𝟎𝟒 : 𝘁𝗵𝗲 𝗳𝘂𝗿𝘆

72 4 12
                                    


chapter four ― point of viewkatsuki

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

chapter four ― point of view
katsuki




OBSERVÁ-LA ME desconcerta e, mesmo dizendo a mim mesmo odiá-la e ignorá-la quando, talvez, nos revíssemos, não pude fazê-lo e me contradisse. Contudo, ao mesmo tempo, não era capaz de admirá-la sem me sentir rancoroso, enclausurado em remorso. Era perceptível, também, que minha personalidade a desagradava, o que deixava-me inseguro, algo que me tornava ainda mais irritadiço.

Contemplava-a enquanto caminhava pelos corredores da escola, em companhia de suas amizades, incluindo Izuku, o que, de certo modo, me preenchia de inveja. Ainda assim, ao mover meu olhar ao seu rosto, sentia-me apaziguado, como se apenas seu sorriso fosse capaz de me proporcionar calmaria. Em seguida, suspirava, contrariado com minhas próprias ações, enfurecido com meus sentimentos, desagradado com meus pensamentos. Dizia-me odiá-la, no entanto, a única pessoa que merecia ser alvo de minha fúria, era eu mesmo.

Possuía compaixão e compreensão por seus motivos ao precisar desaparecer. Entretanto, não me permitia perdoá-la quando poderia, ao menos, ter enviado-me um email ou, então, passado a informação a Touya ou Keigo. Por durante três anos, afundei-me em ressentimento e solidão, uma ira imensurável cresceu em meu ser, em resposta a confusão que atormentava-me diariamente.

Pensei que, quando a encontrasse, toda a fúria acumulada em minha alma, direcionaria-se à ela, contudo, pela primeira vez em algum tempo, senti-me sereno, ao mesmo tempo que uma sensação calorosa se espalhou por mim. Não pude acreditar em sua presença graciosa e repentina, novamente, em minha rotina. De súbito, enchi-me de felicidade, entusiasmado com sua companhia. Acolhi-a, ouvindo-a dizer, triste, sobre os acontecimentos anteriores. Então, descobri que Iyana estaria morta e Riku existindo, agora, sozinha.

Apesar de todo o momento em que passamos próximos por durante aquele contente dia, ao deparar-me com a minha residência e confortar-me em minha cama, o rancor, novamente, me corrompeu. Senti-me melancólico e insatisfeito, notando-me como um tolo.

Recordo-me, ainda criança, em companhia de Izuku, sentados na mesa em que nos apossamos da cafeteria Hawbis, impaciente com o atraso matutino de Riku, que nos fez esperar por algumas horas antes de notarmos que ela não iria comparecer àquele dia. Devido à escassez de intimidade com a família Kawasaki, nenhum de nós fomos ao seu apartamento. Contudo, quando passou-se uma semana em que não teríamos obtido nenhuma informação sobre seu bem-estar, descobrimos, de súbito, que Riku e sua família teriam desaparecido, mudaram-se sem despedirem-se de quaisquer vínculos.

Ainda é possível sentir o desapontamento e desconsolo que se apossaram de minha alma naquele dia. E, apesar de ocasionalmente passar pela fachada florida da cafeteria tão frequentada durante a infância, nunca mais fui capaz de passar por suas portas e me dirigir aos donos. Temendo, novamente, ao entrar no estabelecimento, que as memórias voltem e a nostalgia preencha o meu ser e, ao voltar ao presente, as lágrimas retornem desesperadas e dolorosas, escorregando por entre meus olhos.

𝐒𝐓𝐑𝐀𝐖𝐁𝐄𝐑𝐑𝐘 𝐅𝐋𝐀𝐕𝐎𝐑 𝐊𝐈𝐒𝐒 ; katsuki bakugouOnde histórias criam vida. Descubra agora