𝑷𝑨𝑺𝑺𝑰𝑶𝑵 𝑨𝑵𝑫 𝑯𝑶𝑵𝑶𝑹 | 𝘎𝘸𝘢𝘺𝘯𝘦 𝘏𝘪𝘨𝘩𝘵𝘰𝘸𝘦𝘳

8. Impura

(Esse capítulo terá um momento +18, caso não goste não leia).

Narrado por Rhaella Targaryen:

Enquanto jantávamos, minha mente não conseguia se desligar do que havia acontecido mais cedo. Estava tudo tão confuso... Será que ele realmente gostou do beijo? Ele parecia tão... contido. Enquanto os pratos eram servidos e a conversa fluía ao meu redor, eu me pegava olhando para Gwayne, tentando decifrar seus pensamentos. O modo como ele evitava me encarar diretamente só aumentava minha incerteza.

— Rhaella, você está bem? Parece um pouco distante esta noite.
Fui pega de surpresa por meu pai. Desviei meu olhar de Gwayne e respondi rapidamente:

— Ah, estou apenas cansada, pai. Foi um dia longo.

Ele assentiu, aparentemente satisfeito com minha resposta, Alicent e Nyra continuaram suas refeições. Minha mente estava em outro lugar, relembrando o momento sob a árvore, as palavras de Gwayne, o toque de sua mão em minha cintura. Era tudo tão... confuso. Como ele poderia dizer que estava apaixonado e, ao mesmo tempo, insistir que não poderíamos começar algo?

(...)

Assim que o jantar terminou, senti uma necessidade urgente de estar sozinha. Levantei-me da mesa, murmurando algo sobre precisar descansar, e me dirigi aos meus aposentos. Gwayne me seguiu, como era seu dever, mas eu sabia que havia mais nessa proximidade do que apenas dever.

Ao chegar aos meus aposentos, as criadas já estavam lá, preparando um banho. A água quente foi um alívio bem-vindo para o meu corpo e mente confusos. Enquanto me imergia na banheira, meus pensamentos continuavam a girar em torno de Gwayne. O que ele realmente sentia? E eu, o que realmente queria? A água parecia não apenas lavar meu corpo, mas também tentar limpar a confusão em minha mente.

Após o banho, vesti um vestido amarelo com detalhes em branco, uma escolha que sempre me fazia sentir mais leve. Deitei-me na cama, olhando para o teto.

Deitada na cama, não consegui encontrar paz em meus pensamentos. Cada vez que fechava os olhos, via o rosto de Gwayne, ouvia suas palavras e sentia o toque dele. Meu coração estava em um conflito constante entre o que era certo e o que eu realmente desejava.
Com um impulso de coragem, ou talvez desespero, levantei-me e caminhei até a porta. Abri-a silenciosamente, espiando o corredor onde Gwayne estava em sua posição habitual.

— Gwayne, entre - sussurrei, tentando manter minha voz baixa para não chamar atenção.

Ele olhou para mim, claramente confuso, e balançou a cabeça em negativa.

— Não, eu não deveria... - ele murmurou, mas havia uma hesitação em sua voz.

Eu revirei os olhos e sem pensar duas vezes, o puxei para dentro e fechei a porta rapidamente, trancando-a. Gwayne ficou parado, ainda segurando sua espada, com uma expressão entre choque e indecisão.

— Precisamos terminar nossa conversa - eu disse, tentando manter minha voz firme, mas havia uma nota de vulnerabilidade que não consegui esconder.

Gwayne suspirou, colocando sua espada cuidadosamente em um canto do quarto. Ele se virou para mim, e por um momento, apenas ficamos nos encarando. Eu estava de pé, com os braços cruzados, tentando me proteger da intensidade da situação.

— Rhaella, isso é... arriscado. Você sabe o que poderia acontecer. - ele começou, mas eu o interrompi.

— Arriscado? Gwayne, eu... eu sou uma tonta por estar apaixonada por você. Você é apenas um cavaleiro que conheci há um mês! - minha voz saiu mais alta do que eu esperava, carregada de frustração e dor.
— Eu sei que você é leal, que você quer fazer o que é certo, mas e o que eu quero? Gwayne, Eu nunca... nunca desejei tanto alguém como eu desejo você...