20. No Limite da Verdade

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Karina saiu da piscina com a mente ainda repleta de pensamentos confusos sobre Minjeong. A mensagem urgente de Giselle pairava sobre sua mente como uma sombra inquietante. A japonesa tinha a tendência de exagerar e criar dramas desnecessários, o que costumava irritar Karina. No entanto, desta vez, a morena sentia um frio na barriga, a impressão de que talvez Giselle realmente não estivesse exagerando.

Subiu as escadas em direção ao banheiro, cada passo ressoando em seu cérebro, e retirou o biquíni ainda encharcado. A água quente do chuveiro não apenas ajudava a relaxar os músculos tensos, mas parecia também tentar apagar a preocupação que se acumulava. O vapor que preenchia o banheiro criava uma atmosfera densa, quase opressiva, refletindo o turbilhão de pensamentos que dominavam sua mente. A sensação de estar cercada por uma neblina quente parecia um espelho para seu estado emocional.

Secou-se rapidamente. Vestiu jeans e uma camiseta simples, secou seu cabelo rapidamente e prendeu o cabelo úmido em um coque desleixado. Pegou as chaves do carro e saiu apressada, seu coração acelerando com cada passo em direção à saída.

Durante o trajeto até a casa de Giselle, seu pensamento estava uma montanha-russa. Tentava, desesperadamente, imaginar o que poderia ter acontecido com a amiga. Imaginava possíveis desastres, desde uma briga séria até um incidente que pudesse ter saído do controle. Cada cenário parecia mais dramático do que o anterior, e sua mente estava tão absorvida que mal percebeu os sinais de trânsito e o fluxo dos carros ao seu redor. A estrada parecia interminável, e cada minuto que passava aumentava sua inquietação.

Finalmente, ao chegar à casa de Giselle, estacionou o carro e caminhou até a porta. Seu coração batia descompassado, um misto de preocupação e expectativa. Bateu na porta, e quase imediatamente. Giselle abriu, a expressão em seu rosto grave e carregada de uma ansiedade palpável.

— Karomi, ainda bem que você chegou rápido! — Giselle exclamou, sua voz tremendo, apesar de tentar manter um tom controlado.

Karina tentou oferecer um sorriso reconfortante, tentando aliviar a tensão no ar.

— Claro, Aeri. O que aconteceu? Sua mensagem parecia urgente. — comentou, tentando descontrair um pouco. — Não matou ninguém, né?

Giselle forçou um sorriso que mal disfarçava a seriedade em seus olhos. O silêncio pesado entre elas era quase ensurdecedor, cada segundo parecia uma eternidade.

— Vamos para a sala. — sugeriu, e Karina concordou e seguiu a amiga. Cada passo parecia ecoar pelo corredor silencioso, amplificando a sensação de inquietação. Ao se sentarem no sofá, Giselle respirou fundo, o peito subindo e descendo com a ansiedade evidente.

— É sobre algo que aconteceu hoje... algo muito sério. Precisava falar com você imediatamente. — começou, a preocupação refletida em seus olhos.

Karina assentiu, com o coração disparado, pronta para ouvir o que fosse necessário. A urgência no tom de Giselle não deixava espaço para dúvidas de que algo grave estava acontecendo.

— Fale logo, Aeri. Estou preocupada. O que aconteceu de tão urgente? — perguntou, tentando manter a calma enquanto sentia a tensão crescer.

Giselle mordeu o lábio inferior, visivelmente nervosa. Seu olhar se desviava para as mãos que tremiam ligeiramente em seu colo.

— Eu... eu encontrei Ningning hoje na padaria aqui perto de casa. Bom, você já sabe das coisas que aconteceram entre nós duas... — começou, sua voz tremendo.

Karina arqueou uma sobrancelha, não esperava que a japonesa fosse começar tão rápido, estava ansiosa ainda mais com o que estava por vir.

— E daí? - comentou. — Pronto, não vai me dizer que beijou sua ex-namorada.— Disse, para aliviar a tensão com uma piada sem graça.

Sisters / WinrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora