𝗘𝗡𝗗 𝗚𝗔𝗠𝗘 || 𝗟𝘂𝗻𝗮𝗺𝗶

〈𝟭𝟬〉 𝙋𝘼𝙑𝙊𝙍

Nami Lee

Quarto de Hotel, 08:23PM

Sabemos como um dia pode chegar até o final rapidamente, todavia, hoje o decorrer do dia foi uma maratona bastante lenta, demorando o suficiente para me fazer implorar aos céus para que a noite chegue logo. Depois do acontecimento do banheiro, refleti que nada poderia piorar, mas neguei rapidamente ao constatar que pode vir um tsunami de situações ruins quando eu menos esperar.

A hora de jantar havia chegado e eu nem percebi o quão faminta eu estava. Eu e Luffy decidimos ir ao refeitório do hotel, concordando mentalmente que o silêncio é o ser mais sábio. Após uma refeição silenciosa, percebemos que o melhor é dormirmos cedo, pois amanhã precisamos estar bem acordados.

Agora estamos aqui, encarando o outro como se nossos olhos batalhassem uma luta que decidisse de quem seria a cama nessa noite.

— Pedra, papel e tesoura. — Falamos ao mesmo tento enquanto estinhamos a nossa mão.

— A cama é minha. — Não resistir em sorrir satisfeita quando escolhi a tesoura e ele o papel.

— Melhor de três! — Gritou, não aceitando a derrota.

— Nananinanão. Eu ganhei, a cama é minha. — Cruzei os braços com um sorriso vitorioso.

Luffy revirou os olhos e pegou um travesseiro e um cobertor da cama de forma birrenta, desarrumando-a. Me joguei na cama e suspirei satisfeita, agora podendo finalmente descansar. Após me cobrir com o edredom e me aconchegar melhor na cama, virei o meu corpo para a direção de Luffy, observando-o pela fresta que as minhas pálpebras cansadas deixavam. Os seus cabelos negros como o vazio foram a minha última visão antes de fechar os meus olhos e me entregar ao sono.

↬°❃°↫

Meus olhos se abriram brutalmente, abrindo os portões da esperança de que o que acabei de vivenciar foi apenas um pesadelo. O meu corpo suava graças ao calor do desespero que sofri. O pico de adrenalina trazia consigo a batalha que o meu pulmão fazia para controlar o ar. Eu não sabia identificar se eram as batidas do meu coração ou tambores altíssimos que faziam o meu corpo vibrar daquela maneira.

Eu rolei os meus olhos por todo o ambiente, fechando-os em seguida quando percebi que eu ainda estava no quarto. O pesadelo que tive foi tão real que duvidei se eu estava acordada ou se eu ainda estava presa no inferno.

Ainda meio ofegante, abri as pálpebras e suspirei em seguida, me sentando na cama e buscando um copo de água que estava na mesa de cabeceira em seguida. Cada gole que eu dava parecia que uma pedra descia pela minha garganta. Normalizei a minha respiração e fiquei parada naquela posição até que eu me acalmasse.

Virei a minha cabeça para a sacada e notei a luz da lua que saia das portas de vidro, iluminando um pouco o local, mostrando também o Luffy dormindo pacificamente no chão. Peguei o meu celular e suspirei observando as horas, esfregando as têmporas em seguida. São três horas e pouco da madrugada, o horário que eu normalmente acordo em noites mal dormidas.

A luz prateada está me seduzindo e se tornando irresistível, me fazendo realizar um costume que eu tenho quando essas situações acontecem. Me levantei da cama e me direcionei para a minha mala, abrindo-a e buscando a minha caixa de cigarro e o isqueiro. Com o objeto nas mãos, não demorei para me levantar e ir para as portas, deslizando-as para o lado e entrando na sacada, podendo sentir o sereno da noite me desejar boas-vindas.

O frio daquela pequena região me abraçava forma libertadora, me sentindo viva com essa sensação. Me aproximei do guarda corpo e observei a paisagem que me foi providenciada.