Meu Acaso Perfeito - WAGNER MOURA

dois, primeiras impressões.

Talvez não seja nessa vida ainda
Mas você ainda vai ser a minha vida
Então a gente vai fugir pro mar
Eu vou pedir pra namorar
Você vai me dizer que vai pensar
Mas, no fim, vai deixar - Outra Vida

Lilian Bianchi

— Onde está me levando? — Perguntei agoniada enquanto subia nas pedras escorregadias com a sua ajuda.

Nossa tarde havia literalmente sido ótima! Me arrisco a dizer que foi mais que isso, foi perfeita.

Almoçamos juntos em um restaurante maravilhoso e com uma comida maravilhosa de frente para o mar, o que tornou tudo ainda melhor. Só de lembrar da brisa gélida e fresca batendo contra meu rosto, das conversas paralelas, das risadas bobas, tenho vontade de vivenciar todo aquele momento novamente.

Depois passamos o resto da tarde toda na praia da Ondina, me senti como uma criança novamente brincando de jogar água nos meus primos, mas meu alvo dessa vez foi Wagner.

Eu não pretendia em hipótese alguma molhar o meu cabelo que foi escovado com tanto cuidado pela manhã, mas então o furacão chamado Wagner Moura me jogou encima dos seus ombros e depois me jogou na parte mediana do mar.

A essa altura eu devo estar horrível, nada parecida com quando o encontrei no hotel.

Passei a mão pelos meus cabelos os sentindo duros pela água salgada, minhas coxas estava grudentas e sem falar do incomodo da areia no bojo do meu biquíni.

Eu precisava chegar no hotel e tomar urgentemente um banho completo. Devo ter areia até em lugares improváveis e impossíveis.

Bom, mas agora nesse momento, eu acho que vou ser assassinada e jogada no mar.

Já fazem literalmente uns vinte minutos que caminhávamos mata a dentro, e fazem uns cinco minutos que estamos andando por cima de pedras e mais pedras, tenho certeza que se eu escorregar e bater a cabeça em uma delas, morte cerebral na certa.

— Estou te trazendo no meu lugar secreto. — Wagner respondeu minutos depois me trazendo um leve grau de curiosidade. — Meu lugar favorito em Salvador.

— Tem que ser algo muito bonito mesmo, por que para você me fazer andar no meio desse mato todo e escalar esses pedregulhos... — Bufei um pouquinho irritada, meus pés já estavam começando a ficar dormentes. — Tem que valer a pena Wagner, se não eu juro que te esfolo vivo.

— Já estamos chegando lá resmungona. — Moura agarrou minha mão me puxando para cima assim que finalmente pisamos na terra firme.

— Chegamos? — Perguntei e respirei totalmente aliviada quando ele assentiu em concordância. — Ah graças a Deus! — Ofeguei me deitando na grama verde.

Me levantei novamente minutos depois com muito custo e então finalmente notei o lugar paradisíaco em que estávamos. A vista era exuberante, aqui de cima víamos a cidade inteira e sem falar da imensidão azul do mar, acho que nunca vi uma paisagem tão bela em toda minha vida.

Wagner estava sentado um pouco mais para frente, com os joelhos dobrados e os cotovelos apoiados sobre eles.

Me sentei do seu lado e imitei seu gesto, eu acho que poderia passar o resto da vida olhando para essa mesma paisagem que eu nunca me cansaria das sensações que ela me traz.

A paz é gritante.

Com certeza eu morreria muito feliz.

— Agora eu entendi por que esse é o seu lugar secreto. — Comentei o vendo sorrir de lado. — É uma vista sensacional Wagner.