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Entrevista com Isis
Viva La Escrita : A personagem Hanna está à beira de um grande marco em sua vida quando conhece Benjamin. O que te inspirou a criar essa personagem que, apesar de jovem e órfã, demonstra tanta força e fé?
Isis : Hoje vemos uma juventude fragilizada, quis mostrar que apesar das circunstâncias ainda podemos achar forças. Em meio ao caos devemos manter a fé firme, ela nos dará uma visão além do problema. Minha história não é tão dramática, mas saí de casa aos 14 anos e passei por muitas coisas. Minha vida me mostrou o poder da fé, de boas amizades e não menos importante a força que tinha para enfrentar os obstáculos que foram surgindo.
Viva La Escrita : Benjamin é apresentado como um rancheiro solitário que perdeu a fé após inúmeras perdas. Como foi para você construir um personagem marcado pela dor e pela solidão? Qual foi o maior desafio ao explorar essa falta de fé dele?
Isis: Difícil, tive que me pôr no lugar e tentar entender a dimensão da sua perda. O maior desafio foi manter a personalidade dele ao longo da trama. Alguns trechos reescrevi, pois parava e pensava: Ben não diria isso.
Viva La Escrita : correspondência entre Hanna e Benjamin desempenha um papel crucial na trama. O que você acha que o ato de escrever cartas trouxe para o desenvolvimento do relacionamento deles, em comparação com a comunicação mais instantânea de hoje?
Isis: O mais legal é a espera pela resposta. Hoje é tudo muito instantâneo. Na realidade as cartas foram o início de tudo. Deram ao casal uma amostra tanto das características físicas como emocionais um do outro.
Viva La Escrita : O livro questiona se duas vidas tão diferentes podem coexistir sem conflitos. Como você abordou a criação desses conflitos e o processo de resolução entre Hanna e Benjamin?
Isis : Com cuidado, tinha medo de parecer demais. Medo de romantizar abusos, tentei manter um equilíbrio. O medo é o catalisador das ações de Benjamin, ele tenta afastar ela para não se apegar e sofrer por perder alguém novamente. Além de achar que Deus o tinha abandonado. Já Hanna cheia de vida e fé. Ela chegou como uma paleta colorida no mundo sem cor que ele escolheu viver. Suas atitudes levaram ele a pensar. Com a convivência foram se entendendo e aprendendo a respeitar o outro. O processo de resolução foi lento, não queria que parecesse falso.
Viva La Escrita : O cenário do rancho e a vida rural parecem ter um papel importante na história. Como você escolheu esse ambiente para ambientar a narrativa?
Isis : O rancho tem um papel fundamental, pois era o sonho dos pais de Benjamin. Ele vive pra manter esse sonho vivo. Eu vivi em fazenda até a adolescência. Amo o cheiro, os sons, as cores da natureza. Me inspirei nas imagens da minha infância.
Viva La Escrita : A fé de Hanna e a falta dela em Benjamin são temas centrais na história. Como você trabalhou esses contrastes na narrativa? Existe alguma mensagem específica que você queria transmitir sobre fé e superação?
Isis : De forma clara. Quis demonstrar que com fé, as situações se tornam mais suportáveis.
Viva La Escrita : Como você vê a importância do apoio social em meio aos desafios que seus personagens enfrentam?
Isis : De suma importância. Ninguém vive sozinho. Tentei mostrar a importância de boas relações na saúde mental. Mostrar que família não é só a de sangue, mas a que te acolhe e quer o seu bem.
Viva La Escrita : Qual foi o processo de criação de Correspondência para o amor? Houve algum momento em que a história tomou um rumo inesperado durante a escrita?
Isis : Uma montanha russa, passei por um bloqueio, mas Deus trouxe uma pessoa muito especial que me ajudou a deslanchar a história. E quando pensei terminei, meu celular queimou a praça e perdi metade do livro. Chorei horrores. Tudo que escrevia parecia ruim. Até que a @liliescreve me deu um conselho: Esquece o que escreveu e fique em escrever como se fosse a primeira vez. Assim escrevi novamente e mudei totalmente o Epílogo, a ideia do primeiro era ser narrado pela filha do casal que gerenciava um orfanato no rancho.
Viva La Escrita : Como você espera que os leitores se sintam ao terminar o livro? Existe alguma emoção ou reflexão que você deseja que permaneça com eles?
Isis : Encantados, fortalecidos... Sim, desejo que tenham a convicção de que as circunstâncias não definem quem eles são. Que há dias de tempestades, onde nuvens escuras pairam com relâmpagos amedrontadores, mas o Sol ainda está ali atrás e depois voltará a brilhar.
Viva La Escrita : Quais seus projetos ou obras para o futuro?
Isis : Se Deus permitir vou aprimorar essa história e publicar. E também tenho alguns projetos com o clube do Escritor.
Viva La Escrita : Deixe um recado para seus leitores e seguidores do Viva La Escrita.
Isis : Viva! Levantei a cabeça, você é obra prima, não deixe as tribulações diárias apagar seu brilho. Tenha bons amigos, amigos que pegam no seu pé e te falam a verdade. Amigos que oram por você são os melhores.
