| 𝗣𝗥𝗢́𝗟𝗢𝗚𝗢

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"Veja o sol
Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos" - Tempo Perdido

Lilian Bianchi

Suspirei fundo assim que saímos do carro do aplicativo, eu não faço a menor ideia de onde estamos.

— Como você consegue enfiar a gente nesses lugares? — Perguntei batendo a porta do carro. — E como eu ainda aceito suas ideias malucas!?

Aurora revirou os olhos como de costume quando algo a irritava e então agarrou meu pulso, me puxando praticamente a força em direção ao barzinho em frente à praia.

Olhei ao meu redor e foi inevitável quando um sorriso começou a crescer nos meus lábios pintados de vermelho, observei todos aqueles homens ao nosso redor tocando os instrumentos com tamanha habilidade, as mulheres sambando então nem se fale!

— Por que nunca viemos aqui antes!? - Perguntei agora incrédula. — Estamos a uma semana em Salvador Aurora! E você não descobriu esse lugar antes?

A loira riu me guiando até a bancada do bar, nos sentamos nos banquinhos de madeira enquanto esperávamos algum barman nos atender, a demanda parecia bem alta.

— Não é lugar tão conhecido na internet para descobrir assim. — Ela deu de ombros. — O primo da minha tia que morou aqui a alguns anos me mandou o endereço e disse que era bacana.

Assenti ainda sem entender toda a logística dela. Dei uma pequena olhada ao redor para... digamos reconhecer o terreno.

Algo me chamou a atenção.

Mais precisamente o homem de costas dançando com uma mulher na roda de samba. Analisei toda sua estrutura, os ombros largos, os cabelos escuros com leves tons grisalhos, quase que imperceptível.

Inclinei um pouco mais a cabeça assim que ele finalmente ficou de frente para mim, mesmo de longe consegui notar seus olhos castanhos, a barba por fazer e o enorme sorriso que ele carregava consigo.

Não meu era nenhuma um pouco estranho, será que já nos vimos antes?

Sai do meu pequeno transe quando notei os dedos de Aurora se estrelando freneticamente perto do meu rosto.

A encarei e em seguida percebi o barman apenas esperando meu pedido.

— Uma caipirinha de morango, por favor. — Pedi sorrindo um pouco envergonhada pela distração.

— Estava de olho no galã de cinema? — A loira murmurou olhando para a mesma direção que eu estava olhando a poucos segundos atrás.

— Galã de cinema? — Questionei.

— Ah qual é? Não sabe mesmo quem é?

— Você falando assim parece até um crime eu não saber! — Bufei colocando meu cérebro para pensar.

Wagner Moura, Lilian não acredito que você não reconheceu o Wagner Moura... — Aurora riu empurrando levemente meu ombro. — E sim! É um crime não reconhecer um homem como Wagner Moura.

Pisquei algumas vezes ainda sem conseguir acreditar, não era possível, ou era?

— O que diabos ele está fazendo aqui? —Perguntei sem conseguir desviar o olhar dele e da garota que abraçava seu pescoço em meio a dança.

— O cara é Baiano Lili, nós que estamos invadindo o espaço dele. — Ela pegou a bebida que havia acabado de chegar. - E aquela lá é a tal Bella, eles gravaram algum filme por aí.

Meu Acaso Perfeito - WAGNER MOURAOnde histórias criam vida. Descubra agora