41 - Chase Parker

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Estou com meu pai falando sobre os carros na garagem quando de longe ouço um barulho alto na rua, nem preciso virar o rosto pra saber que é a Bugatti, a diaba chegando.

Ela estaciona e sai de dentro como a porra de uma rainha, eu amo tanto essa mulher que chega a doer.

Estamos todos no escritório, apreensivos, e parece que as coisas aconteceram rápido demais, mesmo se passando horas.

Ficamos a tarde toda no meu apartamento, sabíamos que André iria ligar ainda hoje. Hannah não dormiu a noite toda, não fomos à faculdade, não comemos, nada.

É uma tortura ver ela assim porra, cadê aquela mulher forte, altruísta, queixo erguido, que vive debochando de mim, cadê ela ? Agora só vejo uma menina quebrada, triste e vulnerável, nunca a vi dessa forma, e confesso que me quebra ver ela se despedaçando na minha frente.

Quando André finalmente liga, fala coisas absurdas para minha garota, ela entre em desespero e tem a porra de uma crise de ansiedade na minha frente, por causa desse merda. Eu tento acalmá-la da forma que consigo, e funciona.

Até que seu irmão Travor liga de vídeo. Vejo sua testa franzir, porque Travor ligaria agora ? Quando a olho de novo, ela está chorando, e daqui conseguia ver o celular tremendo muito em sua mão.

Eu e meu pai nos entreolhamos, com o pensamento de que Travor também sofre agressão física por André.

Não tenho tempo de questionar, quando ela finaliza a chamada, noto que uma nova crise de pânico estava vindo. Estou indo em sua direção, quando ela simplesmente desmaia. Só tenho tempo de segurar sua cabeça para não bater no chão.

— Porra! - Grito desesperado sem saber o que fazer.

— Estou ligando para o médico da família filho, foi outra crise de pânico, não há necessidade de ir ao hospital, provavelmente é todo o nervoso que ela passou agora.

Eu não consigo falar nada, só concordo e a pego no colo para levar ao sofá do escritório. É uma tortura pegar ela assim e estar toda molinha, sem reação, quebra meu coração em mil pedaços.

Poucos minutos depois o médico chegou, deu algo para ela cheirar que a fez acordar atordoada, ela confirmou que sempre tem crises ao falar do seu tio e que fazia terapia mas parou, não quis entrar tanto em detalhes mas ela vai me contar.

— Hannah, eu preciso saber o que aconteceu, por favor fala comigo.

— Eu... eu não posso Chase, eu preciso tirar meu irmão daquela cidade agora - ela levanta num rompante do sofá, quase caindo novamente.

— Calma, fica aqui, depois você vai.

— NÃOOO! - Ela grita, é a primeira vez que a vejo assim - Eu não posso deixar ele lá, eu não aguento, eu preciso ir agora!

Antes que eu tente pegá-la, ela sai correndo e entra no seu carro, acelerando tudo, nunca a vi correr dessa forma tão desesperada antes, isso me preocupa. E para piorar começou a chover, que caralho.

— Porra, ela não pode sair assim, vai se machucar - dou um murro na parede, me sentindo impotente por não conseguir ajudar.

— Tem alguém que pode ajudar ?

— Miguel... - sussurro - Miguel pode ajudar.

Saio correndo até meu carro, e vou em disparada até sua casa.

🌓

Em cinco minutos estou estacionando o carro de qualquer jeito no meio da rua, entro na casa escancarando a porta. Miguel e Bryan estão na cozinha comendo algo, mas param imediatamente quando me veem.

Correndo Até VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora