17. Conflitos Internos

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Era uma manhã nublada e fria, já haviam se passado mais ou menos duas semanas desde o ocorrido no quarto. As duas estavam completamente envergonhadas com o que havia acontecido; nenhuma das duas tentava olhar para a cara da outra, mas aquele sentimento de querer fazer algo a respeito ainda estava ali, mesmo que ambas tentassem ignorar. O clima parecia refletir exatamente o que ambas sentiam por dentro: uma mistura de incertezas e turbilhões de pensamentos que não lhes davam trégua.

Karina acordou cedo, como de costume. Estava tentando manter sua rotina diária, na esperança de que a normalidade a ajudasse a lidar com os sentimentos que não conseguia mais entender. Ela se levantou, trocou-se e foi para a cozinha preparar o café da manhã. Minjeong ainda estava dormindo, e isso lhe dava um momento de paz, longe da tensão que sentia sempre que seus olhares se cruzavam. Ela pensava no que a loira havia dito para ela. Estava realmente em um grande problema, não sabia se deveria conversar ou simplesmente seguir em frente.

Enquanto preparava o café, Karina olhou pela janela, perdida em pensamentos. A semana havia sido longa e cada segundo parecia mais confuso que o anterior. A vontade da morena agora era ir até o quarto da loira e ver o que aconteceria, mas estava com tanta vergonha e medo de ir que novamente preferiu ficar quieta.

Por que eu não consigo parar de pensar nela? Isso é loucura pensava, enquanto o barulho da água corrente fazia eco com seus pensamentos turbulentos.

No andar de cima, Minjeong se mexia na cama. A noite havia sido agitada, cheia de pensamentos confusos. Finalmente levantou-se e, ao sair do quarto, viu Karina na cozinha. Parou por um momento, observando-a, mas decidiu não entrar. Ela preferiu ir tomar um banho primeiro, tentando se preparar mentalmente para mais um dia difícil.

Karina refletia sobre seus sentimentos enquanto lavava a louça. Não sabia como lidar com a situação. Parte dela queria se abrir com a loira, ser honesta sobre a confusão que sentia, mas o orgulho a impedia. Não queria admitir que estava tão afetada.

Minjeong, por sua vez, também estava perdida em seus próprios pensamentos. No chuveiro, a água quente escorrendo por seu corpo não conseguia levar embora a confusão que sentia.

O que será que deu nela? O que diabos ela sentiu? Ou foi apenas um impulso momentâneo? pensava Minjeong. Os momentos que tiveram juntas, os beijos, a proximidade, tudo era novo e confuso. Ela revivia cada cena em sua mente, tentando achar um sentido.

Um pouco mais tarde naquele mesmo dia, Karina decidiu que precisava conversar com alguém sobre o que estava acontecendo, mas não queria revelar todos os detalhes. Foi quando lembrou de Giselle, sua melhor amiga, também conhecida como Aeri. Karina sabia que podia contar com ela para qualquer coisa.

Karina pegou o telefone e ligou para Giselle, que atendeu rapidamente.

Oi Karomi, tudo bem? — perguntou Giselle.

— Oi aeri. Estou bem, quer dizer, eu... estou com um problema, para ser sincera. — Karina suspirou, tentando encontrar as palavras certas. — Tem coisas acontecendo e eu definitivamente não sei o que fazer.

Como assim rina? Problemas com o quê exatamente? — Giselle perguntou com um tom curioso.

Karina mordeu o lábio inferior, não estava encontrando as palavras certas.

— Giselle, quando você acaba agindo por impulso sobre seus sentimentos e acaba fazendo algo que você queria muito, e quando faz não sabe muito bem o que fazer? — perguntou Karina.

A japonesa demorou alguns segundos antes de responder, não estava entendendo muito bem o que sua amiga estava tentando dizer.

Bem... eu acho que pensaria no que eu sinto vontade e se é para valer. — disse. — Mas Karina, tem alguma coisa que você gostaria de falar?

Sisters / WinrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora