Eu não quero conversar

6 2 0
                                    

Já se passaram algumas semanas desde que o vidro na cozinha quebrou e as coisas no apartamento delas não melhoraram. Dinah disse á Lauren que enquanto ela estava no banho, ela podia ouvir batidas no quarto de Lauren, mas quando ela foi investigar não havia ninguém lá, exceto a caixa Dybbuk que estava na mesa de Lauren em frente à sua cama. Em outra ocasião, Lauren estava sentada na sala de estar e a porta de seu quarto, que estava fechada, se abriu de repente, com tanta força que bateu e amassou a parede. O último evento foi quando Dinah e Lauren estavam voltando das aulas e quando Lauren entrou em seu quarto, seu espelho foi quebrado e os cacos voaram para o seu travesseiro e sua cama.

Ally estava certa quando disse que as coisas iriam piorar, só que Lauren não sabia o que fazer a respeito. Ela não conseguia se livrar da caixa por causa da estranha conexão emocional que ela tinha com ela que a impedia de fazer qualquer coisa, como quando Dinah tentou jogá-la fora e a olho verde chorou violentamente até que ela fosse devolvido para sua mesa.

Para piorar o detetive Muller estava ficando impaciente e explodindo o telefone de Lauren com ligações e mensagens de voz. Ela entende que ele só quer encerrar o caso do Damien, mas Muller não poderia saber a verdade sobre aquela noite. Disso Lauren tinha certeza.

No entanto, quando chegou à porta delas minutos depois de Lauren chegar da aula, ela não pôde simplesmente dizer a ele para enfiar as perguntas na bunda dele.

- Você está se esquivando de mim, Lauren.- Muller acusou enquanto Lauren o deixava entrar no apartamento.

- Há uma diferença entre esquivar e curar, Muller.- Lauren responde enquanto se senta no sofá da sala, com Muller sentado à sua frente.

- Eu pensei que Cuba fosse para você, para sua cura? - Sua voz continha muitas perguntas ocultas, se Lauren não fosse uma pessoa tão observadora, ela não teria notado, mas ela percebeu e o tom de voz a fez se sentir desconfortável.

- Cuba foi uma fuga, que está à parte do processo de cura. Certamente você sabia disso? - Lauren tentou adiar o inevitável, mas quando Muller puxou seu bloco de notas, ela sabia que não poderia escapar das perguntas.

- O que aconteceu naquela noite, Lauren? É hora de encerrarmos esse caso.

- O depoimento de Dinah não é suficiente?

- Se fosse eu não estaria aqui. Vamos, fale comigo.

- Eu não quero falar sobre

- Por favor, não me faça arrastar você para uma sala de interrogatório.

- Damien era abusivo, como você ouviu. Num segundo ele estava me batendo, depois tinha um revólver na mão e me implorou que o perdoasse. Quando eu disse que não poderia, ele se matou. Pronto, era isso que você queria?

- Um pouco mais de detalhes e sim.

- Muller, eu realmente não quero mais falar sobre ele. Estou apenas tentando seguir em frente com minha vida. Porra, deixe-me o fazer.

- Seguir em frente começa com o reconhecimento do passado.

- Bom, quero esquecer a imagem do sangue dele espalhado nessas paredes. Isso é reconhecimento suficiente? - Muller permaneceu em silêncio enquanto seus olhos corriam atrás dela, olhando em direção à porta do quarto.

-A janela do seu quarto está aberta?- Lauren olhou para trás e viu sua porta anteriormente fechada praticamente escancarada. Ela amaldiçoou interiormente no momento inapropriado.

- Provavelmente.- Lauren respondeu enquanto Muller se levantava e começava a se mover em direção ao seu quarto. Lauren seguiu logo atrás, rezando para que nada de extremo acontecesse que traumatizasse Muller.

Quando os dois entraram no quarto, Muller viu instantaneamente a caixa Dybbuk que permanecia em sua mesa. Sua testa franziu em confusão com a decoração maluca e quando ele foi tocá-la, Lauren agarrou suas mãos.

- Herança de família.- Lauren raciocinou rapidamente e Muller assentiu entendendo por que estava fechado. Depois que Muller examinou mais a fundo o quarto e prometeu entrar em contato em breve, ele saiu do apartamento.

Assim que ele fez isso, a porta do quarto de Lauren se fechou, criando uma rachadura gigante na parede, Lauren suspirou de alívio porque a porta não fez isso enquanto Muller ainda estava lá, caso contrário ele poderia ter investigado mais.

Amante A MaldiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora