavam desejando naquele momento - silêncio. Mesmo que, se quisessem, tentassem falar, nada seria tão melhor que manter a boca calada, evitando mais confusão.
Jisung ainda sentia seu peito disparado, as memórias velejando por sua mente e um bule tenso em sua garganta. A língua estava amarga. Queria correr dali, fugir daquele carro, se esconder em qualquer mísero lugar que fosse e esquecer que sua vida havia desmoronado, transformando-se em um buraco que logo mais tarde Han descobriria ser sua cova. Porque, por mais que Jisung tentasse aguentar e às vezes tentasse mais ainda relutar contra aquilo, nada nunca iria mudar. Esse era o início do seu fim. Seu desespero era evidente, mas as perguntas em sua mente eram capazes de superar toda e qualquer inquietação.
Por que ele não tinha atirado? Por que ele não atirou?
Qual era o problema que aquele homem grosseiro e amargo tinha de tão grande? Ele era cruel. Era sim e ninguém mudaria isso. Ele sempre seria um cara mau na visão de Jisung. Tentar decifrar o porquê de tamanha maldade era como esperar que as horas passassem em um relógio que não estava funcionando.
Han se perguntava desde o grito de Lee o que é que ele tinha na cabeça que o fazia ser tão irracional daquela maneira. E a forma como ele sabia que Jisung só queria simplesmente... morrer, e mesmo assim ele não o fez. Han sabe. Ele sabe que é porque quanto mais dor, angústia e sofrimento, mais Minho se diverte. Minho aproveita mais ainda.
E como aquilo fere Han profundamente. Ah. Sim, fere. Fere mais que palavras, fere mais que atitudes ou que joguinhos mentais e qualquer outra coisa que Minho já tenha feito que machucou Jisung - tanto fisicamente, quanto mentalmente.
Han nunca se sentiu tão sujo de não conseguir afastar o fato de que havia feito coisas consigo mesmo que agora vinham como um jato de vergonha. Se imaginar com ele. Se tocar por ele e pensando nele. Querer mais que apenas um abraço lateral ou uma não na cintura. Ter vontade de mais que só sentir o aroma do perfume másculo e intenso que ele carregava ao seu enquadro. Como Han se sentia idiota. Ele não era especial porque Minho, vez ou outra, agia diferente. Ele era apenas uma marionete. Um fantoche idiota que se deixou ser controlado e enganado. Ele era tolo. Idiota. E se odiava completamente por saber que aquelas coisas em seu peito na verdade eram bem mais que apenas atração. Nem mesmo poderia se entender, nem mesmo tinha respostas para aquelas coisas...
Esperava que a vereda chegasse logo ao fim e que pudesse chegar a casa de Minho, à sua gaiola, se jogar na cama e chorar até o rosto inchar, pois essa era a única solução. A única forma de fugir um pouquinho de toda aquela dor.
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𝗨𝗺 𝗛𝗼𝗺𝗲𝗺 𝗻𝗼 𝗘𝘀𝗰𝘂𝗿𝗼 - 𝐌in𝐒ung | +18
Fanfiction⩩﹕៹࣪ 𝐄𝗠 𝐀𝗡𝗗𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢 ┊ 𝐌in𝐒ung 𝐎nde novos problemas surgem na vida de Lee Minho, o levando a descobertas, novos ares, estilo de vida e pessoas.