cap 4

35 3 0
                                    

Ainda naquela noite Dominic se despediu das mulheres e foi para seu dormitório. Assim que adentrou no seu “cafofo” tirou suas vestes e ficou somente de roupas íntimas, desligou as luzes do local e se deitou na cama.

Ela é uma garota esforçada, aquele tipo de pessoa que é tão inteligente, mais tão inteligente que dá inveja, mas seus demônios a fazem pensar que não é, vive dentro de um dilema que ela precisa ser mais, a sensação de nunca ser boa o suficiente não a deixa viver, são exigências mentais constantes, uma auto cobrança incessante.

Deitada, olhando para o teto sem vida ela decide pegar seu antialérgico que ficava guardado na mesinha ao lado da sua cama, ele a deixava mais tranquila, assim que tomou ela voltou para cama, mas agora ela já não se sentia tão tensa, os segundos se passavam e seus olhos se fechavam lentamente.

— D-O-M-N-I-C!— Penélope grita no andar de baixo.— SUA PIRRALHA IMBECÍL, VEM AQUI IMEDIATAMENTE!

— M-mãe.— Falou com a voz trêmula enquanto descia a escada, ela sempre ficava com medo quando a sua mãe gritava.

— Posso saber que PORRA é essa? — Diz apontando para um papel que Dominic havia desenhado ela, sua mãe e seu pai, do lado tinha uma cartinha que ela fez com todo carinho e umas flores que tirou do jardim.

— U-um p-presente pra você, m-mamãe, e-eu queria demonstrar o quão eu t-te amo...

— EU SEI SUA IDIOTA, EU NÃO SOU CEGA, MAS OS PAPÉIS USADOS SÃO CAROS, A PORRA DA CANETA QUE FOI USADA FOI A MINHA DE TINTEIRO, NÃO FOI?— Fala possessa.— RESPONDE CARALHO!

— F-foi.

— AINDA POR CIMA USOU MEU BATOM CARÍSSIMO E TIROU MINHAS FLORES DO JARDIM— Dizia com raiva nos olhos.

— Desc...- Dominic foi interrompida pelo tapa que Penélope deu na sua cara e a fez cair no chão, ela iria levantar o rosto para olhar nos olhos da mulher mas outro tapa a atingiu, só que com mais força. Ela começou a chorar, seu rosto ardia.

— ENGOLE O CHORO, ENGOLE!— Gritava em seu ouvido, mas quanto mais gritava, mais medo e vontade de chorar sentia.— NÃO VAI PARAR? EU MANDEI PARAR, POIS BEM, VOCÊ QUE PEDIU!

— Não, mãe, por fav...

— CALA A MERDA DA BOCA, SUA MALDITA!— Ela a pega pelos cabelos e começa a arrastá-la para o quarto dela que ficava no segundo andar, Dominic conseguiu se levantar para aliviar a dor que sentia por conta de seus cabelos sendo puxados.

Assim que chegam no quarto o seu corpo é jogado no chão e cai perto da parede, onde segundos depois estava sendo chocado contra e sua cabeça era batida com frequência.

Como se não bastasse, recebeu inúmeros tapas, socos nos braços e ponta pés nas pernas. Dominic estava fraca, suas energias estavam indo embora cada vez que ela sentia as mãos de sua mãe a violentando.

Deitada no chão, com o corpo dolorido, olhava para o teto branco enquanto sua mãe batia violentamente em suas mãos.

Lentamente lágrimas escorriam de seus olhos, mas sem nenhuma palavra, gemido ou grito saírem de sua garganta, ela já tinha feito tudo isso antes e durante, no intuito que resolvesse algo, mas pelo visto não.

Naquela mesma hora seu pai tinha acabado de chegar em casa, ele houve os gritos e vai até eles, chegando no quarto de sua filha, os olhos da menina que antes se fixavam no teto agora estão no homem na porta, que encarava tudo sem reação. Penélope continuava com seus desvaneios sem perceber a presença de quem se fazia presente no local.

— EU DEVERIA TER TE ABORT...

Dominic acorda ofegante, suada e chorando, todas memórias que tinha com sua mãe não eram boas, sempre muito violentas. Ela se senta na cama tentando assimilar tudo que aconteceu no sonho e toda sensação ruim volta, olhando no relógio, viu que faltava alguns minutos para o amanhecer, então permaneceu acordada olhando o céu pela janela do quarto.

