Elisa
Eu me afastei de Malee, ofegante, sentindo o calor do nosso beijo ainda em meus lábios. Meus pensamentos estavam embaralhados, mas meu coração estava claro: eu estava me apaixonando por ela. Não era apenas uma atração física, era algo mais profundo, mais sincero. Seus olhos brilhavam de desejo e carinho, e eu sabia que os meus refletiam o mesmo sentimento.
De repente, ouvimos um barulho alto vindo de fora, uma música, era funk, um bem pesado por sinal.
- Eduardo. - Eu disse, me afastando imediatamente de Malee, arrumando minhas roupas, que estavam amassadas, da melhor maneira que consegui e indo em direção à porta para parar o que seja que meu filho estivesse aprontando.
Cheguei na sala e vi Edu com o controle do som nas mãos e gritei em português para que desligasse o som, coisa que ele fez imediatamente.
- Eu disse que o método era eficiente. - Eduardo disse presunçoso.
- Mamãe, eu tentei pará-lo... - Alice começou a explicar.
Eu estava muito brava com ele, como ele pode colocar uma música dessas?
- Edu, você enlouqueceu? Tem crianças aqui. - Eu estava brava e constrangida.
- Nós estávamos procurando vocês para cantar parabéns, mas não encontramos, então recorri a isso porque sabia que você apareceria pra me fazer desligar. - Eu estava além de brava agora, estava furiosa.
- Eu não te criei para ser tão mal-educado, peça desculpas para todos imediatamente. - Eu disse.
- Isso mesmo, Elisa, coloque um freio nesta criança. - Ploy disse, me encorajando.
- Mas mãe, ninguém aqui entende a letra daquela música. - Ele disse, se defendendo.
- Não interessa, tem crianças pequenas aqui, você poderia ter assustado elas. - Olhei para Suwan e Sirin, que não pareciam nem um pouco assustadas.
- Ok, ok. Me desculpem. - Ele disse, demonstrando sentir uma culpa verdadeira agora.
- Pessoal, me desculpem pelo meu filho... - Eu comecei a tentar me explicar, mas fui interrompida por Sunya, que sorria.
- Não se preocupe, Elisa, nós passamos por cada coisa quando temos filhos. Eles crescem, mas não param de dar trabalho. - Ela disse, olhando para Tor.
- Hey! Eu não dou trabalho nenhum. - Ele disse, exasperado.
- Você que pensa. - disse Malee, que até então estava parada atrás de mim. - Vamos cantar parabéns. - Ela disse, mudando de assunto.
Olhei ainda constrangida para as outras pessoas na sala, mas eles pareciam achar graça da situação, o que me tranquilizou um pouco.
Eu sorri, agradecida para Malee, apreciando sua habilidade de desviar a atenção e aliviar a tensão. Todos se reuniram ao redor da mesa onde o bolo estava esperando, as velas já acesas e brilhando suavemente.
- Vamos, Elisa. - Malee disse suavemente, pegando minha mão e me levando até a mesa. Senti um arrepio percorrer meu corpo com o toque dela, um lembrete do momento que acabamos de compartilhar.
- Pessoal! - Eduardo chamou a atenção de todos. - Eu não sei como funciona aqui, mas no Brasil, quando cantamos parabéns, batemos palmas no ritmo da música. - Ele disse, e todos concordaram em fazer isso.
As vozes se elevaram em uma melodia harmoniosa de "Parabéns para você", cantada em inglês com palmas, criando um som bonito e único. Olhei ao redor, sentindo-me cercada por amor e carinho. Este momento era mais do que eu poderia ter esperado ou imaginado.
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Conexões Do Destino
RomanceElisa, uma escritora de romances de 34 anos, enfrentou os desafios de ser mãe adolescente e se tornou um exemplo de força e resiliência. Após descobrir a traição de seu marido e se divorciar, ela seguiu em frente com a ajuda dos seus filhos gêmeos...