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Anny

Eu ainda lembro de tudo, dos gritos, dos choros, das revelações, das mentiras e ilusões que teve naquela noite

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Eu ainda lembro de tudo, dos gritos, dos choros, das revelações, das mentiras e ilusões que teve naquela noite. Não consigo esquecer nada do aconteceu, ver meu amor ser morto pelas mãos do meu irmão foi demais pra mim. Eu queria me vingar por Tyler ter mentido em algumas partes, mas sua morte nunca seria a solução para minha dor. E meu luto que antes era duplicado agora foi multiplicado, perder minha mãe doeu, perder meu pai me destruiu e ter perdido meu verdadeiro amor fez com que as mínimas esperanças que ainda tinha morresse de vez. Porque não posso ser feliz como os outros ? Porque ninguém nunca fica pra sempre ? Porque não consigo ser o suficiente para eles serem verdadeiros e sinceros comigo ? Oque elas têm que eu não tenho ? Oque eu faço para mudar isso ? Que droga, que droga, que droga, que DROGA.

"Anny, para com isso" - mãos seguram meus pulsos evitando que eu bata nos ferros frios da maca onde estou deitada, levanto meus olhos e vejo Pietro me olhando atentamente. Seus olhos pousavam em mim como se eu fosse a coisa mais sensível do mundo, e levemente ele me solta - "se Lucas visse isso você tava morta"

"Morta ?" - repito dando uma risada estranha enquanto encaro minhas mãos totalmente gélidas e brancas - "eu já estou a muito tempo..."

"Tenta não ter tantos surtos assim, eles podem te dopar por horas e sabe se lá quando vão te liberar daqui" - o olho -

"Oque caralhos você está fazendo aqui ?" - me altero - "já te disse que não quero você perto de mim"

"Não seja dramática Anny, estou aqui como apoio pro seu irmão, não pra você" - levanto uma sombrancelha o encarando -

"Se mentisse perfeitamente merecia até uma notícia boa" - ironizo e ele me olha rapidamente com seus olhos cheios de esperança do que possa escutar -

"Vão te dar alta desse hospício ?"

"Vem cá" - o chamo e vou até seu ouvido - "achei que não fosse possível, mas esses remédios controlados estão me deixando mais bonita" - ele se afasta totalmente sério e posso reparar no exato momento em que seus olhos encaram minha boca, Pietro sempre teve essas manias -

"Vou dizer a Lucas que nunca
te tire daqui" - fala sério -

"Não faz diferença" - encolho minhas pernas com os braços e deito minha cabeça nos meus joelhos -

"Devia ter aprendido muito sobre garotos babacas comigo e seu irmão" - o olho e vejo um sorriso fraco em seus lábios - "e saber que nenhum garoto é capaz de amar verdadeiramente ninguém"

"Ele era minha última tentativa" - desvio meu olhar - "agora viverei em função apenas da minha sobrinha"

"Ela sempre pergunta de você" - dou um sorriso fraco - "cadê a titia dodói Títio ?" - ele imita uma voz fina e acabo dando risadas carregadas de sentimentos -

𝕬 𝖒𝖆𝖑𝖉𝖎𝖙𝖆 𝖆𝖕𝖔𝖘𝖙𝖆Onde histórias criam vida. Descubra agora