〈𝙊𝟴〉 𝙈𝙄𝙎𝙎 𝙈𝘼𝙍𝙏𝙀

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Nami Lee

Ruas Do Brooklyn, 06:04PM


Assim como o sol se despede do céu por hoje, eu faço o mesmo com a delegacia. O tom alaranjado do céu criava uma sensação melancólica de que o fim do dia está acabando. O dia foi desde garrafas com asas em minha direção até os meus berros com policiais incompetentes. Posso dizer que não estou surpresa já que se trata dessa delegacia maluca ao qual pertenço.

Penso sobre o que aquela rata falou, engolindo seco em seguida. Arlong quer que eu o encontre. Parece que anos na prisão não fizeram a cabeça dele. Quando lembro tudo o que ele fez a minha mãe passar fecho as mãos, apertando-as com força. Mas não posso lidar com isso agora, preciso prender o fabricante do prazer maciço.

Meus pés praticamente se arrastam no chão com as últimas gotas de energia que eu possuía. Calma Deus, eu acabei de voltar para a delegacia. Eu pareço um zumbi andando pelas ruas de Nova York, ansiando a minha cama em vez de um cérebro. Eu juro que, quando eu terminar essa missão, vou fazer pirraça para me derem férias.

— Hm? — Foi o que murmurei quando parei em frente a um beco ao apostar o meu emprego que ouvi um barulho estranho, o qual espero, ansiosamente, perder muito feio.

Esfreguei os meus olhos para acordar e investigar o que tinha ali. A sombra que o pôr do sol expandia pelas ruas deixava tudo mais escuro, impossibilitando ver corretamente algumas coisas por aqui.

— Socorro... — Levantei as sobrancelhas para o gemido fino, tremulo e muito baixo. Se eu não tivesse colocado a minha total atenção no ambiente eu não teria ouvido.

Dei alguns passos para trás, saindo da frente da entrada do beco. Deixei o distintivo, que eu havia deixado escondido por dentro da blusa, a mostra, pendurado no meu pescoço. Afastei o meu casaco da cintura, deixando o meu cinto a mostra para caso eu precise usá-lo.

Dando pequenos passos em direção ao beco, limitei completamente o barulho, controlando a minha respiração e o barulho dos meus passos. Entre no beco com o cu na mão, esperando por qualquer coisa que possa acontecer. Parecia que as batidas do meu coração estavam ecoando por toda Nova York.

O beco era bastante longo e escuro, possuindo lixos espalhados pelo chão e ao redor da grande caçamba de lixo. Parei no meio do beco, girando a minha cabeça para todos os lados, procurando algum sinal por aqui.

Assim que os meus olhos se acostumaram com a escuridão, vi uma movimentação perto da caçamba de lixo. Prendi a respiração e olhei para cima, rapidamente raciocinei um plano com a ajuda da barra que ligava as duas paredes.

Sendo totalmente silenciosa, apoiei o meu pé em um tijolo fora do lugar e peguei impulso para cima, em direção a barra enferrujada. Agarrei o metal com força, me certificando se eu fiz algum barulho para chamar atenção. Aliviada, soltei baixa a respiração. Apertando a força das minhas mãos e balançando as minhas pernas para frente e para trás, peguei impulso para ficar em cima da barra, me apoiando em outros tijolos soltos.

Pequei um bastão retrátil do meu cinto e o coloquei na minha boca, segurando-o com os meus dentes. Enfiei a mão no meu bolço do casaco e agarrei alguns biscoitos da delegacia que esqueci ali. Joguei eles em direção à saída, tentando mostrar que saí do beco.

Apertei os meus olhos em direção à caçamba, e quando me acostumei com a escuridão, pude ver um homem com o cabelo grande e arrepiado deitado no cão de barriga para cima enquanto apertava uma garota contra si e tampava a sua boca com uma das suas mãos nojentas.

𝗘𝗡𝗗 𝗚𝗔𝗠𝗘 || 𝗟𝘂𝗻𝗮𝗺𝗶Onde histórias criam vida. Descubra agora