A vida ainda vai ser bela

Agora é o começo - parte 2

  Chegando ao orfanato pude perceber, que o lugar era horrível, muito longe da cidade, nao tinha pintura, seu jardim estava totalmente descuidado e tinha alguns animais mortos por ali, fui atendida por uma mulher alta, loira, de batom vermelho,muito arrogante.

  Ela disse:

- Oi, sou Sara, vou te dar o número do seu quarto, não se meta em encrencas.

Peguei uma chave com ela, continha o número 53. Olhando para os lados percebi que eu nao era a única que estava chegando hoje, pois ali na recepçao tinha uma menina de cabelos rosa e um menino com o rosto marcado, parecia que tinha passado a noite inteira chorando, deixa pra lá. Peguei minha mala me despedi da minha única melhor amiga e dos pais dela entrei em um corredor com pouca iluminação fui andando e percebi que continha várias portas dos dois lados com numeração em cima, encontrei meu numero e entrei no quarto. Nao acredito!! O quarto era super pequeno e ainda tinha que dividir com alguém, lá tinha duas camas, uma escrivaninha, um guarda-roupa e o banheiro.

Deitei um pouco na cama, sem pressa nenhuma de arrumar minhas roupas, lembrei um pouco da minha mãe, chorei e sem perceber adormeci. Acordei com alguém me cutucando quando abro os olhos tomo um susto com um par de olhos extremamente pretos de tanta maquiagem perto do meu rosto, me levanto rápido e pergunto:

-Quem é você?

A menina responde:

-Sou Liza, sua colega de quarto, vai ter que me aguentar.

Beth olha pra menina de cima a baixo, vê que seus estilos são parecidos, talvez elas se dêem bem. Liza tem seu cabelo azul, olhos castanhos bem escuros, e é baixinha.

Liza fala:

-Como é o seu nome?

Beth levanta e começa a guardar suas roupas no guarda roupa, depois de alguns minutos responde:

-Beth.

Um sinal toca, Beth olha para Liza que diz:

-Hora da janta, vamos?

As duas foram para um lugar aparentemente muito sujo e mal cuidado onde eles chamam de refeitório, a sua frente Beth pode ver muitas mesas distribuidas em fileiras todas com cadeiras de plástico e pano cobrindo cada uma, ao lado mas muito alto,tinha algumas janelas com o vidro quebrado e alguns panos imundos tentando cobri-las. Beth e Liza se dirigiu ate a fila onde tinha muitas pessoas ja. Pegaram seus pratos, e quando Beth viu em uma panela aquela pasta amarela, parecia que tinham jogado qualquer coisa, misturado e dado para eles comerem, ela quase vomitou, mesmo assim pegou e foi para uma mesa no fundo, onde ficou sozinha e pode observar todos dali. Ela viu Liza sentando com um grupo que poderiam chamar de rockeiros, do outro lado viu outro grupo parecendo ser de nerds ou algo do tipo, passou os olhos mais para o fundo do lugar e viu só alguns meninos sentados jogando algum jogo chato. Beth pensou que aquele lugar se parecia muito com um cólegio interno, tudo era sujo, pessoas chatas, tinha que ir pra uma escola que ficava no terreno do orfanato, onde provavelmente seria humilhada, assim como acontecia nas outras escolas que ja estudou.

Outro sinal toca, tirando Beth dos seus pensamentos, ela levantou, olhou para aquela comida nojenta e jogou tudo no lixo. Foi andando devagar para o corredor, onde todos se dirigiam, para dormir. Chegando em seu quarto tomou um banho, deitou e adormeceu rápido.

Começou a ter um pesadelo: ela estava em um lugar escuro, parecia um porão, sem janelas e com uma porta impossivel de ser aberta, pois nao tinha maçaneta do lado de dentro dela, Beth começa a gritar, chorar e bater na porta. Mas quando ouve alguns passos pesados e uma voz vagamente familiar, ela se afasta da porta e senta no chão frio, logo depois a porta se abre e ela reconhece aquela figura pela sombra dele. Ela diz desesperada:
- O que voce esta fazendo aqui? Volta pra cadeia que é o seu lugar!
Ele se aproxima olha nos olhos dela e bate sua cabeça na parede, desmaiou.