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Entrevista com cassievhs
Viva La Escrita : O que te inspirou a escrever "Amber Alert: Volume 1"? Você poderia nos contar um pouco sobre a origem da ideia para esta história?
Cassandra : Minha inspiração foram diversos livros, séries e filmes dos anos 80, 90 e 2000, eu cresci consumindo esses produtos adolescentes que misturavam horror, drama e comédia para contar histórias de uma época da vida que é tão intensa. A ideia em si de AMBER ALERT surgiu durante uma revisita à série Pretty Little Liars (2010), mudei muita coisa da ideia inicial, mas a ideia veio desses clássicos!
Viva La Escrita : Como foi o seu processo de escrita para este livro? Houve algum aspecto particularmente desafiador ou gratificante?
Cassandra : Criar os personagens e definir a personalidade de cada um deles foi particularmente desafiador, mas eu acredito que hoje eu consigo enxergá-los de forma distinta, cada um tem características próprias, histórias e ideias próprios que os movem. Um aspecto do livro que acredito que foi difícil mas, também teve um resultado ótimo, foi a criação da atmosfera, a sensação de desconfiança de todos os personagens!
Viva La Escrita : Georgia, Amber, Savannah, Nico e Jordan são personagens centrais na sua história. Como você desenvolveu cada um deles? Eles possuem características inspiradas em pessoas reais?
Cassandra : Os cinco protagonistas vem de estereótipos ou podemos chamar de arquétipos, o que poderia ser um tiro no pé, confesso, mas acabou sendo um processo interessante... Basicamente foi uma releitura desses arquétipos, pegar um personagem unidimensional como, por exemplo, a menina bonita e malvada, e acrescentar traços mais realistas, uma personalidade multifacetada e que trouxesse para essa personagem uma maior palatabilidade, tornando ela interessante para a obra. Esse processo foi feito com todos os personagens adolescentes e até com alguns dos pais — mas, isso é desenvolvido no segundo volume. Acredito que em meio a uma trama que por vezes parece simples, os personagens se mostram como a complexidade e o fio condutor, mantendo tudo equilibrado e, normalmente, maluco.
Viva La Escrita : A dinâmica entre os personagens é bastante complexa, especialmente com a introdução de um ex-inimigo como Jordan. Como você abordou essas relações e conflitos?
Cassandra : Acredito que por eu ser uma pessoa mais jovem os conflitos da adolescência continuam bastante vivos em minha mente, as intrigas, as questões com suas próprias famílias e como isso impacta em suas relações e no desenvolvimento de cada um deles como pessoa. Jordan e Nico são personagens que melhor exemplificam isso, suas ações, seus sentimentos, os embates que eles tem e os momentos em que eles acontecem, fui desenvolvendo ambos aos poucos, trazendo o background da família, lentamente, pensando em justificar e também mostrar como as ações dos pais e das pessoas que os cercam impactam em seus sentimentos e nas relações entre eles e entre as meninas. Porquê, no fim, na infância e adolescência as coisas acontecem assim, nós viramos esponjas, absorvendo coisas de diversos lados, isso às vezes se transforma em traumas ou qualidades ou defeitos e isso influencia em quem nos tornamos quando envelhecemos.
Viva La Escrita : "Amber Alert: Volume 1" toca em temas sérios como desaparecimento e perigo. Quais mensagens você espera transmitir aos seus leitores através desta história?
Cassandra : Enquanto idealizava o livro eu já sabia que queria retratar a adolescência de um jeito que eu sentisse que fosse realista, eu queria um livro que tratasse adolescentes como humanos multifacetados, que se preocupam, que sentem raiva, medo, admiração, que cometem erros e precisam lidar com as consequências desses erros, queria um livro que mostrasse adolescentes para além do que é visto em outros livros adolescentes. Meus personagens são trabalhados ao redor da frase "Todos os monstros são humanos" e é algo que acredito fielmente, às vezes as pessoas que fazem as coisas mais abomináveis também estão sofrendo.
Viva La Escrita : O desaparecimento de Amber é o catalisador da história. Como você manteve o suspense e a tensão ao longo do livro?
Cassandra : Acredito que a maior fonte de tensão é o Capuz e tudo que ele causa no psicológico dos protagonistas, mas, de certa forma, o ambiente outrora pacato de Salem sendo profundamente perturbado pelas terríveis coisas que afetam os jovens, pela perseguição que se segue depois do desaparecimento dela... Tudo isso, eu acredito, ajudam a manter o leitor engajado e curioso mesmo sem a figura central todo o tempo presente. Outra característica que tentei preservar foi o apego aos personagens, o fato de todos eles serem suspeitos, mas também interessantes.
Viva La Escrita : Ganhar o primeiro lugar no concurso Viva La Escrita 3 é uma grande conquista. Como você se sentiu ao receber esse reconhecimento, especialmente em uma categoria que não é muito popular quando se trata de inscrições?
Cassandra : Para mim, foi incrível! Primeiro de tudo, o concurso é disputado e a equipe é incrível, pelo feedback recebido é nítida a preocupação e o cuidado. Os competidores são todos de alto nível, demonstrando bastante talento e noções de narrativa, então receber o primeiro lugar nessa categoria pra mim foi chocante! Fico imensamente feliz por AMBER ter tido esse reconhecimento, essa é a 3° vez apenas que participo de um concurso e é o segundo que ganho! Só consigo me sentir grata e espero poder competir no próximo com outro projeto.
Viva La Escrita : Quais são seus planos futuros como escritora? Pretende continuar escrevendo no gênero de suspense ou explorar outros estilos literários?
Cassandra : Atualmente, estou trabalhando no segundo livro da trilogia AMBER ALERT e já planejando e organizando o terceiro, o que provavelmente vai me levar alguns anos. Em paralelo a AA, quero escrever ainda "A Mariposa em Minha Janela", um livro único que contará a história de uma garota que prevê um efeito borboleta que pode acabar em algo trágico e estou escrevendo um projeto arquivado de 2020 intitulado "Pesadelo Ultravioleta" marcado para estrear ainda esse ano, talvez em agosto ou setembro.
Viva La Escrita : Quais autores ou obras te influenciaram mais como escritora? Existem livros ou escritores específicos que você admira?
Cassandra : Pensando no global, Jogos Vorazes de Suzanne Collins, Carrie de Stephen King e a série Pretty Little Liars de Sara Shepard. Alguns autores brasileiros que me inspiraram foram Raphael Montes, cujo tem tido minha atenção nos últimos tempos, além de Conceição Evaristo e Carolina Maria de Jesus que me foram apresentadas quando adentrei a universidade, autoras negras e inspiradoras que, felizmente, quebraram barreiras e me possibilitaram ver a escrita como possibilidade.
Viva La Escrita : Deixe um recado para seus leitores e seguidores do Viva La Escrita.
Cassandra : Escrever nem sempre é fácil, às vezes é até um pouco difícil demais e aí é o momento em que, normalmente, eu paro, mas não existe ofício mais mágico do que a escrita. Ou vai me dizer que construir mundos, e pessoas, vidas inteiras, apenas através de palavras não é algo que tem um quê de magia? Não é incrível que consigamos causar diversas emoções apenas através de nossas habilidades com nosso idioma ou talvez com idiomas que nem sejam nossos? Há um quê de magia na escrita porque somos alquimistas através dela, não precisamos de nada além de papel e caneta — ou um computador — para mudar vidas e criar aquilo que talvez seja a salvação para alguém... Valorizem os escritores, mesmo os menores, os que confundem mas com mais e não sabem acessar o travessão no teclado, porque só a iniciativa de criar o seu próprio livro já exige muita paixão. Obrigada pelo espaço, Viva!
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