Capítulo 12

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Elisa

Fiquei ali por um momento, tentando recuperar o fôlego e ordenar meus pensamentos. Cada célula do meu corpo estava acesa, como se tivesse sido despertada de um longo sono. O toque de Malee ainda reverberava em minha pele, deixando um rastro de sensações que não conseguia ignorar. Era como se a presença dela tivesse despertado algo em mim que eu nem sabia que estava adormecido.

Respirei fundo, tentando acalmar meu coração acelerado. Levantei-me do banco e comecei a arrumar a cozinha, na esperança de ocupar minha mente enquanto Malee cuidava das meninas. O aroma do café ainda pairava no ar, misturado com a doçura do bolo que restava na bancada, criando um ambiente acolhedor que contrastava com a tempestade de emoções dentro de mim. Peguei as xícaras vazias e me aproximei da pia para lavá-las, sentindo a água morna deslizar pelos meus dedos enquanto esfregava a porcelana com movimentos lentos e quase mecânicos.

Alguns minutos depois, ouvi passos suaves se aproximando, quase imperceptíveis, mas que meu coração reconheceu imediatamente. Antes que pudesse me virar, senti os braços de Malee me envolvendo por trás, firmes, mas cheios de ternura. Seu perfume inconfundível, uma mistura de notas e e amadeiradas, envolveu-me, e meu corpo reagiu instantaneamente.

Ela afastou meus cabelos para frente, deixando minha nuca exposta, e aproximou os lábios de minha pele, iniciando uma trilha de beijos delicados que desceram pelo meu pescoço até o ombro direito. Era como se cada toque seu acendesse um novo ponto de calor em mim, e um gemido baixo escapou dos meus lábios antes que eu pudesse contê-lo. Fechei os olhos por um momento, tentando gravar aquela sensação.

Virei-me para encará-la, encontrando seus olhos escuros fixos nos meus, um sorriso tranquilo e sedutor curvando seus lábios.

- Elas voltaram a dormir - disse ela, quase num sussurro, a proximidade de sua voz me arrepiando.

- Que bom - respondi, tentando manter minha voz firme, mesmo que meu corpo e minha mente estivessem em completa turbulência.

Malee reduziu ainda mais a distância entre nós. Seus lábios estavam a poucos centímetros dos meus, e o calor de sua respiração fez minha pele formigar. Sua mão subiu lentamente até minha nuca, seus dedos entrelaçando-se nos fios do meu cabelo enquanto ela inclinava minha cabeça para trás, expondo meu pescoço e colo ao seu toque.

- Eu amo seu cheiro - ela murmurou próxima ao meu ouvido, sua voz rouca e carregada de desejo. - Me enlouquece.

Sem pensar, passei os braços ao redor de sua cintura e a puxei para mim, nossos corpos se encaixando perfeitamente. Eu estava ofegante, cada parte de mim em chamas. Malee sabia exatamente como me tocar, como acender em mim uma paixão que eu mal sabia controlar.

- Elisa, eu... - começou ela, mas foi interrompida pelo toque insistente de seu celular vibrando na mesa.

Malee soltou um suspiro frustrado antes de se afastar ligeiramente para atender a chamada

- É o Anu - disse ela, olhando para a tela antes de levar o aparelho ao ouvido.

Observei-a enquanto ela conversava, sua expressão alternando entre preocupação e alívio. Mesmo em um momento simples como aquele, ela parecia exalar graça e segurança.

- Eles estão voltando para casa - disse ela, desligando a chamada. - Sunya está com uma infecção de garganta.

- Ela está bem? - perguntei, a preocupação evidente em minha voz.

- Ele disse que ela está bem melhor depois de tomar a medicação.

- Fico feliz em saber disso.

Malee sorriu suavemente e deu um passo mais próximo, colocando uma mão delicada no meu ombro. O toque enviou uma onda de calor pelo meu corpo, e não consegui evitar o arrepio que percorreu minha espinha.

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