Aproximando-se do horário do café da manhã, ela levanta da cama e vai para o banheiro na busca de se limpar de toda sujeira.

Embaixo do chuveiro ela se encontrava com as mãos apoiadas na parede, olhos fechados e cabeça baixa, deixando a água descer pelas suas curvas, em seguida tratando de tomar banho corretamente.

De seu guarda-roupa ela tira uma calça moletom preta, um suéter preto levemente colado e um tênis, os veste, arruma seus cabelos lisos e por fim passa um perfume, não era muito adepta a usar maquiagem, prefere cuidar do rosto, viver como sua beleza “crua”, a sua única maquiagem era um gloss ou hidratante labial.

No refeitório estava somente Hardbroom, as alunas e as outras duas mulheres ainda deviam estavam em seus aposentos, por não querer parecer mal educada a cumprimenta com a cabeça e se senta em uma mesa mais afastada, onde tomou seu café vagarosamente e conforme o tempo passava algumas meninas apareciam e as outras duas mulheres também apareceram.

Quando Dominic viu que as mulheres conversavam, aproveitou para sair, não estava muito afim de conversar no momento.

Como suas duas primeiras provas seriam na sala de Hardbroom, ela se direcionou para o local, no caminho ela notou que havia uma grande janela que sempre ficava fechada por um cortina, mas hoje, por alguma rasão estava descoberta, então se aproximou e se sentou, ficando inerte aos acontecimentos externos, visto que olhava para algum ponto fixo.

POV: HARDBROOM

Pela madrugada eu me acordo, havia um sentimento ruim que não me deixava dormir, então fiquei acordada, mas logo fui cuidar das minhas higiene e me vestir.

Logo após eu finalizar eu me transporto para minha sala, onde fiquei sentada na cadeira olhando alguns papéis, mas como se fosse um estalo, a Srta. Belford me vem à cabeça.

— É inteligente, reconheço isso de longe, mas aposto que deve ser igual a mãe...— Falo sozinha em minha sala, mas imediatamente volto minha atenção ao que fazia antes.

Passando-se alguns minutos eu me retiro da minha sala, visto que o sol estava começando a brilhar mais, sinal que estava na hora de ir para o refeitório, assim que chego trato de sentar-me em meu lugar, onde em seguida a senhora Tapioca vem me servir o café da manhã e eu a agradeço.

Não muito tempo depois, Dominic, ou melhor, Srta. Belford entra e me cumprimenta, não a respondo, visto que logo olhou para frente, mas a observo, vejo que hoje ela se senta mais longe e parecia mais distante, será que ela iria aprontar algo hoje? Seria este o mal sentimento que senti e não me deixou dormir?

Eu revezava entre comer e olha-la, ela comia tão lentamente, parecia uma lesma, demorava tanto, parecia que nem fome sentia. Ada e Miss. Drill chegavam animadas falando da prova de hoje, em como estavam empolgadas para ver o desempenho da  Srta.Belford e uma tal de Srta. Moon, por conta de uma fração de segundos eu a perdi de vista.

— Pode até querer aprontar algo...mas acontece que não irei deixar.— Pensa.

Me retiro da mesa dando a desculpa que eu precisava ir até minha sala. Pelos corredores meus olhos procuram-na, ela não deve ter andado tão longe para pregar sua peça.

Penso em ir para minha sala, as alunas travessas adoram fazer ou mexer em algo lá, minhas maiores taxas de detenções saíram daquela sala. No caminho eu torcia para encontrá-la, queria poder comprovar para mim mesma que ela é uma cópia de Penélope.

POV: NARRADORA

Quando se aproximava de sua sala, observou uma figura sentada no batente da janela, HB não falou nada, ficou quieta já que a menina não a viu, esperando algo comprometedor se revelar, mas a única coisa que notou foi uma garota abraçando as suas pernas, com o nariz vermelho, uma cara meio abatida e um olhar sem vida, juntamente com o sol que batia em seus cabelos castanhos, o deixando na cor do fogo, vendo aquela cena, algo dentro de HB se contorceu, ela estava ansiando por algo, mas a vendo daquele jeito, tão pura quanto um anjo, a fez se sentir levemente culpada.

Minha Querida Professora-The Worst WitchOnde histórias criam vida. Descubra agora