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Era uma vez, a noite que virava dia.


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ㅡ Lana, olha isso!

Tuk vem sorridente em minha direção com as mãos fechadas em formato de concha. Um som, ou melhor, uma vibração sai dali e eu automaticamente já me preparo para o pior.

Ela abre suas mãos lentamente, enquanto eu encolho meus ombros esperando o animal pular em meu cabelo e nunca mais sair.

ㅡ Olha!

Abro os olhos, que nem notei que tinha fechado.

O animal esguio e exatamente do mesmo tamanho da palma de Tuk, bate as asas de cores péroladas desesperadamente, talvez querendo fugir de lá.

Tentando deixar meu medo de lado, aproximo meu rosto, ainda mantendo uma distância segura. Só por precaução.

Ela toca na "bunda" fininha do inseto e o não tão pequeno corpo acende em diversas cores que atravessam suas asas, não menos bonitas que aquele arco-íris fluorescente.

Era a coisa mais bonita e incrível que eu tinha visto. Tudo bem que eu dizia isso toda vez que via algo novo, mas o que eu podia fazer? Tudo era muito lindo e admirável.

O animalzinho parecia uma mistura divertida de todos os animais que já vi em livros. Era engraçado. Mas para um inseto, ele tinha um tamanho bem assombroso. Não era proporcional a mim, porém era aos Na'vi e Pandora.

A garotinha continua mostrando partes do animal, ao levantar com cuidado suas asas e apontar cada canto, adicionando alguma curiosidade sobre o local.

Ouço tudo com atenção e é só então que noto o quanto eu estava sentindo falta daquelas explicações fofas.

Eu finalmente tinha voltado a floresta e com isso percebi que senti falta até das menores coisas. A brisa leve batendo nas partes descobertas de meu corpo, os diferentes tons de verde das árvores, as cores variadas das outras plantas enormes, os bichinhos correndo por toda parte e tantos outros detalhes.

Ainda observando e ouvindo as explicações sobre o incrível inseto nas mãos de Tuk, nós caminhávamos de volta a uma pequena clareira não muito distante da aldeia, onde os outros permaneciam.

Observo os rostos de cada um, e todos tinham em comum em suas expressões, o tédio.

Isso me faz rir internamente ao notar que mesmo ali na floresta, com tantas formas de "entretenimento", ainda poderíamos ser vítimas do: "Aff, nada pra fazer nessa casa."

Me sento um pouco próxima a Kiri, que permanecia deitada e de olhos fechados sobre a grama rala. Faço o menor barulho que posso ao me aproximar, para não incomodar.

Lo'ak e Spider estavam lado-a-lado ㅡ sem grandes novidades. ㅡ enquanto mantinham as costas escorada em uma das poucas árvores existentes ali no meio. E Tuk ainda brinca com o animalzinho perto de mim e sua irmã.

Assim que relaxo um pouco, sinto leves pontadas em minha cabeça, oque deixa mais que claro que uma dor chata não demoraria a me encontrar. Fecho meus olhos por um tempo, afim de que aquela sensação chata passasse.

Enquanto isso, minha mente viaja entre diferentes tópicos e um deles é: o que será que vai ser hoje no almoço?

Fiz Jani me prometer que guardaria uma das marmitas pra mim, pois eu não queria ser refém das suas ameaça de fazer o meu almoço assim que eu chegasse. Não que fosse ruim, ou que eu não soubesse fazer minhas próprias coisas, mas ela sempre insistia que por eu estar doente, deveria comer algo com mais ferro e blá-blá-blá. Me sentia meio mau por isso.

ℂ𝕃𝔸ℝ𝕀𝕋𝕐 - 𝐍𝐞𝐭𝐞𝐲𝐚𝐦Onde histórias criam vida. Descubra agora