Bons conselhos empoeirados.
꧁☪꧂Neteyam.
A minha vida toda, meu pai me ensinou teorica e fisicamente sobre as coisas da vida. Sempre tentou me preparar para oque eu poderia encontrar pela frente, principalmente para as coisas ruins.
Um certo dia ao flagrar meu pai falando sobre isso, minha mãe me levou para um canto e me aconselhou sobre aquelas lições passadas. Ela me disse que eu não precisava pressionar a mim mesmo com aquelas coisas, querer sempre tomar a frente de tudo, pois a vida não era previsível e muito menos justa.
Eu compreendi e guardei todas aquelas palavras.
Apesar disso, a minha vida foi toda cheia de previsibilidades. Todos os dias eu treinava para ser um grande guerreiro, que pudesse proteger meu povo contra qualquer ameaça.
Nada mudava. Era tão previsível que eu sabia exatamente as comidas que comeriamos pela manhã, no meio-dia e durante a noite. Até a minha família tinha se tornado fácil de prever. Os seus hábitos diurnos e noturnos eu sabia de cor.
Talvez soe muito pessimista de minha parte.
Me apeguei a essa rotina. Até demais. E acabei esquecendo onde guardei aquelas palavras que minha mãe me disse tão cuidadosamente um dia.
O comodismo me fez esquecer completamente sobre novas emoções.
Mas, meses atrás algo inesperado aconteceu. Uma quebra total da minha fatídica rotina.Os jogos, também comuns, aconteceram naquele dia. Eu venci. Como esperado. Eu não era nenhum tipo de egocêntrico patético, mas se for comparar alguém que, por mais que tenha certa experiência, não se compara a alguém que nasceu e foi criado para aquilo. Mas o diferencial naquele dia estava na garota humana sentada em uma das várias cadeiras. Eu nunca tinha a visto antes. Não que eu me lembrasse.
Tudo ficou mais diferente ainda quando Janice, uma das cientistas, ㅡ talvez a melhor em questões de simpatia e alegria contagiante. ㅡ nos convidou para entrar na base. Ela parecia querer que estivéssemos exatamente ali, naquele exato momento. Nesse meio tempo, mantenho meus ouvidos atentos aos passos receosos que se aproximavam daquela sala.
Um nome nada familiar tinha sido chamado.
Lana.
A mesma garota que observei ao longe.
Ela era muito quieta e tímida. Não encarava nenhum de nós por mais que cinco segundos. Era divertido, mesmo em silêncio, reparar em seus trejeitos.
Naquele mesmo dia, quando já estávamos de volta em casa, meus irmãos não paravam de tagarelar sobre a "menina humana". De longe eu fingia estar entediado daquela conversa de criança, mas sempre com as orelhas em alerta para cada novo destalhe.
Lana não era alguém que tinha chegado de repente, obviamente. Ela morava ali a quase tanto tempo quanto eu, mesmo que nunca tivesse saído daquele terreno. E descobrir isso foi um choque de realidades.
Em pouco tempo de relacionamento, eu desenvolvi uma mania incurável de reparar nela. No jeito como ela sempre parecia pensar em mil coisas de uma só vez, ou quando ela percebia que eu a olhava e tentava disfarçar do jeito mais desastrado possível.
Em uma tarde quando não tive em quem me apoiar quando a pressão de ser eu caiu sobre os meus ombros, decidi caminhar até a base e vê-la naquele pequeno período em que ela adoeceu, no mesmo dia em que meus irmãos tinham acabado de chagar de lá. Na tarde seguinte sem pensar direito acabei fazendo o mesmo caminho, Já nas outras duas, não posso mais dizer que foram por impulso. Eu tinha feito uma boa ouvinte e uma ótima companheira de silêncio.
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ℂ𝕃𝔸ℝ𝕀𝕋𝕐 - 𝐍𝐞𝐭𝐞𝐲𝐚𝐦
Fantasy"𝐒𝐄 𝐎 𝐍𝐎𝐒𝐒𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 É 𝐋𝐎𝐔𝐂𝐔𝐑𝐀, 𝐏𝐎𝐑 𝐐𝐔𝐄 𝐕𝐎𝐂Ê É 𝐌𝐈𝐍𝐇𝐀 𝐂𝐋𝐀𝐑𝐄𝐙𝐀?" Ano 2173, quase vinte anos após a luta entre o povo do céu, tudo tinha finalmente se estabilizado. Os Na'vi, mesmo que ainda fosse difícil para alg...