Sisters / Winrina

12. A Tempestade Interior

Depois do anúncio do passeio que seus pais deram, Karina e Minjeong ficaram mais nervosas do que nunca. Desde aquele momento, evitavam qualquer tipo de conversa significativa, trocando apenas olhares furtivos e carregados de significado. A casa parecia um campo de batalha silencioso, onde palavras não eram necessárias para expressar os sentimentos conflitantes que ambas carregavam. O clima entre elas estava pesado, uma combinação de mal-entendidos e emoções não ditas pairando no ar.

Quando a mãe de Minjeong e o pai de Karina anunciaram que estavam se arrumando para sair, a situação tomou um rumo inesperado. Eles iam ficar fora por dois dias, deixando Karina e Minjeong sozinhas em casa. O anúncio foi recebido com um misto de alívio e frustração por ambas. O alívio vinha da oportunidade de ter algum espaço para si mesmas, longe da vigilância dos pais, mas a frustração era evidente, sabendo que teriam que conviver exclusivamente uma com a outra durante esse período.

Naquela noite, a tensão era palpável. Minjeong estava sentada na cadeira do quarto de sua mãe, seu olhar perdido em algum ponto invisível, enquanto pensava nas últimas semanas. O que parecia ser um período tranquilo e simples de convivência se transformara em um labirinto de sentimentos confusos e discussões não resolvidas. Ela sentia que o peso da situação era maior do que qualquer palavra poderia expressar.

Sua mãe, percebendo a inquietação da filha, entrou no quarto e se sentou ao seu lado.

— Minjeong, você parece preocupada. — disse sua mãe, com um tom suave.

Minjeong virou-se lentamente para encarar a mãe, seu olhar carregado de uma mistura de frustração e cansaço.

— Não estou preocupada com a viagem. É só... — hesitou, buscando as palavras certas. — A ideia de ficar sozinha com Karina por dois dias. As coisas entre nós estão um pouco estranhas.

A mãe de Minjeong colocou a mão sobre a de sua filha, tentando transmitir um pouco de conforto.

— Eu entendo, Minjeong. Às vezes, uma situação forçada pode ser uma chance para resolver mal-entendidos. Talvez esse tempo juntas possa ajudar a esclarecer as coisas. Apenas lembre-se de que a comunicação é a chave.

Minjeong deu um leve sorriso, agradecendo o conselho, mas seu coração ainda estava pesado.

— Vou tentar lembrar disso, mãe.

Enquanto isso, no escritório da casa, o pai de Karina estava se preparando para o passeio. O ambiente estava cheio de papéis e relatórios, e ele estava concentrado em finalizar os últimos detalhes. Karina entrou no escritório, seu rosto mostrando uma mistura de determinação e frustração.

— Pai, posso falar com você um minuto? — perguntou ela, interrompendo a concentração do pai.

Ele levantou os olhos do trabalho, um olhar de preocupação passando por seu rosto.

— Claro, filha. O que houve?

Karina hesitou um momento antes de falar, seu tom carregado de uma certa rebeldia.

— Eu sei que você e a mãe de Minjeong vão viajar, e eu vou ficar sozinha com ela por dois dias. Não que eu me importe de cuidar da casa, mas...

Seu pai interrompeu, com um sorriso suave.

— Eu confio que vocês vão se entender. Sei que tem havido algumas tensões entre vocês, mas espero que esse tempo possa ser um momento para resolver as coisas.

Karina cruzou os braços, seu olhar desafiador.

— Eu vou fazer o que for necessário para manter a casa em ordem, mas não vou além disso. Não espero que as coisas mudem só porque vocês estão fora.